O ministro português dos Negócios Estrangeiros rejeitou esta segunda-feira que haja uma dualidade de critérios entre a atenção que a União Europeia (UE) dá à Geórgia e a Moçambique, reconhecendo que a situação georgiana é mais próxima dos 27.

Questionado sobre atenção dada pela UE à Geórgia e a Moçambique, dois países onde o processo eleitoral está a ser questionado e onde os manifestantes têm sido reprimidos, Paulo Rangel considerou que o país africano está “ainda numa fase de transição”.

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“Estamos a aguardar que o Conselho Constitucional (moçambicano) se pronuncie sobre os resultados, isso é algo que ainda não aconteceu”, acrescentou o ministro, que falava no âmbito de uma reunião ministerial, em Bruxelas.

Paulo Rangel sustentou que “há uma grande preocupação” com a instabilidade político-social em Moçambique e que “Portugal tem tido um papel relevante” na questão.

“Especialmente com a questão da violência que eclodiu em Moçambique, com a repressão que pode haver de manifestantes que legitimamente se manifestam”, afirmou.

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Portugal tem “sinalizado isso por várias formas”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, referindo, contudo, que o “processo não atingiu ainda o seu culminar”.

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Moçambique vive desde 21 de outubro sucessivas paralisações e manifestações de contestação dos resultados das eleições gerais de 9 de outubro, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que já provocaram pelo menos 130 mortos.

Os resultados das eleições de 9 de outubro anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) deram a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder, e colocaram Venâncio Mondlane em segundo lugar, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

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A questão da Geórgia “põe problemas totalmente diferentes à União Europeia”, reconheceu o governante português, uma vez que o país “estava no seu trajeto de adesão” ao bloco comunitário, que parou por completo depois do sufrágio nacional e da viragem político, tendencialmente favorável à Rússia.

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