Estavam milhões de pessoas coladas aos ecrãs de televisão à espera de ver aparecer a noiva, mas o dilúvio que caiu sobre Madrid pelas 11h00 daquela manhã provocou uma mudança de planos. O casamento do príncipe Felipe de Espanha e de Letizia Ortiz a 22 de maio de 2004 tornou-se naquela manhã de sábado o programa mais visto da história da Televisão Espanhola. A boda do herdeiro do trono espanhol misturou a grandiosidade de um acontecimento histórico com os imprevistos que acontecem em todas as outras. Maria José Ritta, primeira dama de Portugal na altura, lembra a imponência da cerimónia. Mabel Galaz, jornalista a cobrir a boda para o El País, recorda a segurança apertada e a fila para a casa de banho cheia de realeza. Bouza Serrano, antigo embaixador a comentar o evento, reflete sobre a importância daquele dia para a monarquia. Da segurança ao protocolo, passando pelas desavenças e uma verdadeira reunião de realeza mundial, tudo regado com muita chuva, recontamos a história do casamento real de Espanha com ajuda de quem lá esteve.
“Recordo de maneira especial a fila para a casa de banho que foi instalada na catedral e na qual coincidi com vários membros de casas reais”
“Era o casamento do herdeiro e com ele começava a forjar-se a continuidade da coroa que culminou com o nascimento de Leonor. E, de alguma forma, começou a desenhar-se a monarquia do século XXI que Felipe e Letizia representam“, explica ao Observador Mabel Galaz, jornalista do El País que acompanhou a realeza durante mais de 30 anos e esteve, claro, no casamento real do século em Espanha. Na verdade, não havia um casamento de um herdeiro ao trono em Espanha há cerca de 100 anos. Dom Juan Carlos e Dona Sofia casaram em Atenas em 1962 e os pais do Rei, Dom Juan e Dona Maria de las Mercedes casaram em Roma. É preciso recuar a 1906, quando Alfonso XIII casou com Victoria Eugenia de Battenberg, para encontrar o último casamento da família real em Madrid.
“Foi uma grande experiência pessoal e profissional. Na Catedral de Almudena estavam representados os poderes do Estado, as casas reais e a sociedade civil. Como qualquer convidada tive que cumprir com o código de etiqueta ao vestir.” Mas Mabel lembra também que este acontecimento estava rodeado de grandes medidas de segurança. “Tivemos que chegar à catedral com mais de duas horas de antecedência e passar por vários pontos de controlo. Todos estávamos acreditados e supervisionados por agentes de segurança e pela Casa do Rei.” O dia foi único e, por isso, também muitos momentos memoráveis que só quem lá estava pôde testemunhar. “Recordo de maneira especial a fila para a casa de banho que foi instalada na catedral e na qual coincidi com vários membros de casas reais que ficaram muito aborrecidos quando a segurança deixou passar o então Presidente da Colômbia. Também o trovão que soou quando Letizia disse o ‘sim’.”
[Já saiu o segundo episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio.]
Naquela manhã de sábado, desfilaram inúmeros membros de casas reais e chefes de estado por uma passadeira vermelha em direção à Catedral de Almudena, terminada de propósito para o casamento. Esteve presente realeza do mundo inteiro e algumas famílias em peso, como por exemplo da Suécia, da Noruega ou da Grécia. Foi uma celebração da grande família da realeza e dos laços que os unem, neste caso, aos membros da família real espanhola. Os duques de Bragança, dom Duarte e dona Isabel, também estiveram presentes. Nos dias que antecederam o casamento, os príncipes dos Países Baixos e da Noruega foram fotografados no aeroporto a segurar os seus bebés nas respetivas cadeirinhas transportadoras.
Seguiu-se o cortejo da família real espanhola. Em pares, o noivo e a sua família percorreram uma outra passadeira vermelha, esta desenhava uma linha reta entre o Palácio Real e a entrada da catedral. A última a chegar, manda a tradição que seja a noiva e, quando todos esperavam que Letizia de braço dado com o pai caminhasse em direção ao templo pelo mesmo caminho a chuva começou a cair sem dar sinais de tréguas. A passadeira ensopada ficou para trás e Letizia e os seus pequenos pajens rumaram à catedral de carro. A primeira imagem da noiva foi numa janela salpicada pelos pingos da chuva. O arcebispo de Madrid, Antonio Maria Rouco Varela casou Felipe e Letizia perante uma catedral cheia com 1200 a 1400 convidados e uma multidão que assistia pela televisão.
Letizia cumpriu tudo o que se esperava da noiva real. O vestido foi a criação que consagrou o designer de moda espanhol Manuel Pertegaz, de 86 anos: “Fiz um vestido para uma princesa”, disse aos jornalistas. Feito em seda natural com fios de prata e bordado com motivos como a flor-de-lis, a flor-de-lis heráldica, espigas de trigo, trevos e medronheiros, tinha manga comprida, decote em bico e uma cauda de 4,5 metros a partir da cintura. “O vestido era incrível, mas muito pesado e custava-lhe deslocar-se pelo corredor. Tinha os olhos húmidos da emoção e soubemos depois que também tinha febre. Estava constipada”, diz Mabel Galaz sobre a impressão que teve ao ver a noiva na igreja.
O véu, em formato triangular e em tule de seda bordado, foi um presente do noivo. Sobre ele brilhava a Tiara Prussiana, a mesma que dona Sofia usou no seu casamento com Juan Carlos em 1962, carregada de história. O diadema com design em estilo neoclássico e linhas geométricas inspiradas no Parténon e em folhas de louro é feito em platina e diamantes e conta com um grande diamante ao centro. A tiara foi um presente de casamento do kaiser Guilherme II da Prússia para a filha, a princesa Victoria Luisa, quando esta se casou com Augusto III de Hannover. Passou depois para a única filha do casal, a princesa Frederica, quando esta se casou com Pavlos da Grécia em 1937, e de seguida para a filha mais velha destes, quando se casou com o herdeiro aparente de Espanha.
Os brincos, em platina e diamantes, foram um presente dos reis. E a noiva usou ainda como acessório um “abanico” do século XIX que foi restaurado propositadamente para a ocasião pelo Património Nacional e que pertenceu à infanta dona Isabel de Borbón. Tanto a tiara como os brincos, Letizia voltaria a usá-los em outras ocasiões e atos públicos. Já a aliança e o anel de noivado deixámos de os ver nos dedos da atual rainha. Deixou de usar a aliança em 2011 por, segundo a própria, uma questão de comodidade já que com tantos apertos de mão a joia acabava por lhe fazer fazer feridas, explica a Vanity Fair. Quanto ao anel de noivado, Letizia deixou de usar a joia da marca Suárez em 2012 quando se soube que tinha sido paga com o cartão de crédito do Instituto Nóos, dirigido por Iñaki Urdangarin e que deu nome ao processo judicial que o levaria à prisão. Segundo conta a revista o príncipe Felipe terá escolhido o anel por catálogo e pediu ao cunhado que o levantasse em Barcelona, a história não terá sido confirmada nem pela casa real nem pela marca, mas a joia não voltou a ser vista.
Réplicas, polémicas, uma peça do Louvre e os camafeus de Josefina. 20 tiaras de noivas reais
No livro “Letizia Real” (2022) Mabel chama “triste e molhado” ao capítulo onde escreve sobre o casamento. “Foi uma boda chuvosa e isso condicionou a chegada da noiva que teve de deslocar-se de carro, mesmo sendo curta a distância do palácio. E, em parte, foi triste porque Madrid estava afetada pelos atentados de 11 M [11 de março]”, explica ao Observador. Por lá o ditado diz “novia mojada, novia afortunada” [como por cá diríamos noiva molhada, noiva abençoada]. A casa real bem cumpriu uma antiga tradição de entregar ovos no Mosteiro de Santa Clara, em Madrid, para pedir que fizesse bom tempo no dia do casamento, mas a encomenda de dúzias que uma pessoa próxima da rainha Sofia terá entregado às irmãs clarissas franciscanas não foi suficiente para garantir um dia sem chuva.
Terá esta boda sido realmente abençoada? “Os reis cumprem 20 anos de casados. Terão tido as suas crises como todos os casais mas continuam aí. Formam uma boa equipa para trabalhar para a instituição”, responde a jornalista que em 2022 assinou uma biografia da rainha de Espanha. Contudo, passados vários momentos de dificuldades e rumores ao longo destes anos, parece ser este o mais tenso de todos. Desde finais do ano passado há dois Jaimes que atormentam a vida a Letizia, del Burgo, o seu antigo cunhado, e Pañafiel, o jornalista. Entre acusações de adultério e livros sobre a rainha de Espanha, desde que Leonor jurou a Constituição no dia do seu 18º aniversário, a 31 de outubro, que uma nuvem paira sobre a família. Esta bem mais difícil de contornar do que as que trouxeram chuva à boda real há 20 anos.
“Recordo-me de ter sido uma cerimónia imponente, revestida de inevitável forma protocolar, mas pontuada por momentos de cumplicidade”
O Presidente da República e a primeira-dama de Portugal da altura, Jorge Sampaio e Maria José Ritta, também estiveram em Madrid. “Existiu sempre um ótimo relacionamento — institucional e pessoal — com o Rei Juan Carlos e a rainha Sofia, extensível ao, à época, príncipe Felipe, o que motivou a nossa presença no casamento há 20 anos”, disse ao Observador a antiga primeira dama. “Recordo-me de ter sido uma cerimónia imponente, revestida de inevitável forma protocolar, mas pontuada por momentos de cumplicidade e partilha da alegria sentida por pais no casamento de um filho.”
O príncipe Felipe tinha estado em visita a Portugal em 2003 e Juan Carlos tinha-se deslocado a Lisboa no ano antes para almoçar com Jorge Sampaio. Em Madrid, o casal presidencial português esteve no jantar de dia 21 e no casamento, no dia seguinte. “Nessa mesma ocasião, o meu marido expressou a confiança de que o futuro Chefe de Estado Espanhol ‘iria, seguramente, exercer, como o seu pai, um estreitamento cada vez maior das já intensas relações entre os dois países peninsulares’. Nessa mesma data endereçou, igualmente, convite para que o príncipe Felipe e a sua mulher Letizia visitassem oficialmente Portugal, o que veio a acontecer.”
A antiga primeira-dama aproveitou a oportunidade para evidenciar a boa relação entre os dois casais contando um episódio muito pessoal. “Recordo, igualmente, o dia em que os reis [Juan Carlos e Sofia] aceitaram o convite para almoçar no nosso apartamento de Lisboa, com refeição cozinhada por mim”, conta Maria José Ritta. Contudo, no dia 22 de maio de 2004 foi o casal português que se sentou à mesa dos reis. No banquete servido depois do casamento Sampaio e a mulher tiveram lugar entre as 26 pessoas que compuseram a mesa dos noivos, com os reis, os pais de Letizia, soberanos de países como Suécia, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Liechtenstein ou Malta e ainda a rainha da Jordânia e os presidentes de El Salvador e do Panamá. Terá sido uma escolha do Rei Juan Carlos ter o Presidente Sampaio na sua mesa ao almoço, um sinal da importância de Portugal para o monarca espanhol. Também nas fotografias de grupo tiradas no palácio depois da boda se pode ver Jorge Sampaio ao lado de Juan Carlos e Maria José Ritta logo atrás dos noivos. “A sensação, ao longo de muitos anos de relacionamento, era a de que, de ambos os lados, sabíamos que estaríamos sempre convidados a visitar o país vizinho.”
O banquete nupcial foi servido no pátio do príncipe no Palácio Real pelo Jockey, um restaurante da elite na altura e que já tinha tido uma época áurea nas décadas de 1970 e 80, mas viria a fechar em 2012. O menu consistiu em entradas e canapés, os pratos principais foram tartelete de massa folhada com frutos do mar numa base de vieiras e capão assado com tomilho, frutos secos e nozes. A sobremesa foi o bolo dos noivos, uma criação do pasteleiro Francisco Torre-blanca com mais de 150 quilos e dois metros de altura. Uma receção cujos pontos altos terão sido os discursos, ao contrário da agitação do jantar de gala servido na véspera do casamento.
Realeza e pessoas próximas dos noivos rumaram ao Palácio de el Pardo para um evento pré-boda. Um cocktail seguido de jantar com aperitivos variados, que contavam com rebentos de espargos brancos de Tudela com trufa de verão, e respetiva sopa. Seguiu-se tamboril com favas de hortelã, ravioli ibérico com tomate e vinagre de Jerez e peito de pato em marinada de vinho tinto leve com puré de limão. Para a sobremesa houve chocolate, côco, frutos vermelhos com sorbet de citrinos.
Seguiu-se um baile onde o avô materno de Letizia terá sido um dos protagonistas ao puxar uma princesa para a pista de dança. Os primos italianos Vittorio Emanuel de Saboia e Amadeo Aosta também contribuíram para o espetáculo da noite com uma cena de troca de bofetadas que teve de ser parada pelo próprio Juan Carlos, que acabou por dizer que nunca mais os convidava, e mediada pela rainha Ana Maria da Grécia que até ajudou com gelo. Para o príncipe Ernest de Hannover, marido da princesa Carolina do Mónaco, a festa durou pela noite dentro e no dia seguinte os serviços de emergência médica foram chamados ao hotel, onde o príncipe acabaria por ficar, deixando a mulher a assistir sozinha ao casamento. Carolina garantiu que ficavam para a memória destes dias os seus looks Chanel impecáveis.
“Foi uma consolidação da monarquia”
José de Bouza Serrano, diplomata e antigo secretário na embaixada de Portugal em Espanha, viajou para Madrid na véspera do casamento como parte de uma comitiva que iria fazer uma cobertura televisiva do evento. “Fui contactado pela TVI, achei engraçado e voltar a Madrid para mim é sempre um prazer.” Conta que ele e os companheiros fizeram a emissão instalados num hotel muito próximo da catedral onde decorria a cerimónia. Júlia Pinheiro coordenava a emissão e coube ao embaixador explicar o significado de algumas joias e do uniforme do noivo, assim como identificar os convidados que iam aparecendo no ecrã, afinal estiveram reunidas na catedral de Almudena representantes de 38 casas reais, 15 chefes de Estado e outros representantes de governos.“No dia, infelizmente, choveu imenso, o que tirou um bocado de impacto. As bodas molhadas, também são abençoadas, mas de qualquer maneira tirou um bocado de impacto nas chegadas e tudo isso.” No entanto, o embaixador recorda que na rua “estava, realmente, uma grande animação”.
Explica que o facto de o príncipe herdeiro de Espanha não se ter casado com ninguém da nobreza, mas sim com uma espanhola plebeia foi algo “inédito”. Quem melhor do que uma asturiana para desempenhar o papel de princesa das Astúrias? No entanto, Letizia trazia consigo a bagagem de uma mulher contemporânea que não tinha estado até então a preparar-se para ser princesa, mas sim a viver a sua vida. Uma jornalista com carreira que deixara o lugar de pivot para se tornar noiva do príncipe e passar a ser notícia em vez de dar as notícias. Uma mulher divorciada de uma casamento civil e filha de pais divorciados. Letizia não foi imediatamente aceite, nem unanimemente, pelos espanhóis. Desde o anúncio do noivado, quando pediu ao príncipe Felipe que a deixasse acabar de falar, que dividiu opiniões e, se simbolizava a princesa encantada moderna para uns, deixava dúvidas a outros, como por exemplo à aristocracia espanhola. Ainda assim, o dia do casamento marcou o início de uma nova fase da monarquia daquele país. Letizia vestiu na perfeição o papel de noiva real, tornou-se princesa das Astúrias e uma década depois seria rainha de Espanha.
O casamento do herdeiro do trono de Espanha teve toda a pompa que o momento exigia e foi muito importante para a imagem da monarquia espanhola, serviu até para unir os espanhóis. Mais de 25 milhões de espectadores assistiram ao casamento de Felipe e Letizia pela televisão ficando colados ao ecrã durante um tempo médio de 94 minutos. Mais de metade dos quase 43 milhões de habitantes que Espanha tinha em 2004. Esta transmissão superou as dos casamentos das infantas Elena (18 de março de 1995 em Sevilha) e Cristina (4 de outubro de 1997 em Barcelona). O momento da cerimónia com mais audiência foi a saída dos noivos da Catedral de Almudena, pelas 12h45 (hora de Madrid).
“O Rei estava muito contente”, conta Bouza Serrano. “Foi uma consolidação da monarquia”, analisa o embaixador que conhece muito bem Espanha. “Nas nossas vidas quotidianas damos muita importância aos casamentos, aos funerais, aos batizados, só que para eles [nas monarquias] são pontos muito altos.” Foi uma demonstração da “coroa a modernizar-se”. “Escolheram naquela altura uma série de pessoas da idade do então príncipe das Astúrias e da futura princesa, ligadas ao desporto” e outras áreas da sociedade, como a cultura, a política, a comunicação social e as empresas. “Houve ali uma série de gente jovem que deu uma dinamização da monarquia.”
Quem ajuda a contar a história deste dia não deixa de referir a notória presença da segurança. A 11 de março de 2004 Madrid acordou em sobressalto. Um atentado terrorista teve como alvo comboios suburbanos da cidade em direção à estação de Atocha resultando em mais de 1990 mortos e milhares de feridos. Espanha foi atingida de surpresa no coração da capital e três dias antes de eleições para formar um novo governo. José Maria Aznar do Partido Popular era o primeiro-ministro em funções e viria a entregar a pasta ao socialista José Luís Rodríguez Zapatero.
O ataque aconteceu também a pouco mais de dois meses do casamento real e viria a refletir-se nas celebrações e na segurança do acontecimento. “Os noivos cancelaram a despedida de solteiros por causa do atentado e deram esse dinheiro, simbolicamente, para as vítimas. Alteraram ainda o percurso e passaram pelo memorial. Sentia-se a segurança redobrada, era um ato com tanta gente, entre chefes de estado, pessoas reais e tudo isso”, lembra Bouza Serrano. Os noivos também pediram ao município de Madrid para cancelar um grande espetáculo multimédia que a cidade iria ter como celebração e dar como presente de casamento aos noivos. O dinheiro previsto foi antes investido na construção de um monumento de recordação das vítimas na zona de estação de Atocha, conta o El País.
Mais de cinco mil agentes garantiram a segurança na zona da catedral, o dobro do que foi destacado para os casamentos das irmãs do noivo. De 15 a 24 de maio o tratado de Schengen esteve suspenso e Espanha voltou a ter controlo de fronteiras por causa da boda real. E entre as 18h00 de 21 de maio e as 20h00 do dia 22 a zona aérea de Madrid esteve proibida a voos de avionetas e helicópteros, com exceção dos veículos da TVE, a televisão que fez a cobertura do casamento, relatou o El País na altura. Também foram instaladas câmaras nas ruas de Madrid por onde os noivos passaram em cortejo depois do casamento.
O cortejo pelas ruas da capital foi feito de carro, caso a chuva voltasse, e incluiu uma paragem na Basílica de Nossa Senhora de Atocha, onde a noiva entregou o seu ramo à Virgem de Atocha, que é bastante venerada na cidade de Madrid e também, segundo reza a lenda, uma boa conselheira matrimonial. De regresso ao Palácio Real para o almoço, os noivos foram recebidos por uma banda de gaitas da cidade de Oviedo, terra-natal da noiva, com 88 elementos a tocarem “Astúrias, pátria querida”, um hino que emocionou Letizia. Houve um aceno dos noivos e dos reis à varanda do palácio. E beijos, claro, mas só no rosto.