A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra criou um guia que ajuda a identificar situações de violência física, psicológica, sexual, financeira e doméstica e aconselha como agir quando estas ocorrem.

“O guia ficou concluído em dezembro [de 2024] e estamos em processo de divulgação. É dirigido essencialmente às pessoas com deficiência intelectual, porque são as mais sujeitas a estes tipos de violência”, disse esta quinta-feira à agência Lusa a presidente da APPACDM Coimbra, Helena Albuquerque.

Para a elaboração do guia prático “Stop violência” foi essencial a colaboração de 50 utentes dos Centros de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI) de São Silvestre, Arganil, Montemor e Tocha.

“Foi um caminho que eles próprios fizeram. Não é um guia construído teoricamente, é um guia que parte das experiências dessas 50 pessoas com deficiência intelectual, algumas das quais foram sujeitas a estes tipos de violência”, contou.

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Segundo Helena Albuquerque, o guia descreve “os tipos de violência aos quais as pessoas com deficiência intelectual estão mais sujeitas e tem também uma forma de as levar, numa linguagem simples, a perceberem como devem combatê-lo”.

“Há violência física, psicológica, sexual, financeira e doméstica. Sobre cada tipo de violência é dada uma pista de como é que as pessoas com deficiência intelectual podem reconhecer que estão a ser sujeitas a esse tipo de violência e depois como é que devem agir”, frisou.

Isto porque, de acordo com a responsável, muitas vezes as pessoas com deficiência intelectual “ficam tristes, deprimidas, sem autoestima, mas não sabem reconhecer porque é que estão a ser tratadas dessa maneira”.

O guia será divulgado pelas 41 instituições que integram a Humanitas – Federação Portuguesa para a Deficiência Mental e também por outras que não são filiadas.

O objetivo é que “todas possam trabalhar este guia ‘in loco’ com os seus utentes“, consoante a sua realidade específica, acrescentou.