O Valhalla é o hiperdesportivo que está imediatamente abaixo do imponente Valkyrie na gama da Aston Martin, mas não muito abaixo, pois se o veículo concebido por Adrian Newey (o projectista do team de F1 Red Bull) tem 1155 cv, o Valhalla figura no ranking do construtor britânico em bom nível, com 1079 cv. Depois de um extenso período de desenvolvimento, o segundo modelo mais desportivo da marca está finalmente pronto para ser entregue aos 999 clientes que o encomendaram.
O Valhalla deveria originalmente montar um motor V6 sofisticado e dispendioso, à semelhança do V12 do Valkyrie produzido pela Cosworth, mas foi substituído por uma versão do 4.0 V8 biturbo da Mercedes que os britânicos já utilizam numa série de modelos, para conter o preço. Porém, o desportivo não perde com a troca, pois esta unidade fornece 828 cv de potência e uma força de 857 Nm, que o Valhalla reforça com três motores eléctricos. Alimentados por uma bateria que garante uma autonomia de 14 km em modo eléctrico, dois destes motores estão à frente ligados a cada uma das rodas (garantindo assim tracção integral) e o terceiro encontra-se acoplado à caixa. Juntos, os três contribuem com 251 cv, com as quatro unidades motrizes a elevar a potência total para 1079 cv e 1100 Nm de binário. Isto permite ao mais recente desportivo da Aston Martin reivindicar uma velocidade máxima de 350 km/h e a capacidade de ir de 0-100 km/h em 2,5 segundos.
Por dentro, o Valhalla não é espartano, mas não deixa de ser um desportivo puro com alguns pormenores herdados da competição. A começar pelo facto de os dois assentos serem fixos e o que se aproxima ou afasta do condutor são os pedais e o volante. Por fora, a elegante e atraente carroçaria monta apêndices activos que asseguram uma carga aerodinâmica de 600 kg quando a circular entre 240 e 350 km/h.
A Aston Martin necessitou apenas de uma mão-cheia de meses para se tornar num dos construtores que disputa a liderança do mercado no que respeita à oferta de hiperdesportivos, modelos com mais de um milhar de cavalos, rivalizando com marcas como a mítica Ferrari. Com uma gama composta pelas 155 unidades que vão ser produzidas do Valkyrie (se não considerarmos os 25 Valkyrie AMR Pro fabricados especificamente para pista) e as 999 do Valhalla, o fabricante de Gaydon converteu-se numa das referências.
O Valhalla é menos potente, mas tem ligeiramente mais força, ao anunciar 1100 Nm de binário em vez dos 900 Nm do Valkyrie. As maiores diferenças entre estes dois modelos encontram-se ao nível do requinte, com o Valhalla a ser mais refinado, e do preço, com novo modelo a ser proposto por quase um terço do valor (cerca de um milhão de euros para o Valhalla e 2,8 milhões para o Valkyrie). Contudo, se o tema é a rapidez em pista, a eficiência do chassi, a aerodinâmica e o menor peso (1355 kg contra 1655 kg), o Valkyrie é largamente imbatível. O novo Valhalla arranca com a produção no segundo trimestre de 2025.