O desemprego deve ter sido dos indicadores que mais dores de cabeça deu às autoridades. A ‘troika’ e o Governo subestimaram os efeitos das medidas na economia e sobrestimaram a capacidade das medidas aplicadas no mercado de trabalho para travarem a destruição de emprego.

O resultado salta à vista. Nas estimativas iniciais, o desemprego nunca chegaria aos 13% e, ao longo do programa, a taxa não aumentaria mais de dois pontos percentuais, tendo como base o valor estimado para 2010.

O resultado final foi um aumento da taxa de desemprego até aos 16,5%. Vítor Gaspar dizia que as contas saíram ao lado na taxa de desemprego, mas a dimensão do desvio foi maior que a esperada. Na verdade, a taxa só começou a parecer mais positiva porque, a certa altura, se esperava que o pico máximo da taxa de desemprego se situasse nos 18,5%, em 2013.

Com a melhoria das perspetivas económicas, veio também uma melhoria do cenário em relação à taxa de desemprego, que se espera agora que aconteça em 2014 e que desça para os 15,7%. É verdade que a economia está a criar emprego, mas o desaparecimento de boa parte da população ativa que serve de base ao cálculo desta percentagem, nomeadamente através do aumento da emigração, tem ajudado nas contas.

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