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António Tânger Corrêa é vice-presidente do Chega e um dos nomes mais bem colocados para as Europeias
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António Tânger Corrêa é vice-presidente do Chega e um dos nomes mais bem colocados para as Europeias

LUSA

António Tânger Corrêa é vice-presidente do Chega e um dos nomes mais bem colocados para as Europeias

LUSA

António Tânger Corrêa: "Estou obviamente disponível para ser o cabeça de lista do Chega às Europeias"

Tânger Corrêa diz que "não quer dizer" que os ciganos "são maus" e que até gosta "muito do Quaresma". Diz que militantes do Chega não são racistas, mas precisam de ser "industriados".

António Tânger Corrêa, vice-presidente do Chega, é um dos nomes mais falados no partido para encabeçar a lista às eleições Europeias e, em entrevista ao programa Vichyssoise, da Rádio Observador, confirma que está “obviamente disponível” para ser o candidato. Diz que os militantes do Chega não são racistas, mas admite que alguns têm de ser “industriados“. Tânger Corrêa diz ainda que não quer dizer que “os ciganos por serem ciganos sejam maus” e acrescenta: “Eu até gosto muito do Quaresma. E tenho amigos paquistaneses, indianos, do Sri Lanka”.

O antigo cônsul e embaixador de Portugal em vários países rejeita as acusações de ter usufruído de dois barcos que lhe foram oferecidos pela comunidade, bem como a compra de tapetes para a embaixada de Vilnius. Tânger Corrêa, que esteve nas “difíceis negociações da AD”, lembra que o CDS também era visto como herdeiro do fascismo e isso não foi impeditivo de um acordo com Francisco Sá Carneiro. Por isso, explica, acredita que quando estiver em causa o “interesse nacional”, o líder do PSD, Luís Montenegro, aceitará o Chega.

[Ouça aqui a Vichyssoise desta semana na íntegra:]

Marcelo Fortimel, Pedro Red Hot e saída no Governo

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A um ano das eleições europeias o Chega ainda não tem candidato, mas o seu nome tem sido apontado como um dos mais bem colocados para a corrida. Está disponível?
Estou, obviamente. Se não estivesse disponível não estaria no Chega. Quando uma pessoa entra numa instituição é como no exemplo do Sporting [encabeçou uma lista para o Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting], uma pessoa pode ser treinador de bancada, ficar em casa a ver os jogos a dizer muitas opiniões, mas se não se interessar… eu sabia que não ia ganhar, mas pelo menos fiz o esforço de colaborar com o clube. No Chega é um pouco a mesma situação, se o Chega precisar estou disponível.

E vê-se como tendo o perfil certo para o cargo de eurodeputado, até pela a exigência de uma campanha eleitoral?
Já fiz várias campanhas, fui diretor de promoção de campanha da Aliança Democrática (AD), fui diretor no CDS de imagem e comunicação, é claro que era mais novo, mas também estava menos maduro do que estou agora. Uma coisa talvez compense a outra. Se tenho o perfil? Tenho, com certeza. Fiz coisas muito mais difíceis durante a minha carreira do que ser deputado europeu, nomeadamente estive envolvido em negociações bastante difíceis e sensíveis, mas se for esse o caso, e isso será o partido a decidir, com certeza que estarei completamente à disposição para o que for necessário.

Mas já mostrou a André Ventura que está disponível e que quer ser essa possibilidade de vir a ser eurodeputado?
Não disse que quero, disse que estou disponível.

"Não preciso de dizer ao André Ventura que estou disponível, ele sabe"

E, já agora, gostava de ser o cabeça de lista do Chega?
Não sei, quando saí do Ministério dos Negócios Estrangeiros e passei para a reforma disse que ia estar com a minha família, com os meus netos, fazer vela, estar com os amigos. Depois fui-me meter no Chega com todas as consequências que daí advêm. Não preciso de dizer ao André Ventura que estou disponível, ele sabe…

Já conversou com ele sobre essa hipótese?
Não, o André Ventura trabalha por etapas, neste momento a grande preocupação dele e do partido são as eleições da Madeira, a partir dessas eleições, que serão em setembro, veremos o caso das Europeias. Temos tempo e todas as condições para ter um bom resultado, qualquer que seja o cabeça de lista.

Tem na cabeça qual é que seria um bom número para o Chega, eleger dois, três eurodeputados?
Uma vantagem que o Chega terá nestas eleições  europeias é que cada voto conta, o que não aconteceu nas legislativas nem nas autárquicas. André Ventura estabeleceu como fasquia 15%, não sei quantos eurodeputados dará…

Dois, três?
Sim, por aí. Acho que devemos ir pela positiva, qualquer campanha não deve ter um objetivo numérico, deve tentar passar a mensagem que queremos transmitir.

Vou recordar uma citação: “Mas isto é uma guerra? Há 8 anos que o conflito existe, tendo sido mortas 14 mil pessoas. E havia guerra? Conflito armado é a definição da situação. Não é guerra.” Vou dar-lhe duas hipóteses: esta frase foi escrita por si no Facebook ou faz parte de um comunicado do Partido Comunista Português sobre a guerra na Ucrânia
Isso foi numa altura em que se falava de negociações. Eu sou diplomata, não sou político. Sou, como o Chega é, a favor da Ucrânia e do povo ucraniano e acho que são evitáveis os conflitos e quando acontecem a primeira coisa que se deve ter em mente é sentar-se à mesa das negociações. Isso neste momento não acontece, parece que estamos bastante longe disso e como diplomata é a coisa que mais impressão me faz, continuar toda a gente de costas voltadas, morrer gente todos os dias. É uma situação triste e impensável, em certos aspetos.

Zelensky tem mais culpa do que Putin da Guerra? "Não atribuo culpas a metro, acho que é muito difícil e que as situações nunca são a preto e branco."

E a culpa é mais de Zelensky do que de Putin?
Não atribuo culpas a metro, acho que é muito difícil e que as situações nunca são a preto e branco.

Mas não há um agressor e um agredido?
Não, isso há com certeza, é evidente que foi a Rússia que agrediu a Ucrânia.

Mas a Ucrânia tem culpa nessa agressão?
A Ucrânia por si não tem culpa nenhuma, nem o povo ucraniano que é um recipiente de uma agressão. Não ponho as coisas em termos de agressor/agredido. Ponho mais a situação em termos de um conflito que, a certa altura podia ter sido evitável, deixou de ser evitável e uma paz que nunca mais chega. E aí há que escamotear determinados aspetos para se resolver esse conflito o mais depressa possível para parar com essa perda de vidas humanas.

Luís Montenegro disse: “Quero garantir que não vamos ter no governo nem políticas, nem políticos, nem racistas, nem xenófobos, nem populistas.” A mensagem era para o Chega?
Não, nós não somos xenófobos. Não sei o que é que é ser populista, com toda a franqueza. Se ser populistas é denunciar a corrupção e dizer que as coisas estão mal quando estão mal e o povo português sabe bem disso, bom então talvez sejamos populistas. Quem é que é mais populista? Aqueles que dizem que as coisas estão bem quando estão mal, como o Governo? Se existe alguém neste país, neste momento, que tem uma postura populista, é o PS e o Governo. Não somos nós. Nós somos um partido que, acima de tudo, defende o indivíduo. Somos pelo ser individual, não somos um partido coletivista como são todos os partidos de raiz marxista, a maioria em Portugal. Somos um partido em que o partido tem a primazia relativamente à sociedade.

Luís Montenegro foi almoçar com Rui Rocha e deixou André Ventura de fora… não é mais uma prova de que o PSD está mesmo a traçar uma linha vermelha e a não deixar passar o Chega?
Não, eu acho que não. Colaborei na constituição da Aliança Democrática, estava no CDS nessa altura e o grande arquiteto da aliança foi Adelino Amaro da Costa e foi ele que delineou o processo de negociações. Não foi fácil porque nessa atura havia uma clivagem muito grande entre o CDS e o PPD. Depois de as eleições ganhas, correu tudo muito bem. O CDS que, na altura, eram os fascistas de serviço, e o PPD que, no Povo Livre dizia que era socialista, acabámos por nos entender às mil maravilhas, tirando os trágicos acontecimentos que todos conhecemos. Quando o interesse nacional é mais importante do que o interesse partidário… Montenegro não terá outra…

Acha que vai ser inevitável?
Inevitável se quisermos realmente que Portugal ande para a frente.

Pedimos-lhe clareza numa questão que nunca foi verdadeiramente respondida: no caso de o Chega ter hipótese de viabilizar um governo do PSD ou até PSD/IL que não o inclua, vai fazê-lo ou prefere dar oportunidade ao PS de voltar a formar governo?
Neste momento o Chega não aceita uma solução dessas.

Como?
Sem participação ativa no Governo.

Então o PS conseguiria formar Governo…
Com quem?

Se o Chega tiver forma de desempatar e ficar fora de um acordo PSD/IL, dará oportunidade ao PS? Já aconteceu um entendimento à esquerda…
Já. Neste momento ainda é cedo para estarmos a falar da realidade prática. Está tudo nos achismos e ses. É um pouco cedo para estarmos a fazer contas. Se o Chega entender que o interesse nacional e o dos portugueses requer a sua participação neste modelo ou naquele, o Chega com certeza seguirá este ou aquele modelo. Se acharmos que a participação do Chega, sem determinadas condições, não assegurará o interesse nacional e dos portugueses, nessa altura o Chega tomará a sua posição.

Recusa a ideia de que as pessoas do Chega são racistas ou xenófobas. Sente-se confortável com a afirmação dita por Diogo Pacheco Amorim há uns tempos: “A nossa cor de origem é branca e a nossa raça é a raça caucasiana”?
Isso disse ele, não fui eu.

Não diria da mesma maneira?
Eu vivi no estrangeiro a minha vida inteira, o meu pai foi professor na Sorbonne. Obviamente que uma pessoa que vive no estrangeiro uma vida inteira tem uma perceção das coisas diferente daquela que nunca saiu de um determinado sítio. Eu convivi com colegas, amigos, com seres humanos das mais diversas origens. Nunca fiz qualquer distinção desse sentido. Em casa fui educado a não o fazer, porque era profundamente errado, e continuo sem o fazer.

Mas reconhece que é uma afirmação racista?
Não sei qual foi o enquadramento.

"Não quer dizer que por serem ciganos são maus. Eu até gosto muito do Quaresma, por exemplo e de outros. Tenho amigos paquistaneses, indianos, do Sri Lanka."

Mas há outras. Bruno Nunes, aqui mesmo na Vichyssoise disse: “Não é igual um imigrante vir do Brasil ou do Paquistão” ou a questão da etnia cigana que André Ventura já referiu várias vezes. Reconhece que estas são expressões racistas e xenófobas?
Se retirarmos a carga original, de ciganos, paquistaneses e nos centrarmos nas consequências de determinadas culturas, essas afirmações deixam de ser xenófobas ou racistas e passam a ser, eventualmente, constatações de facto. Não quer dizer que por serem ciganos são maus, eu até gosto muito do Quaresma, por exemplo e de outros. Tenho amigos paquistaneses, indianos, do Sri Lanka. Ao longo da minha vida fui fazendo amigos pelo mundo inteiro.

Quando num grupo de Facebook ou de Whatsapp do Chega um militante ou dirigente chama monhé ao primeiro-ministro é racismo ou não?
Sei lá. Não sei quem foi.

Não estou a expor ninguém, são expressões vistas em grupos afetos ao Chega, com esta forma de se dirigir ao primeiro-ministro. Considera isto racismo?
Acho errado.

Mas é errado por ser racista? Porque é que evita a palavra racismo?
Não sei se é racismo, com todo a franqueza. Grande parte dos meus colegas dos Negócios Estrangeiros eram originários de Goa. Eu fui cônsul geral e essa expressão não se usava.

"Colegas de partido [que chamam monhé a Costa] têm que ser um bocadinho mais bem industriados" Também Diogo Pacheco Amorim? "Eventualmente"

Mas o que é que esse dado traz para esta questão?
Do que a mim não me toca. Eu nunca o faria.

Não se sente envergonhado quando vê colegas de partido a usarem essas expressões?
Esses colegas de partido têm que ser um bocadinho mais bem industriados.

Incluindo Diogo Pacheco Amorim?
Eventualmente.

Esteve no CDS vários anos. Este tipo de linguagem seria aceitável?
Não. As situações são completamente diferentes. Hoje em dia temos muito mais falta de cultura social e política, ainda que tenha existido um desenvolvimento claro na educação, do ponto de vista social e da postura das pessoas, hoje em dia, temos talvez uma menor qualidade do que havia nessa época.

"De há dois anos para cá o partido mudou muito e melhorou muito. Mudou os seus quadros, trouxe quadros novos, melhorou em termos de qualidade de pensamento e no posicionamento."

Dentro do Chega há pessoas que são racistas, xenófobas, que viram isso nalgum momento e se filiaram por essa razão? Ainda que não sejam dirigentes.
Se há? Acredito que sim, como há noutros partidos. Também ouço de pessoas da Iniciativa Liberal e até do PSD expressões que eu também não usaria, não em público mas em privado. Mas acredito que está no âmago dessas pessoas o mesmo anátema. De há dois anos para cá o partido mudou muito e melhorou muito. Mudou os seus quadros, trouxe quadros novos, melhorou em termos de qualidade de pensamento e no posicionamento. O congresso em Coimbra e este último em Santarém têm uma moldura humana diferente. Estamos a evoluir mas somos um partido com três anos. A maior parte dessas pessoas já saiu. Foi aproveitado por muita gente, ao dizer que estávamos a fazer purgas, que até parecia o Partido Comunista da União Soviética, e essas pessoas saíram pelo próprio pé porque se sentiram mal e perceberam que o partido que eles pensaram que ia ser, não era.

É vice-presidente do terceiro maior partido em votos, por isso é bom que as pessoas o conheçam, muitas vezes no mundo diplomático as pessoas referem-no como uma pessoa que recebeu dois barcos. São presentes caros…
Nunca ninguém me ofereceu barco nenhum.

Era um veleiro?
Não.

Hoje teria aceitado?
A maior parte do dinheiro daquele barco era meu. Não precisava de ninguém para ter um barco, nem preciso. Considerei foi que a participação era muito importante, e foi muito importante na comunidade de Toronto a nível de afirmação localmente e a nível das comunidades portuguesas. E o principal patrono desse projeto e que muito fez por ele era o então Presidente da República Mário Soares, que estava perfeitamente ao corrente de tudo o que se passava e convidou os promotores para irem a Belém e esteve com eles. Não é uma coisa simples como ‘deram-lhe um barco’, a mim não me deram barco nenhum, aliás, não foi o barco que foi aos Jogos Olímpicos. Foi uma forma de dar visibilidade à comunidade portuguesa de Toronto.

Já agora pergunto-lhe se a suspensão de que foi alvo, em Vilnius, por causa de tapetes e gastos com jardins, etc…
Gastos com jardins é mentira.

Essa suspensão fez-lhe mossa?
Fez com certeza, mas ganhei no tribunal. Pus o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Portugal, anularam a suspensão…

Teme que estes casos, se vier a ser candidato, venham de novo à tona e possam prejudicá-lo?Com certeza, é sempre maçador ouvir dizer isso. É preciso que as pessoas compreendam a situação em que isso aconteceu. É mentira a forma como está posta, em Vilnius não foram tapetes, foram três ou quatro quadros e o tribunal deu-me razão. E foi comprado com dinheiro do retorno do IVA que não é uma receita do Estado, muita gente chama-lhe seu e não foi o meu caso.

"[As compras que fez como embaixador em] Vilnius não foram tapetes, foram três ou quatro quadros e o tribunal deu-me razão."

Vamos avançar para o segmento Carne ou Peixe em que, já sabe, terá de escolher uma de duas opções. A quem ofereceria um veleiro Nuno Afonso ou António Costa?
António Costa.

Quem preferia ter como colega no Parlamento Europeu: Cotrim Figueiredo ou Rui Moreira?
Rui Moreira.

Imaginando que António Costa vai novamente jantar a sua casa, quem convidava para se juntar: Paulo Portas ou Luís Marques Mendes?
Paulo Portas.

Tem a possibilidade de regressar a Goa, onde foi cônsul, e só pode ir acompanhado por uma destas pessoas: prefere levar Carlos Moedas ou Luís Montenegro?
Luís Montenegro.

 
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