O Partido Socialista criticou esta terça-feira o que considera ser “o apagão” na proposta de Orçamento do Estado para 2015 do impacto do BES na economia e nas contas púbicas e a ausência das alterações no IRS, considerando que também isto faz com que o cenário macroeconómico apresentado pelo Governo não seja credível.

Durante a primeira de duas audições da ministra das Finanças no Parlamento a propósito da proposta de Orçamento do Estado para 2015, o deputado socialista João Galamba sublinhou as reservas do partido em relação ao cenário macroeconómico, depois de a UTAO já ter colocado em causa algumas das suas variáveis.

“O PS tem alguma dificuldade em olhar para este cenário macro e ver nele um cenário credível”, disse o deputado.

Um dos principais pontos do PS é a ausência, já referida, de uma análise ao eventual impacto do BES na economia e nas contas públicas.

“Há um apagão neste orçamento de estado que é o impacto do setor financeiro, em particular do BES. O impacto do BES na economia portuguesa, e o impacto do BES no Orçamento do Estado. [Este impacto] parece preocupar todos, menos quem elabora o orçamento”, afirmou o deputado.

A ministra das Finanças respondeu dizendo que “não há impactos previstos no Orçamento de 2015, porque não se vê como pode haver impactos no orçamento de 2015 com esta medida”, referindo-se apenas ao empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução para o aumento de capital do Novo Banco, não fazendo referência a eventuais impactos económicos.

Outra das críticas do PS, é a ausências das alterações ao IRS na proposta de Orçamento. João Galamba diz que ao ser realizada numa proposta autónoma, o orçamento vê-se “amputado de uma parte importante”, algo que, diz, “não se entende”.

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