Desde 25 de julho de 2014 que o Montepio está a ser alvo de uma auditoria forense pedida pelo Banco de Portugal e que pode estar relacionada com aplicações e financiamentos ao Grupo Espírito Santo (GES), noticiou esta sexta-feira a RTP. Segundo o banco, a investigação está a analisar os anos de 2009, 2010 e 2011, mas o canal de televisão diz saber que “está a ser passada a pente fino a exposição do Montepio ao GES”.
A RTP disse ter tido acesso a documentos “que mostram a exposição do Montepio ao GES na ordem dos 150 milhões de euros”, sendo que 120 milhões correspondem a investimentos do banco “na hotelaria com a marca Espírito Santo”, tendo sido investidos mais 30 milhões na Rio Forte. Estes investimentos terão sido feitos entre dezembro de 2013 e junho de 2014.
Responsáveis do Montepio responderam por escrito às perguntas feitas pela RTP, que levantou a seguinte questão: “Clientes e acionistas devem estar preocupados?”. Um porta-voz do banco dirigido por Tomás Correia disse que “as auditorias acontecem com regularidade todos os anos” e que “não são só normais, como desejáveis”.
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, disse a 8 de agosto no Parlamento que, para além do BES, três outros bancos se encontravam sujeitos a auditorias forenses. “Relativamente à auditoria forense, gostava de dizer que não é a primeira que fazemos, é a quarta. Esta ganhou mais publicidade por força das circunstâncias, mas estão três auditorias forenses já em desenvolvimento noutras circunstâncias, noutras instituições”, disse Carlos Costa.