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A Guarda de Fronteiras Finlandesa deteve, esta quinta-feira, e escoltou até águas territoriais um petroleiro que se encontrava no Mar Báltico, onde foi cortado um cabo elétrico de ligação entre a Finlândia e a Estónia, noticiou a imprensa local. A Finlândia não descarta a ideia de que este acontecimento — que é apontado como sendo mais um de uma longa lista de incidentes dos últimos meses — poderá tratar-se de “sabotagem”. A NATO já garantiu mais apoio no Mar Báltico.

Os cabos submarinos do Estlink 2, que estabelecem ligação entre a Finlândia e a Estónia, foram cortados na noite de dia 24 de dezembro. E o navio que terá sido responsável por isso foi identificado como um provável elemento da chamada “frota russa sombra”, sendo que viajava da cidade russa de São Petersburgo para o Egito, adiantou a publicação britânica Lloyds List, especializada em tráfego marítimo, citada pela agência espanhola Efe.

“O navio suspeito faz parte da frota sombra da Rússia, que ameaça a segurança e o ambiente, ao mesmo tempo que financia o orçamento de guerra da Rússia. Iremos propor novas medidas, incluindo sanções, para atingir esta frota”, garantiu a Comissão Europeia, citado pelo jornal Politico.

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Cabos submarinos entre Finlândia e Alemanha e entre Lituânia e Suécia cortados. Países investigam e alertam para “guerra híbrida”

De acordo com o site global de rastreamento de navios MarineTraffic, o navio em questão, Eagle S, navegava com bandeira das Ilhas Cook e terá abrandado visivelmente ao passar pelo cabo no momento em que a ligação foi interrompida, na quarta-feira. O navio de patrulha da Guarda de Fronteiras da Finlândia terá depois escoltado o petroleiro até águas territoriais, a cerca de 20 quilómetros de Porkkalaniemi, uma península no Golfo da Finlândia.

Segundo a Guarda de Fronteiras deste país, as âncoras do navio não estavam posicionadas, o que suscitou suspeitas entre as autoridades. Por esse motivo, foi agora iniciada uma investigação ao sucedido.

O responsável pelo Serviço Nacional de Investigação, Robin Lardot, avançou que foi apresentada uma queixa por vandalismo agravado, acrescentando que as autoridades finlandesas vão dar início a uma investigação, escreve o Politico. A tripulação do navio Eagle S já foi entrevistada, acrescenta a Euronews. Com base na investigação preliminar, detalharam as autoridades, há razões para acreditar que a âncora do navio causou os danos registados.

Além disto, as autoridades finlandesas identificaram ainda danos em quatro cabos de telecomunicações da Finlândia, no Mar Báltico.

“Estamos a investigar uma possível sabotagem grave”, disse o diretor do Serviço Nacional de Investigação finlandês. Já o primeiro-ministro do país, Petteri Orpo, disse quinta-feira, em conferência de imprensa, que a Finlândia vai responder de forma decisiva a qualquer suspeita de interferência contra a sua infraestrutura submarina.

Segundo o diretor do Centro de Controlo da Rede Principal Fingrid, Arto Pahkin, a área danificada está localizada no lado finlandês do cabo submarino entre os dois países, pelo que companhia é responsável pela reparação. Pahkin estimou que as reparações podem demorar até sete meses.

NATO aumenta presença no Báltico e UE prepara sanções

Uma vez que este corte também afetou a Estónia, o primeiro-ministro do país, Kristen Michal, avançou em conferência de imprensa que iria falar com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, sobre o aumento da presença da NATO no Mar Báltico, depois de o ministro do Interior, Lauri Läänemets, ter descrito os danos nos cabos submarinos como “um ataque, porque é um ataque contra as nossas infraestruturas críticas.” Segundo o New York Times, esta conversa já terá acontecido.

Na rede social X, Mark Rutte escreveu depois que a NATO “está solidária com os aliados e condena todos os ataques a infraestruturas críticas”. E acrescentou que a NATO “vai aumentar a sua presença no Mar Báltico”.

Já a Chefe pela Diplomacia da União Europeia escreveu na mesma rede social que a UE vai “propor medidas, incluindo sanções, para responsabilizar esta frota”. Na declaração conjunta depois publicada pela UE lê-se que estão a ser intensificados “os esforços para proteger os cabos submarinos, incluindo o reforço da troca de informações, as novas tecnologias de deteção, bem como as capacidades de reparação submarina e a cooperação internacional”. “Continuamos empenhados em garantir a resiliência e a segurança das nossas infraestruturas críticas.”

A Comissão Europeia descreveu o incidente desta semana como “o último de uma série de ataques suspeitos a infraestruturas críticas”. Já em 2022 várias ligações de gás natural do Nord Stream, que ligavam a Rússia à restante Europa, rebentaram (com as secretas de vários países a dizer que tudo apontava para uma ação de forças pró-ucranianas).

Em novembro, dois cabos de fibra ótima foram cortados no Mar Báltico (com a Alemanha a considerar este um ato de sabotagem): um dos cabos ligava Finlândia à Alemanha e outro Lituânia à Suécia — todos países da NATO.

Segundo o Nem York Times, navios russos têm sido vistos no mar Báltico e no mar do norte, onde existem infra-estruturas críticas aquárias. Nesta área, têm circulado dezenas de barcos russos que navegam sob bandeiras de diferentes países. Caso disso foi um navio comercial chinês, que foi avistado no mar Báltico no último mês, após terem sido cortados os 2 cabos de fibra ótica.

Notícia atualizada às 10h41