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“Um cessar-fogo na Ucrânia agora não levaria a lado nenhum”, começou Sergei Lavrov, na conferência de imprensa anual do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, que contou com a presença de jornalistas russos e de órgãos de comunicação internacionais.

Citado pela agência TASS, o chefe da diplomacia russa disse que Moscovo não coloca condições prévias para as negociações de paz, revelando estarem abertos a termos apresentados por Kiev. No entanto, esclareceu que não querem “conversas vazias” e que qualquer acordo terá de incluir um mecanismo que impossibilite a violação dos termos estabelecidos.

Adicionalmente, Lavrov revelou que França já terá contactado a Rússia “várias vezes” através de “canais fechados”, com propostas para ajudar a estabelecer diálogo com a Ucrânia, mas “sem a participação de Kiev”.

“Se a Ucrânia quiser um presidente legítimo, então tem de convocar eleições. Por agora, apenas o Verkhovna Rada [parlamento ucraniano] tem legitimidade no país”, afirmou também o ministro.

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Sergei Lavrov admitiu a possibilidade de “centros de decisão” em Kiev passarem a integrar a lista de alvos militares da Rússia, no caso de estes se tornarem “ameaças à Federação Russa”. Apesar dos “constantes” ataques da Ucrânia contra infraestrutura civil russa, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia acrescentou que atingir alvos civis “não está nas regras” das forças militares russas.

“Os civis estão a morrer. Os ataques estão a ser efetuados contra ambulâncias, escolas, hospitais, mercados e outros objetos civis”, continuou o chefe da diplomacia russa. “Nenhum dos países ocidentais que fornecem armas ao regime nazi de Kiev o advertiu contra uma violação tão grosseira do direito humanitário internacional e das regras da guerra”.

Com isto, Lavrov esclareceu que “enquanto o comportamento de Kiev se mantiver, e não for simplesmente encorajado, mas dirigido pelo Ocidente”, a Rússia irá responder, mas “não da mesma maneira” que a Ucrânia, explicando que Moscovo tem “exclusivamente” como alvo “instalações militares e complexos militares” das forças armadas ucranianas.

O ministro disse que a administração de Donald Trump parece estar interessada em retomar o diálogo com a Rússia, o que é “razoável e normal”. Ao mesmo tempo, o chefe da diplomacia russa defendeu que devem ser os Estados Unidos da América a dar o primeiro passo em frente para reconciliar as relações entre os dois países, considerando que foram os norte-americanos que as “quebraram” no início do conflito com a Ucrânia. Revelou também estar à espera que a equipa do Presidente eleito dos EUA esteja preparada para “aprofundar as causas da crise na Ucrânia”, disponibilizando linhas de contacto com Moscovo para Washington poder consultar em caso de dúvidas.