O rosto principal da insurreição popular em Moçambique, o candidato presidencial Venâncio Modlane, adiou esta quinta-feira a comunicação que ia fazer nas suas redes sociais e que deveria trazer o anúncio da “batalha final” contra o poder instalado, prometendo “voltar muito em breve” ao contacto com os seus apoiantes.

“Hoje tínhamos o compromisso de partilhar convosco um momento crucial na luta por um Moçambique melhor”, lê-se num comunicado partilhado pela plataforma de Venâncio Mondlane, a quem os apoiantes se referem como “VM7”. “Contudo, por razões técnicas e outros imprevistos, somos obrigados a adiar a live programada”.

Na mesma mensagem, o candidato diz querer assegurar que a sua mensagem chega com “clareza e profundidade” e promete voltar “muito em breve” e com “forma e determinação”. “O compromisso pela verdade e pela salvação de Moçambique continua mais viva do que nunca”, remata. “A luta é de todos nós, e a vitória será do povo!”

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O adiamento desta comunicação vem no seguimento de outro adiamento: o primeiro anúncio da operação “Ponta de Lança”, que seria a “batalha final” no processo de contestação dos resultados eleitorais que dão a Presidência de Moçambique a Daniel Chapo, da Frelimo, o partido no poder há 49 anos, também não aconteceu.

No final de dezembro, Mondlane adiou esse anúncio explicando que tinha recebido milhares de mensagens e emails a pedir uma trégua nos protestos para “enterrar mortos” e “identificar corpos que estão a encher nas morgues”. A data prevista para o novo anúncio era esta quinta-feira, dia 2 de janeiro, mas isso acabou por não acontecer.

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