O banco espanhol CaixaBank apresentará esta terça-feira uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre 100% do capital do BPI. A instituição financeira catalã enviou um comunicado à Comissão de Mercado e Valores Mobiliários (CMVM) onde confirma essa intenção, avançada na segunda-feira pelo jornal El País. De acordo com o periódico espanhol, o CaixaBank pretende ter mais de 50% dos direitos de voto no BPI, que é o terceiro maior banco privado nacional.

Atualmente, o CaixaBank tem 44% do capital do BPI, mas só tem 20% dos direitos de voto, devido a normas internas do banco português. O CaixaBank precisa, assim, que o BPI revogue essa condição numa reunião de acionistas que será realizada após o lançamento da OPA. A revogação de tal norma é, aliás, condição necessária para o sucesso da operação, como o CaixaBank refere no comunicado enviado à CMVM.

No mesmo comunicado, os catalães – donos da rede La Caixa – oferecem 1,32 euros por cada ação do BPI, num total de 1,1 mil milhões de euros, bem como dizem prever “continuar a apoiar a equipa de gestão” do BPI, liderada por Fernando Ulrich.

Como resultado da apresentação da OPA, as ações do BPI foram suspensas esta terça-feira ainda antes da abertura da Bolsa. Na segunda, o BPI fechou a sessão a valorizar 3,37%, tendo sido a instituição cujos títulos mais subiram.

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O CaixaBank já está a preparar esta OPA há vários meses, refere o El País, que salienta que a compra do BPI é vista com bons olhos no mercado financeiro espanhol, não só porque o banco português teve 161,6 milhões de euros de prejuízos em 2014, como também deixaria o banco catalão muito bem posicionado na corrida à compra do Novo Banco, em que o BPI entrou.

Aliás, segundo o El País, uma possibilidade para o CaixaBank seria promover a fusão entre o BPI e o Novo Banco, o que criaria o maior banco português (ultrapassando a Caixa Geral de Depósitos), com uma marca forte onde os custos seriam mais baixos do que ter duas instituições bancárias abertas.

Desde 2010, o CaixaBank adquiriu cinco bancos em território espanhol, sendo que o BPI é a primeira tentativa de compra fora de Espanha. Os bancos comprados foram a Caixa Girona, o Bankpyme, a Banca Cívica, o Banco de Valencia e as operações bancárias do Barclays em Espanha.