O sismo de magnitude 6,2 que abalou a região central de Itália na madrugada desta quarta-feira provocou a morte de 267 pessoas, avançou esta manhã a Proteção Civil italiana. Há 387 feridos em hospitais. O ministro da Saúde italiano admite que há várias crianças entre as vítimas.

De acordo com Postiglione, o balanço é ainda provisório, uma vez que se teme que existam outros mortos nos escombros das localidades mais afetadas.

Em Amatrice, morreram 207 pessoas. Em Arquata e Pescara del Tronto, morreram 49, e em Accumoli registaram-se 11 vítimas mortais. A presidente adiantou ainda que o número de feridos hospitalizados é de 365.

Segundo o jornal italiano Corriere della Serra, 215 pessoas foram retiradas vivas dos escombros pelas equipas de salvamento, que trabalharam durante toda a noite.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Uma nova réplica de magnitude 4,3 na escala de Richter fez-se sentir no início da tarde desta quinta-feira na região de Amatrice, provocando o colapso de edifícios que já estavam danificados. As equipas médicas foram chamadas ao local. Os dados mais recentes da Proteção Civil revelam que desde o início dos acontecimentos já foram registadas pelo menos 928 réplicas.

O comandante nacional da Proteção Civil, Fabrizio Curcio, admitiu num programa no canal de televisão Rai 1 que “as operações ainda estão a decorrer, pelo que o número deverá subir”. Numa outra entrevista, à SkyTg24, Curcio admitiu “não ficar surpreendido” se o número de mortos exceder o do sismo de Áquila, em que morreram pelo menos 300 pessoas.

No sismo morreram pelo menos oito cidadãos estrangeiros, não havendo indicação da existência de portugueses entre as vítimas. De acordo com informações dos ministérios dos negócios estrangeiros de Espanha e da Roménia, entre as vítimas mortais encontram-se um espanhol e dois romenos. A comunicação social britânica, por seu lado, avança que morreram três cidadãos do Reino Unido, incluindo um jovem de 14 anos. Entre as vítimas encontram-se também um cidadão do Canadá e um de El Salvador.

Vários milhares de pessoas ficaram desalojadas. Os últimos dados apontam para 2.500 pessoas, a maioria nas localidades de Pescara e Arquata del Tronto.

mapa italia 2

O sismo teve epicentro (vermelho) a dois quilómetros de Accumoli (verde), tendo afetado ainda Amatrice (amarelo) e Arquata del Tronto (azul). A região afetada fica a mais de 100 quilómetros a nordeste da capital, Roma.

As buscas envolvem neste momento 880 bombeiros, apoiados por 250 viaturas. No total, há 4.370 pessoas envolvidas nas operações de resgate, nove helicópteros e ainda 50 brigadas caninas, detalhou o ministro do Interior, Angelino Alfano, em comunicado. O Papa Francisco enviou seis bombeiros da pequena brigada do Vaticano para ajudar nas operações.

Ao Corriere della Sera, as autoridades admitiram que “ainda podem estar cerca de dez pessoas” debaixo dos escombros do hotel Roma, em Amatrice, que tinha pelo menos 70 hóspedes na altura. Já foram recuperados sete cadáveres, mas as autoridades já explicaram que muitos dos hóspedes tinham conseguido fugir do hotel.

Em Arquata del Tronto, uma das regiões mais afetadas em termos de infraestruturas, dois voluntários que estão a ajudar nas buscas disseram à imprensa italiana que os cães da polícia já não conseguem detetar sobreviventes nos escombros. “Obviamente, não é um bom sinal, mas ainda temos esperança”, disseram os voluntários.

O sismo já é um dos mais mortíferos das últimas décadas em Itália, com o número de vítimas a aproximar-se do sismo de Áquila, em 2009, que matou mais de 300 pessoas. Este sismo, com uma magnitude de 6,7, teve epicentro na cidade de Áquila, na região de Abruzos, deixou mais de mil feridos e pelo menos 60 mil pessoas ficaram desalojadas. Pode ver aqui a história de 40 anos de sismos em Itália.