De um lado Elon Musk e o recém-nomeado para a nova administração da Casa Branca, Sriram Krishnan. Do outro os defensores mais acérrimos das políticas anti-imigração dentro do movimento político Make America Great Again (MAGA) que guiou Donald Trump ao seu segundo mandato na presidência dos EUA.

A escolha de Krishnan, um empresário nascido na Índia, para ser conselheiro sénior na área da Inteligência Artificial (AI, na siga em inglês) na administração Trump, que toma posse a 20 de janeiro de 2025, fez estalar a rivalidade entre as duas fações que se distinguem entre os apoiantes do republicano.

Musk e Krishnan são a favor do acolhimento e da captação de imigrantes altamente qualificados, como engenheiros para a área tecnológica, pelos EUA, como destaca o Wall Street Journal. Já figuras como a ativista de extrema direita Laura Loomer e Matt Gaetz, ex-membro do Congresso e candidato falhado a procurador-geral dos EUA, apelam à restrição de todo e qualquer tipo de imigração, com base no argumento de que todos os estrangeiros pretendem roubar trabalho aos “americanos nativos”.

Na base da polémica, que se tem desenrolado principalmente na rede social X, detida por Elon Musk, está uma publicação de Krishnan que data de 14 de novembro. “Tudo o que elimine o limite máximo nacional para a obtenção de “green cards”/desbloqueio da imigração qualificada será muito importante”, escreveu o empresário indiano, em resposta a um tweet de Musk, que apelava à partilha de sugestões para ações do novo Departamento de Eficiência Governamental para o qual tinha acabado de ser nomeado pelo Presidente eleito dos EUA.

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“Precisamos dos melhores, independentemente do local onde nasceram”, respondeu Krishnan, sócio geral da Andreessen Horowitz, em resposta a um comentário no post.

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Sriram Krishnan é o empresário indiano-americano que Trump nomeou como conselheiro para a área da AI

Laura Loomer tem uma visão diferente sobre quem deve ser autorizado a entrar nos EUA para empregos altamente qualificados e bem remunerados na área da engenharia. Nos últimos dias, tem vindo a defender que as “big tech têm dinheiro suficiente para entregar o nosso país aos imigrantes”, referindo-se tanto a Musk como a Krishnan. “Os bilionários riem-se dos americanos nativos que trabalham no dia a dia”, escreveu num post publicado esta sexta-feira no X.

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Em muitas outras publicações tem defendido que os elementos base do movimento Make America Great Again devem lutar contra esta nova onda de influência dos “tech bros” — empresários da área tecnológica — na Casa Branca.

“A América é a terra da liberdade e das oportunidades”, defende Musk

Nas últimas horas, Elon Musk prosseguiu com a sua campanha online a favor da entrada de  imigrantes qualificados nos EUA. “Qualquer pessoa – de qualquer raça, credo ou nacionalidade – que tenha vindo para a América e trabalhado arduamente para contribuir para este país terá para sempre o meu respeito”, assegurou esta sexta-feira numa publicação.

O novo membro da administração Trump, que nasceu na África do Sul, defendeu na sua rede social, o X, que a “América é a terra da liberdade e das oportunidades”. “Lutem com todas as fibras do vosso ser para que continue a ser assim”, apelou ainda.

Noutro post, que fixou no cimo do seu perfil, recordou que a Tesla, a gigante de carros elétricos que fundou, foi batizada “em homenagem a Nikola Tesla, um dos maiores engenheiros de sempre”.

Foi um imigrante sem dinheiro cujas invenções levaram ao domínio americano na produção e utilização de eletricidade”, recordou, numa mensagem claramente dirigida aos críticos da nomeação do novo conselheiro de AI da Casa Branca.