Os técnicos do Banco Central Europeu (BCE) apresentaram ao Conselho de Governadores um plano de compra de dívida pública em que uma das opções é levar o banco central a comprar apenas dívida pública da zona euro que tenha “rating” máximo (AAA). Aí, as compras – que ascenderiam a 500 mil milhões de euros – iriam limitar-se à dívida de países como Alemanha, Holanda e Finlândia. Outra opção é a compra de dívida pública com “rating” acima de “lixo”, caso em que a notação financeira da DBRS deveria ser suficiente para que as obrigações do Tesouro português estivessem na “lista de compras” de Mario Draghi. No mercado, os juros estão a subir ligeiramente.
Está concluído o trabalho de preparação de estímulos monetários adicionais encomendado por Mario Draghi e pelo Conselho de Governadores a uma equipa de técnicos de Frankfurt. As conclusões foram apresentadas na quarta-feira, dia 7, e prevê a compra de até 500 mil milhões de euros em dívida pública, um montante que está, por sinal, a dececionar alguns investidores, já que até ao momento se falava em medidas totais no valor de um bilião de euros. Segundo a Bloomberg, que cita fontes que estiveram presentes na reunião, o plano poderá passar pela compra de dívida com “rating” de investimento (acima de “lixo”), mas está em cima da mesa, também, a compra – exclusivamente – de dívida com “rating” AAA.
No mercado, as notícias estão a ser recebidas com alguma deceção, algo que os economistas estão a atribuir ao estabelecimento de uma meta fixa de 500 mil milhões de euros, que poderá não chegar para assegurar que o BCE consegue atingir o seu objetivo de aumentar o balanço em um bilião de euros. Estão já em curso medidas de compra de dívida privada. As taxas de juro de Portugal e de outros países mais fragilizados, como Espanha, estão a subir entre três e cinco pontos, dilatando a diferença face às taxas de juro da Alemanha.
Spread face à Alemanha sobe ligeiramente
Segundo a Bloomberg, poderiam ser definidas metas mensais para este plano, admitem as fontes. Os governadores ainda não tomaram uma decisão definitiva sobre o plano, que se incluir apenas dívida com “rating” de investimento excluirá de todo o modo a dívida da Grécia e de Chipre.