A Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) anunciou esta quinta-feira em conferência de imprensa, na Casa da Música, os detalhes do seu próximo encontro. E vale a pena estar atento ao próximo dia 12 de junho: vêm a Portugal alguns dos nomes maiores dos que pensam e preparam o futuro. Vai ser um dia inteiro de diálogo mas acima de tudo de questionamento.

Sob o tema “Admirável Mundo Novo: o Futuro Chegou Cedo Demais?”, a FFMS quer questionar o caminho que a tecnologia prepara para a sociedade: Quais as principais inovações tecnológicas a que assistimos hoje em dia ou prevemos para o futuro próximo? Como afetam os indivíduos, a sociedade, a política e a economia? Quais as promessas encerradas nessas mudanças? Que riscos comportam? Até que ponto podemos prever essas inovações e as suas consequências, para que o futuro não chegue cedo demais?

O próprio logo do evento tem uma zona cinzenta e uma zona colorida, de forma a representar as virtudes e os riscos que se antecipam nas mudanças que aí vêm. O programa está organizado em torno de quatro sessões, mais uma conferência de abertura e um diálogo de fecho:

  • Manuela Veloso faz a conferência de abertura em torno do tema chave da conferência;
  • “Eu Digital”,onde David Brin e Evgeni Morozov irão discutir os perigos para a liberdade e para a identidade da nossa presença online;
  • “Vida Inteligente”, sobre os limites éticos e políticos das tecnologias biológicas e cibernéticas, conta com a participação de Ellen Jorgensen e de um outro nome a confirmar;
  • “Economia 2.0”, onde Tyler Cowen discute as mudanças que o mercado da informação e da tecnologia impõem no trabalho e na economia;
  • “República Digital”, onde Andrew Chadwick discute com Francisca Bria e Mário Campolargo as transformações democráticas que as tecnologias vão exigir;
  • Por fim, Bruce Sterling dialoga com Jake Bowers, antes da síntese do dia e do fecho por Alexandre Soares dos Santos.

De entre os nomes convidados há alguns que se destacam naturalmente pelo seu peso científico e popularidade:

  • Manuela Veloso é professora da Carnegie Mellon University e trabalha na área da inteligência artifical e robótica, tendo sido presidente da Association for the Advancement of Artificial Intelligence.
  • Evgeni Morozov é colunista da Slate e autor de dois livros fundamentais para o roteiro cético das novas tecnologias.
  • Ellen Jorgensen é diretora do Genspace, um laboratório de biohacking em Nova Iorque para o cidadão comum.
  • Bruce Sterling, um dos mais conhecidos escritores de ficção científica e ensaios futuristas, é colunista da Wired.

O encontro decorre na Casa da Música no Porto e simboliza a “vontade de descentralizar tanto quanto possível as nossas diversas iniciativas. A seguir ao Porto, várias cidades do país irão acolher outros eventos”. As palavras são de Nuno Garoupa, presidente da Fundação. Os bilhetes custam € 15 e podem ser adquiridos no site da fundação, onde também já estão disponíveis os detalhes sobre a conferência.

No ano passado, a Fundação trouxe a Portugal uma série enorme de nomes notáveis onde se destacaram Gilles Lipovetsky, Jeremy Waldron, Orhan Pamuk, Michael Ignatieff, Roberto Mangabeira Unger, Yochai Benkler e Eduardo Lourenço. Dessa vez o encontro foi no CCB em Lisboa, com o tema “À procura da Liberdade”. O Observador entrevistou algumas das principais figuras desse encontro e agora estará também presente em junho na Casa da Música.

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