A comissária europeia com a pasta dos Serviços Financeiros, União da Poupança e Investimento, Maria Luís Albuquerque, disse, esta quarta-feira, que quer chegar ao final do mandato com a União Europeia (UE) a contrariar a perda de competitividade.
Questionada pelos jornalistas sobre os objetivos que traçou para as funções que vai iniciar no domingo, 1 de dezembro, Maria Luís Albuquerque respondeu que quer “conseguir neste mandato, no final dos cinco anos, uma situação muito mais favorável” na qual “seja mais fácil a interação entre quem precisa de financiamento e quem tem fundos para investir, dentro da Europa”.
Só assim, frisou a comissária portuguesa, vai ser possível preservar a “riqueza, os postos de trabalho, os investidores de retalho, com a proteção adequada, mas com a rentabilidade de que precisam e merecem”.
“Acho que talvez tenhamos melhores condições agora, há uma consciência mais clara da importância deste objetivo (…), o facto de a Europa estar a perder competitividade”, prosseguiu.
Agora que há “consciência política” e que a “questão do financiamento é muito importante”, Maria Luís Albuquerque traçou outros dois objetivos: conseguir avançar com a União do Mercado de Capitais e criar o espaço para que a UE recupere o atraso que tem em relação a economias como a norte-americana, a britânica ou a chinesa, e que consiga crescer.
Sobre o futuro presidente do Conselho Europeu, António Costa, que toma posse também no dia 1 de dezembro, Maria Luís Albuquerque disse esperar uma relação “muito boa”, não só com aquela instituição, mas também com o Parlamento Europeu.
O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira — com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções — o novo colégio de comissários, novamente liderado pela alemã Ursula von der Leyen.
A aprovação surge após escrutínio parlamentar (incluindo audições aos comissários europeus indigitados) e intensas negociações nas últimas semanas entre centro-direita, socialistas e liberais para um acordo político sobre os sete nomes pendentes de um total de 26 comissários, alcançado há uma semana e para o qual foram cruciais várias cedências.
Ursula von der Leyen foi em julho passado reeleita para o cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 1 de dezembro num segundo mandato de cinco anos.
O seu próximo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.
Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra na Ucrânia causada pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição na política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária, nomeadamente ao nível da inovação, da descarbonização e da segurança.