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Num balanço anual do conflito com a Ucrânia, Vladimir Putin, em conjunto com o ministro da Defesa da Rússia e várias altas patentes do exército russo, acusa o Ocidente de empurrar Moscovo para as suas “linhas vermelhas”, descreve 2024 como um “ano chave” e garante a produção em série do novo míssil “Oreshnik”.

“Num esforço para enfraquecer o nosso país e infligir uma derrota estratégica contra nós, os Estados Unidos da América continuam a alimentar com armas e dinheiro o regime de facto ilegítimo que governa Kiev, enviando mercenários e conselheiros militares, encorajando a escalada do conflito“, disse o Presidente da Rússia, citado pela RIA/Novosti, reforçando estar preparado para estes desafios impulsionados pelos países ocidentais.

Como medida para combater estes avanços dos Estados-membros da NATO, Putin voltou a mencionar o míssil hipersónico de alcance intermédio, “Oreshnik”, garantindo que Moscovo vai começar, em breve, a sua produção em série. “Considerando o crescimento das tensões geopolíticas, somos forçados a tomar medidas adicionais para assegurar a segurança da Rússia e dos nossos aliados”, afirma.

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Adicionalmente, o Chefe de Estado sublinha o “sucesso” das operações militares em curso na Ucrânia, revelando ter “liberado 189 aldeamentos” no último ano, descrevendo 2024 com um “ano chave para a realização dos objetivos” inicialmente propostos para a guerra com Kiev. Esta segunda-feira, Putin defendeu também o grande investimento feito na indústria militar, superando os 6% do PIB nacional, com as despesas no setor da Defesa e segurança a chegar perto dos 9%.

“Estranhamente, não é o maior gasto do mundo, mesmo entre países que não estão em nenhum conflito armado”, refere o Presidente da Rússia, adiantando que o valor mencionado continua a ser “muito dinheiro”, e que é preciso utilizá-lo de uma forma “muito racional”. Putin faz ainda o reparo que a Ucrânia, no entanto, está dependente do financiamento e apoio militar disponibilizado pelas forças ocidentais, para levar a cabo a sua “campanha defensiva”.

Rússia prepara-se para “possível conflito militar com a NATO ao longo da próxima década”

Andrei Belousov, o responsável pela Defesa, esclareceu também os objetivos das atividades realizadas pelo seu ministério, incluído a preparação para “um possível conflito militar com a NATO, na Europa, ao longo da próxima década”. O ministro explica que os Estados-membros da Aliança “estão a mudar para um novo sistema de prontidão de combate”, que prevê a mobilização de cerca de 100 mil militares para as fronteiras com a Rússia nos próximos 10 dias. “Ao fim de 30 dias, um grupo de 300 mil. E, daqui a 180, o grupo será de 800 mil. E não será tudo”, afirma Belousov.

Para o chefe do departamento militar russo, estas ameaças só poderão ser combatidas com uma abordagem diferente à formação de um programa de armamento. “Uma vez que qualquer conflito com o Ocidente ameaça escalar muito rapidamente para um conflito nuclear, é necessário, antes de mais, melhorar as componentes das forças de dissuasão estratégica”, refere o ministro.

Um dos objetivos para 2025, segundo Belousov, é garantir a vitória da Rússia neste conflito que já dura há mais de dois anos.