Fabricantes da Birkenstock, marca alemã conhecida pelas sandálias com sola de cortiça, querem que as sandálias sejam protegidas de forma perpétua, e para isso querem que sejam reconhecidas como “obra de arte”. A notícia é avançada pelo jornal The Guardian.

O Tribunal Federal de Justiça da Alemanha vai decidir o futuro da sandália ergonómica, depois de três processos contra fabricantes de cópias terem sido apresentados na quinta-feira pelo fabricante de calçado alemão. Os concorrentes, entre os quais a marca Tchibo, terão vendido sandálias consideradas muito semelhantes aos modelos da Birkenstock, violando a lei dos direitos de autor, segundo os advogados da marca, que defendem que os sapatos da empresa devem ser considerados “obras de arte”.

Os advogados da Birkenstock alegam que a lei dos direitos de autor confere aos criadores das sandálias direitos exclusivos de utilização, tal como acontece com qualquer artista ou criador. O automóvel Porsche 356, outra invenção alemã, também está protegido por esta lei, de acordo com uma decisão do tribunal de abril de 2022, lembra o diário britânico. O mobiliário do artista suíço-francês Le Corbusier também recebeu proteção semelhante.

O caso centra-se em quatro modelos específicos — Arizona, o modelo clássico de duas tiras, Gizeh, como um chinelo de dedo, Madrid, com uma tira só, e o Boston clog, fechado na frente — e está agora no tribunal federal da Alemanha, depois de dois acórdãos anteriores terem chegado a conclusões opostas sobre se o termo “arte” pode ser usado em referência ao calçado.

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Já os representantes legais dos oponentes da Birkenstock, entre os quais a Tchibo, rejeitam a ideia. Insistem que uma sandália, independentemente do formato e por mais vezes que seja usada por celebridades, continua a ser uma sandália e não um avanço criativo para a humanidade, escreve o The Times.

No ano passado, foi reportado que a marca de calçado alemã estava a investir 15 milhões de euros em Portugal, mais especificamente em Arouca, para aí operar uma unidade de produção com mais de 600 postos de trabalho diretos. A nova fábrica deverá ocupar 13 mil metros quadrados na Zona Industrial de São Domingos.