O Hospital Fernando Fonseca ativou o plano de contingência e reforçou o número de camas, incluindo nos cuidados intensivos, devido ao aumento da afluência ao serviço de urgência, revelou esta segunda-feira a diretora clínica. “Aquilo que se tem verificado, à semelhança de outros hospitais, é um aumento da afluência ao serviço de urgência nas últimas duas semanas, intensificados nos primeiros dias deste ano. Chegámos a ter mais de 3 mil utentes atendidos nos primeiros cinco dias“, explicou Bárbara Flor de Lima.

Pressionados pelo aumento das infeções respiratórias, vários hospitais da região de Lisboa têm ultrapassado largamente os tempos de atendimento recomendados. No domingo, o Observador noticiou que o Fernando Fonseca, mais conhecido como Amadora-Sintra, estava entre os hospitais com maior tempo de espera, com doentes urgentes (pulseira amarela) a esperar quase dez horas. O valor diminuiu esta segunda-feira e, pelas 14h, estes doentes esperavam mais de três horas na urgência geral, segundo noticiou a RTP, com base em dados do portal do SNS.

Hospitais sob pressão. Tempo de espera para doentes urgentes no Santa Maria chegou às 15 horas

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Num ponto situação aos jornalistas, esta segunda-feira, a diretora clínica do Amadora-Sintra justificou os elevados tempos de espera em doentes urgentes — a triagem de Manchester dita que deveriam ser vistos no prazo máximo de uma hora — com o aumento da afluência. “Houve um pico de afluência que [resultou num] maior atraso no atendimento de doentes urgentes, mas que apesar de tudo se tem vindo a regularizar nas últimas 48h”, garantiu. Bárbara Flor de Lima alertou, ainda assim, que o facto de o plano de contingência ter sido ativado não significa que não possam existir outros picos de afluência.

A diretora clínica do Amadora-Sintra notou que “as pessoas não têm vindo a recorrer aos sítios certos” e que se verificou “uma grande proporção de utentes pouco urgentes, o que naturalmente também condicionou o atendimento num serviço de urgência”. “Reforço a necessidade do contacto com o SNS24 e também a procura de outras respostas ao nível da comunidade, nomeadamente com a consulta de doença aguda [nos centros de saúde], os atendimentos complementares e até mesmo o sub de Mem Martins, que é um urgência básica de atendimentos pouco urgentes”, afirmou.

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