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35 restaurantes que nos fazem correr o país para comer

Na listagem que se segue vai encontrar referências de norte a sul, uma série de restaurantes que fazem valer a pena a distância necessária para os encontrar. Boa viagem e bom proveito.

“Pelos caminhos de Portugal/Eu vi tanta coisa linda/ Vi um mundo sem igual”, cantava o músico luso-brasileiro Mário Gil numa canção que 90% dos portugueses reconhece automaticamente. Na obra em questão, banda sonora de muitos bailaricos e Natais dos Hospitais, o autor fala em várias regiões, vilas e cidades de norte a sul do país que o próprio foi conhecendo e sempre o deixaram espantado — de tal forma que isso o inspirou a fazer uma canção que dificilmente será esquecida. Imagine-se então que em vez de gabar a (inegável) beleza natural de Portugal, Mário Gil falava da comida que também habita esses recantos? Dos restaurantes que se podem encontrar fora dos sítios do costume e que, muitos deles, já somam largos anos de funcionamento e boas memórias? Seguramente havia material para toda uma discografia completa.

Na listagem que se segue encontra um apanhado de 35 espaços, todos eles fora de cidades como Lisboa e Porto (e das regiões autónomas), onde garantidamente irá ter uma experiência gastronómica que, como diz o guia Michelin sobre o que significa as suas três estrelas, “vale uma viagem especial”. Tome nota ainda do que deve provar em cada uma destas mesas. Boa viagem e bom proveito.

NORTE

Restaurante Brasão

Rua da Liberdade, 4082, Felgueiras; 255 336 118; site

Deve provar: Costela de Boi no Bafo ou Bacalhau à Brasão

D.R.

As aparências iludem e prova disso é este Brasão: visto de fora parece um simples tasco de beira da estrada mas a verdade é que aquilo que guarda lá dentro é uma das joias gastronómicas do país. Desde 1978 que o chef António Carvalho gere esta casa de bem comer onde pratos como a costela de boi no bafo (cozinhada no forno por oito horas), o bacalhau à Brasão ou a sopa de garoupa são ex-libris incontornáveis.

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Maria Rita

Quinta do Romeu, Rua da Capela, Jerusalém do Romeu, Mirandela; 278 939 134; site

Deve provar: Açorda de espargos bravos ou feijoca à transmontana

D.R.

O belíssimo restaurante que hoje faz parte da produtora de vinhos (biológicos!) Quinta do Romeu foi, durante muitos anos, uma estalagem que tinha a senhora Maria Rita como proprietária. Esta moradia em pedra e madeira digna de qualquer conto queirosiano já funcionava em 1874 mas só em 1966 é que ganhou o registo que até hoje mantém, sendo ele o de bem comer e beber. Especialidades transmontanas é aquilo que aqui vai encontrar sendo que, entre elas, tem os bifinhos na caçarola e sopa seca, o famoso bacalhau à Romeu, a típica posta mirandesa e até a feijoca à transmontana.

O Geadas

Rua do Loreto, Bragança; 273 324 413; site

Deve provar: Lombo de javali com castanhas e batatinhas a murro

Desde novembro de 2018 que este nome passou a ser mais familiar da grande maioria dos portugueses. Uma das surpresas da última cerimónia Michelin foi a inclusão do restaurante G Pousada, em Bragança, na lista dos estrelados nacionais e, à conta disso, este O Geadas, também ganhou destaque. Porquê? Simples: os irmãos Óscar e António, chef e sommelier do recém estrelado G Pousada, são filhos de Adérito e Iracema, casal que há mais de três décadas gere este O Geadas, espaço mítico de comida tradicional portuguesa. É na sua sala ampla e com vista para o rio Fervença que se servem especialidades como o lombo de javali com castanhas e batatinhas a murro, o típico cordeiro bragançano, a perdiz com toque Geadas e, claro, a tradicional posta mirandesa.

G’Pousada

Pousada São Bartolomeu, Estrada do Turismo, Bragança; 273 331 493; site

Deve provar: tudo o que o chef Óscar tiver para lhe oferecer num dos seus menus de degustação

© Ricardo Castelo Observador

Lá está: Não dá para falar d’O Geadas e esquecer o G Pousada. Uma das maiores vitória retiradas da mais recente gala Michelin foi a descentralização da atribuição de prémios, que foram parar a destinos menos óbvios como Bragança, a localidade onde encontra este fine dining puro e duro que tanto trabalha com os sabores mais típicos de Trás-os-Montes — a caça, a castanha, os cogumelos, o zimbro, etc, etc…– como com aqueles menos óbvios (dado o terroir envolvente) que juntam lagostas, lavagantes ou caviar e que, ao seu jeito, acabam por fazer sentido.

A Cozinha por António Loureiro

Largo do Serralho, 4, Guimarães; 253 534 022; site

Deve provar: Perdiz de escabeche com trufa ou o bacalhau no borralho

Aqui está mais um dos grandes vencedores Michelin anunciado no passado mês de novembro de 2018. António Loureiro e o seu restaurante de ar acolhedor — uma pequena casinha tradicional toda remodelada — foram fazendo o seu caminho calmamente, longe dos holofotes da imprensa, e consolidando o seu valor enquanto talento da gastronomia nacional. Hoje, já estrelado, apresenta dois menus de degustação em que os sabores mais tradicionais (como o do bacalhau no borralho, a truta salmonada ou a perdiz de escabeche) se juntam com a técnica contemporânea.

A Lareira

Avenida Nossa Sra. do Caminho, 58, Mogadouro; 279 342 363; site

Deve provar: bacalhau à moda d’A Lareira e posta à Mogadourense

D.R.

Não há como enganar: o nome deste restaurante foi escolhido em jeito de homenagem à enorme lareira que se encontra numa das suas salas de refeições. Aberto há quase 40 anos pelos irmãos Eliseu (quem costuma cozinhar) e António Amaro, este espaço é um verdadeiro ícone da pequena localidade de Mogadouro e continua com a fasquia elevada no que à comida diz respeito. É da lareira que consome, em média, 120 toneladas de madeira por ano, que saem pratos famosos como a posta à Mogadourense ou a deliciosa costeleta de vitela. Há também outros pratos estrela como o bacalhau à moda d’A Lareira e a doce Charlotte.

O Abel

R. do Sabor, Gimonde; 273 382 555; site

Deve provar: posta à Mirandesa e butelo com casulas

D.R.

É ainda para os lados de Bragança que encontramos este O Abel, casa de comida regional que abriu portas pelas primeira vez no dia 1 de abril de 1984 (e não, isto não é mentira). Gerido pelo senhor Abel Afonso (que foi camionista durante muitos anos) e a sua mulher, a senhora Clóris Simões, esta casa é muito reconhecida pela alta qualidade dos seus grelhados, sendo a posta à Abel (feita na brasa e “aromatizada com as melhores especiarias”) um dos ex-libris. Utilizando apenas produtos da região — do vinho ao mel –, as iguarias que aqui se servem são o reflexo desta zona do país e a prova disso está no fundo de um prato de tripas com feijão ou no butelo com casulas, especialidade restrita aos meses mais frios e implica reserva antecipada.

Largo do Paço

Hotel Casa Da Calçada Relais & Chateaux, Largo do Paço, Amarante; 255 410 830; site

Deve provar: Porco bísaro com couve fermentada, salada crocante e mostarda

É em Amarante que se esconde uma das mais interessantes estrelas Michelin do país. Orgulhoso detentor de uma estrela desde 2005, este restaurante já mudou de chef imensas vezes — de Ricardo Costa a Vítor Matos, passando por André Silva e o atual responsável, Tiago Bonito — mas nunca deixou cair o seu elevado nível de qualidade. Inserido num luxuoso palacete século XVI, este espaço segue a mesma receita que muitos dos seus colegas: cozinha criativa, com fortes raízes naquilo que é tradicionalmente português, mas com laivos da chamada “cozinha internacional” que tão bem caracterizam os vencedores de estrela.

São Gião

Av. Comendador Joaquim de Almeida Freitas, 56, Moreira de Cónegos; 253 561 853; site

Deve provar: raia com manteiga negra e pudim Abade de Priscos

D.R.

Um clássico dentro dos clássicos. Falar no São Gião é referir um dos muitos templos da comida tradicional portuguesa que se encontram espalhados pelo país — sendo este mais próximo da zona de Guimarães. Liderado pelo carismático Chef Pedro Nunes, este espaço dá a pratos típicos como uma empada de perdiz ou um cabrito assado no forno toques mais contemporâneos, talvez mais próximos da nouvelle cuisine de outros tempos. Não deixe de se aquecer na lareira que mora no centro do restaurante e também de provar o divinal Pudim Abade de Priscos, a raia com manteiga negra, o capão assado no forno ou as tripas à moda do Porto.

Ignacio

Campo das Hortas, 4, Braga; 253 613 235; site 

Deve provar: Tentáculo de polvo com batata recheada e rojões à moda do Minho

A chef Paula Peliteiro já tinha feito nome no seu espaço em Esposende, o “Sra. Peliteiro”, quando surgiu a oportunidade de tomar conta do Inácio, mítico restaurante bracarense com quase 100 anos de funcionamento ininterrupto. O desejo concretizou-se e desde há cerca de um ano para cá encontramos nesta remodelada casa versões mais contemporâneas de clássicos da gastronomia regional. Entre os rojões à minhota ou o tentáculo de polvo com batata recheada, não faltam sugestões para fazer valer a pena qualquer viagem, seja o ponto de partida a própria cidade de Braga ou a distante Faro.

Bocados Restaurante

Rua S. Mamede de Arca, 84, Ponte de Lima; 967 551 743; site

Deve provar: capão de Freamunde assado ou empada de vitela minhota

Com 22 anos de funcionamento acabados de fazer (as velas do bolo de aniversário foram sopradas no passado mês de fevereiro), este Bocados é um bom exemplo de como se pode inovar sem perder identidade. Maria Palmira Pereira e José António Cunha da Silva tinham o sonho de abrir um pequeno espaço, intimista, onde pudessem servir os seus petiscos. A realidade bateu à porta em 1997 e desde então têm servido clássicos da região — como o sarrabulho, a lampreia, o sável e  muita caça — nos 25 lugares que compõem este recatado restaurante limiano.

CENTRO

Mugasa

Largo da Feira, Fogueira, Sangalhos; 234 741 061; site

Deve provar: o leitão (sem sombra de dúvida!)

D.R.

Espumantes e leitão: haverá melhor imagem de marca da zona da Bairrada? Localizado no concelho de Anadia, este já histórico Mugasa (a sua origem remota ao ano de 1976) não produz o vinho gaseificado mas é uma verdadeira autoridade na arte de assar e servir leitão — daí servir de verdadeiro símbolo de toda esta região. É sob os comandos de Ricardo Nogueira que nascem estas deliciosa e bem assada iguaria, bem como tudo o resto que dela é derivado: como a feijoada de leitão, as iscas de leitão de cebolada e até a pouco usual cabidela de leitão. Venha preparado para umas horas bem passadas e com o barulho da pele crocante a rachar como banda sonora.

Retiro da Manhosa

Rua Lages, Ranhados (Viseu); 232 461 573

Deve provar: o cabrito

O nome pode não soar muito convidativo, porém, não deixe que o demova de entrar, sentar-se e comer nesta pequena casa de pasto nos arredores de Viseu onde encontra aquele que será, talvez, um dos melhores cabritos assados do país. Gerido por Paulo Almeida e a família desde 1974, este poiso humilde de balcões de alumínio e travessas de chapa serve o cabrito grelhado na brasa, com batata frita, mas também tem deliciosas pataniscas um convidativo bacalhau grelhado (também na brasa, claro).

Chico Elias

Estrada de Paialvo (EN 349-3), Algarvias, Tomar; 249 311 067; site

Deve provar: coelho na abóbora e o bacalhau com carne de porco

Há mais de 70 anos que nos arredores de Tomar mora um dos melhores restaurantes da região, o Chico Elias. Não sendo prático para quem se cruza com ele de repente e decide visitá-lo — é imperativo fazer reserva, quanto mais não seja porque há marinadas que exigem 48h de espera –, este espaço de aura caseira e ambiente confortável é liderado pela senhora Maria do Céu, a criadora do “Coelho na Abóbora”, uma das iguarias mais características deste poiso. Quando aqui passar prove o bacalhau com carne de porco, petingas de cebolada ou as famosas fatias de Tomar (também conhecidas como fatias da China).

Mesa de Lemos

Quinta de Lemos, Passos de Silgueiros, Viseu; 961 158 503; site

Deve provar: aposte num dos menus de degustação que não sairá defraudado

D.R.

Este é um dos maiores bastiões do fine dining na zona centro e tem no chef Diogo Rocha o seu líder espiritual (e não só). Localizado num edifício de cortar a respiração — uma construção de vidro e aço embutida num monte rochoso –, este Mesa de Lemos é uma das joias da coroa da Quinta de Lemos, produtor vínico por trás deste projeto. Nos menus de degustação do chef Diogo só entram produtos portugueses, sem exceção, e os sabores regionais dominam a maioria dos pratos. Nas mais recente cartas figurava sugestões como a Avelã de Viseu e Maçã Bravo de Esmolfe ou o bacalhau com leguminosas de Viseu.

Taverna do Baleia

Rua da Escola, 3, 963 858 284; site

Deve provar: Arroz de cabidela ou a mão de vaca com grão

Simplicidade e autenticidade são duas palavras terminadas em “dade” que muito bem caracterizam esta casa de petiscos no centro do país. Localizada na freguesia de Benedita, terra natal de grande parte da cutelaria nacional de alta qualidade, esta Taverna do Baleia vai alterando a sua carta com frequência (diariamente, quase) mas a qualidade de pratos como o arroz de cabidela, o ensopado de borrego, a lingua estufada, o bacalhau com grão, a mão de vaca com grão ou a massada de peixe, nunca é posta em causa.

Adega dos Apalaches

Rua Senhora das Neves, Roqueiro; 934 028 365; site

Deve provar: O famoso cabrito estonado (mas reserve com antecedência)

Sabia que a localidade de Oleiros é considerada a capital do cabrito estonado? É verdade. Esta receita milenar — que de forma simples pode ser descrita como o cozinhar de um cabrito como se este fosse um leitão, ou seja, vai ao forno de lenha com pele — é estrela nesta zona do país e na Adega dos Apalaches é o prato mais pedido. Ou melhor, encomendado, já que o dito animal tem de ser encomendado com antecedência. A casa onde o pode comer é um bonito edifício de madeira, virado para a natureza, onde brilham também outros pratos como os maranhos à moda de Oleiros, a cabidela de galinha ou até os chocos guisados.

O Júlio

Rua do Loureiro, 11 A , Gouveia; 238 083 617

Deve provar: o entrecosto com arroz de carqueja

Escondido numa rua estreita, identificável por um toldo vermelho suspenso em cima da porta de entrada, mora este clássico da cidade de Gouveia. De decoração simples e com uma cozinha grande, visível da sala de refeições, esta casa tem fama pelos seus enchidos caseiros, como a farinheira, por exemplo, que pode ser provada como entrada, salteada em azeite. Há ainda outros clássicos regionais como o entrecosto com arroz de carqueja, o ensopado de cabrito com míscaros, o javali de cebolada ou até a feijoca à pastor.

Vallécula

Praça Doutor José de Castro, 1, Valhelhas, Guarda; 275 487 123

Deve provar: paté de galo e coelho com castanhas

É nesta casa de ar patusco (cuja construção data do século XVII), com a fachada toda em pedra, que mora um dos clássicos da zona da Guarda, na pequena povoação de Valhelhas. Neste templo de comida regional só se sentam 32 pessoas de cada vez (é aconselhável fazer reserva) mas há sempre lugar para especialidades como o paté de galo ou o Galo estufado à moda antiga, dois dos grandes favoritos da carta. Para sobremesa, experimente qualquer uma que venha com as compotas da casa — vale a pena prová-las.

Taberna Ò Balcão

Rua Pedro de Santarém, 73, Santarém; 243 055 883; site

Deve provar:  o coscorão do rio até ao mar e o trio de língua de toiro, cecina (carne curada) e lombo

Em pouco tempo, o chef Rodrigo Castelo conseguiu tornar-se num dos mais interessantes exemplos de como a gastronomia mais criativa não tem de se resumir às grandes cidades, abrindo esta Taberna Ò Balcão na sua cidade de Santarém. Apesar de todo o aspeto da casa nos remeter a uma tasca tradicional, a verdade é que aquilo que aqui poderá provar são bons exemplos de como é possível potenciar ao máximo tudo aquilo que é natural e típico de uma região que, até surgir Castelo, poucos conheciam. Há muito peixe e marisco de rio — do achigã ao lagostim — bem como carnes menos comuns como a de bode e toiro bravo.

Taberna D’Adélia

Rua das Traineiras, 12, Nazaré; 262 552 134; site

Deve provar: peixe fresco grelhado ou a cataplana nazarena

Nazaré é sinónimo de peixe fresco e isso é motivo suficiente para lhe facilitar a escolha quando passar por esta casa que já se destaca por ser uma das mais populares da região — daí ser aconselhável ligar antes de lá aparecer, sob o risco de não ter lugar onde se sentar. Nasceu no dia 1 de julho de 1987 e desde então tem servido o melhor dos mares, tanto no capitulo do peixe como no do marisco. O peixe grelhado simples é aposta certa mas também pode divagar pela caldeirada nazarena, os carapaus fritos ou a massada de peixe. No final deixe-se levar pelo tabuleiro de sobremesas — o chamado pijaminha que pode ter farófias, pudim, leite creme, mousse de chocolate e muito, muito mais.

Tasca do Joel

Rua do Lapadusso, 73, Peniche; 262 782 945; site

Deve provar: bacalhau à Joel ou a caldeirada de peixe

Foi em 1982 que inaugurou o restaurante que, desde então, se tornou num verdadeiro símbolo do bem comer na zona de Peniche.  Tudo começou com uma pequena casa onde os pescadores, depois de virem da faina, reuniam-se para petiscar qualquer coisa. O projeto foi evoluindo, crescendo — no início serviam apenas três pratos, frango, entrecosto e bacalhau, todos confecionados no forno a lenha que hoje ainda é usado — até que se tornou num gigante que até loja gourmet já tem. Passe por cá para comer peixe e marisco do bom — a caldeirada e a massada de peixe são muito recomendadas — bem como alguns pratos de carne como o bife de vitela na lenha ou o coelho à Tasca grelhado.

O Batareo

Rua Das Fontainhas, 64, Setúbal; 265 234 548; site

Deve provar: tudo o que vier da grelha

É com uma tremenda humildade e simplicidade que tudo se faz nesta casa à beira-mar plantada que é um verdadeiro hino à frescura do peixe e do marisco. Explorando principalmente aquilo que o Sado lhes dá, este restaurante familiar é uma pérola escondida até para muitos setubalenses. Entre vitrines de peixe, balcões de alumínio e mesas com toalhas de papel moram fresquíssimos salmonetes, carapaus e muito, muito mais. Prove o cherne grelhado ou as lulas/chocos com tinta salteados com cebola e coentros.

Dom José

Rua Dr. Alberto Martins dos Santos, 4, Bombarral; 262 604 384; site

Deve provar: lulinhas à Peniche e feijoada de chocos com camarão

É no rés-do-chão de uma moradia à entrada do Bombarral, bem no centro do país, que vai encontrar esta casa que, depois de umas obras de renovação, voltou àquilo que melhor sabe fazer: dar a provar o melhor da comida típica desta zona de Portugal (e arredores). Com uma garrafeira extensíssima e plena em em referências menos óbvias, este Dom José é um bom sítio não só para a comida de tacho mas também para uns quantos petiscos na grelha. A feijoada de chocos com camarão é bastante popular bem como as lulinhas à Peniche. Não desperdice a oportunidade de provar também os filetes de peixe galo com açorda de ovas panadinhos de maruca com arroz de feijão.

SUL

Mercearia Gadanha

Largo Dragões de Olivença, 84A, Estremoz; 268 333 262; site

Deve provar: ovos mexidos da Gadanha ou a empada de perdiz

O Alentejo é um dos maiores polos gastronómicos do país e foi em Estremoz que surgiu um dos seus mais curiosos bastiões de contemporaneidade. É das mãos da sorridente e talentosa Michele Marques — carioca que trocou o Brasil pela tranquilidade alentejana — que nascem os pratos que fizeram desta Mercearia Gadanha uma paragem obrigatória para qualquer foodie. Num espaço que se divide em restaurante, garrafeira e mercearia são servidos pratos como os bonitos ovos mexidos da Gadanha, a empada de perdiz e as bochechas de porco preto estufadas com puré de batata. Se aqui passar passe ao lado das sobremesas, outro dos ex-libris da casa.

Tombalobos

Rua 19 de Junho, 2, Portalegre; 245 906 111; site

Deve provar: abanicos de porco alentejano e molejas de borrego salteadas

O Alentejo não podia ter melhor embaixador que o chef José Júlio Vintém, filho da região que fez nome à conta da sua petiscaria Tombalobos, em Portalegre, que já é motivo de peregrinação para muitos apaixonados da boa comida de todo o país. Recentemente fez uma renovação no espaço — e abriu o Picamiolos, em Lisboa — mas a índole petisqueira mantém-se inalterada. Isso e a filosofia de aproveitar todas as partes dos animais, havendo por isso muitas iguarias menos conhecidas como orelha e focinho de porco grelhados, mioleira de porco panada ou molejas de borrego salteadas. Que não se assustem os comensais menos aventureiros: há também gulodices como rabo de boi guisado, abanicos de porco alentejano ou pica-pau à Tombalobos.

Luar de Janeiro

Travessa do Janeiro, 12/12A, Évora; 266 749 114 ; site

Deve provar: passarinhos fritos e pataniscas

Tudo começou quando há mais de 35 anos o casal Olívia e André Prates decidiram tomar conta de uma antiga tasca que morava dentro das muralhas de Évora. Com Olívia na cozinha e André na sala, este Luar de Janeiro foi ganhando popularidade e hoje já uma referência nesta zona do país. Oferecendo tanto petiscos como pratos compostos, esta casa já era especialista em carnes — do borrego ao porco preto alentejano — mas com o tempo passou a explorar também o mundo dos peixes e  mariscos. Quando aqui passar experimente o ensopado de borrego, a perdiz estufada com couve lombarda, o arroz de bacalhau ou as tradicionais migas de espargos com porco preto.

Esporão

Herdade do Esporão, Reguengos de Monsaraz; 266 509 280; site

Deve provar: aceite o menu de degustação Carte Blanche e deixe-se levar pelo chef Carlos

O Esporão dispensa apresentações — há vários anos que é um dos principais produtores de vinho do Alentejo — contudo, o restaurante que tem em funcionamento dentro do seu enoturismo em Reguengos de Monsaraz merece ser apresentado condignamente. Depois de vários anos sob a batuta do chef Pedro Pena Bastos e deste levar o projeto por um caminho mais próximo do fine dining, a nova vida desta casa faz-se num registo mais descontraído, ainda mais ligado ao terroir alentejano, que é regido pelo chef Carlo Teixeira. O menu muda quase todos os dias, daí ser difícil aconselhar um prato em específico. Deixe-se levar e vá à confiança.

Taberna João das Cabeças

Rua da Aclamação, 60, Castro Verde; 286 322 317

Deve provar: Cabeça de borrego assada

A imagem idílica de uma casa honesta, perdida no Alentejo, onde se podem passar tardes e noites sentado num banco de madeira é a realidade diária nesta Taberna João das Cabeças. O ex-libris da casa, as cabeças de borrego assadas, não são próprias para os mais sensíveis — por muito que os apreciadores salivem só ao ler a ementa –, mas isso não é problema que um ou outro copo de vinho de talha não resolva. Passe por aqui e aproveite os petiscos, pão e enchidos, bem como os pratos mais compostos que vão das açordas ao porco preto.

Monte D’Açorda

Rua da Ribeira, 1, Campinho;  266 589 370; site

Deve provar: sopa de tomate com ovo e carnes fritas

Diogo Lopes/Observador

A uns quilómetros de Reguengos de Monsaraz existe a pequena aldeia de Campinho que, por entre as suas ruas estreitas, é casa deste Monte D’Açorda, um segredo bem escondido que certamente encherá as medidas de todos os fãs da comida tradicional alentejana.  Na listas das especialidades, a sopa de tomate com ovo e carnes fritas ocupa um dos lugares cimeiros, logo atrás da sopa de cação e o porco preto regional na grelha. É escolher e saborear — a comida e a sensação de conforto que este restaurante transmite. Parece que estamos em casa.

Café Correia

Rua Primeiro de Maio, 4, Vila do Bispo; 282 639 127

Deve provar: coelho à Correia

Este verdadeiro bastião do bem comer já serve há mais de 60 anos e (felizmente) não aparenta ter fim à vista. A casa de José Francisco e da mulher, Maria Elisa, já é famosa por todo o país e arredores pela frescura e sabor da cozinha típica a que habituou os seus clientes. Na ementa há sempre muitas propostas vindas dos mares como o trio camarão guisado, massada de camarão ou arroz de camarão. Contudo, é na carne que mora o seu prato mais famoso, o coelho à Correia.

Tasca do Petrol

Corgo do Vale, Marmelete, Monchique; 282 955 117; site

Deve provar: orelha de porco e lombos de porco na banha

Praias maravilhosas, peixe incrível e marisco ainda melhor: é verdade, o Algarve é tudo isto — e muito mais. A zona serrana do sul do país tem passado despercebida há demasiado tempo e essa tremenda injustiça faz com que sítios como esta Tasca do Petrol não apareça no radar de muitos portugueses (e não só). Situada na serra de Monchique, esta casa que já soma várias décadas de funcionamento é um reduto das tradições algarvias que menos se conhecem, as do medronho, dos enchidos, do porco e do milho. Na ementa deste espaço muito humilde vi encontrar maravilhas como os lombos de porco na banha, pernil no forno, papas de milho ou bolo de medronho e batata doce.

A Tia Bia

Estrada Nacional 2, Barranco do Velho, Loulé; 289 846 425; site

Deve provar: O coelho na abóbora e o “jantarinho” serrano

Este híbrido entre restaurante e estalagem já soma vários anos de funcionamento e é mais outro bom exemplo daquilo que pode ser a comida serrana algarvia de qualidade. Este A Tia Bia é pautado pela simplicidade e pelos sabores da terra, coisa que se nota em pratos como o “jantarinho” serrano (uma espécie de mistura entre um cozido e rancho), por exemplo, ou no coelho na abóbora, uma das especialidades da casa. Na lista de petiscos a não perder entram ainda sugestões como a perdiz frita (caçada nas redondezas, sempre que a época o permite) ou o galo à chefe. Tente sempre reservar antes de cá passar, a afluência costuma ser grande, especialmente nos meses mais quentes (como seria de esperar).

Taberna Típica Quarta-Feira

Rua do Inverno, 18, Évora; 266 707 530; site

Deve provar: Cachaço de porco assado

Bem no centro da cidade de Évora mora esta patusca casa de comida típica alentejana que já é tida como poiso seguro para todos os que atravessam o Alentejo à procura de onde se come bem. É das mãos do chef José Dias que nascem a maior parte dos pratos típicos que aqui pode encontrar (alguns podem ter o toque de João, o filho do cozinheiro e proprietário) e na ementa estão especialidades como o cachaço de porco assado, que é servido diariamente,  o típico bacalhau — que pode ser servido à Brás, por exemplo — ou até umas simples e gulosas costeletas de borrego grelhadas.

Adega Velha

Rua Doutor Joaquim José Vasconcelos Gusmão, 13 , Mourão;  266 586 443

Deve provar: Cozido de grão

Vinho de talha e cozido de grão: existirão coisas mais alentejanas que isto?  Estas duas especialidades que são servidas na Adega Velha, em Mourão, gozam de considerável fama nestas redondezas. Servidas num ambiente rústico e humilde, onde nos sentamos lado a lado com uma enorme coleção de rádios e grandes ânforas de barro (onde é feito o tal vinho de talha), podemos percorrer uma carta com referências como a típica sopa de cação, uns ovos mexidos com espargos bravos ou uma encharcada.

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