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Vindimas na freguesia de Cabeção, Mora, 10 de setembro de 2022. O produtor do vinho de talha de barro da marca Cananó, José Vieira, 53 anos, começou a ajudar o seu pai nas vindimas com apenas 13 anos e aos 17 produziu a sua primeira talha de vinho. A fermentação continua a ser feita em talha de barro que, por ser porosa, permite ao vinho respirar pelos poros do barro. (IMAGEM DISTRIBUIDA NO DIA 13 SETEMBRO 2022). CARLOS M. ALMEIDA/LUSA
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Em plena época das vindimas o setor está a sofrer com os excedentes

CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

Em plena época das vindimas o setor está a sofrer com os excedentes

CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

Há excesso de vinho nas adegas. 12 respostas para entender esta crise

Explicador. Há referência corrente a excesso de vinho. Os hábitos de consumo estão a mudar e a produção ainda não se ajustou totalmente. O que se passa no setor?

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Em plena época de vindimas não há dia em que não saiam notícias sobre os problemas do setor vitivinícola e do alegado excesso de vinho em stock. Com o consumo a dar sinais de queda, ou pelo menos de mudanças nos hábitos, e as importações a aumentar, os excedentes tendem a acumular-se, sem solução à vista em particular na região do Douro. Já está a ser implementada uma nova destilação de crise. O que está afinal a acontecer?

Quanto se produz em Portugal?

Nunca se produziu tanto em Portugal como aconteceu na campanha 2023/24. Dados do Instituto da Vinha e do Vinho mostram que a produção nesse ano atingiu os 754 milhões de litros, com o Douro a contribuir com 156 milhões e a região de Lisboa com 153 milhões. No conjunto de todas as regiões vitivinícolas a produção subiu, face a 2022/23, 10%.

Já para a campanha que está a decorrer a perspetiva aponta para uma queda, que, numa primeira previsão, estima que seja de 8%. “Estima-se que a produção de vinho na campanha 2024/2025 atinja um volume de 6,9 milhões de hectolitros (690 milhões de litros), o que se traduz num decréscimo de 8% face à campanha 2023/2024”, o que significa “um volume semelhante à média das últimas cinco campanhas”, segundo as indicações do IVV.

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A diminuição da produção deverá sentir-se na maior parte das regiões vitivinícolas, mas em Lisboa poderá atingir uma queda de 15% e no Alentejo de 10%. Segundo o IVV, “a instabilidade meteorológica durante o ciclo vegetativo da videira favoreceu o desenvolvimento de doenças, destacando-se o míldio. As condições climáticas até à vindima, especialmente o risco de escaldão, ainda serão determinantes para a quantidade e qualidade da colheita”. Na realidade, segundo indicou ao Observador o presidente da ViniPortugal, Frederico Falcão, a produção até poderá ter este ano uma queda superior, mas ainda é cedo para perceber a real descida. Nas projeções do IVV, só o Algarve, Beira Interior e Trás-os-Montes indicam poderem subir a produção este ano, mas são regiões de volumes baixos. Na região dos vinhos verdes e no Douro, as quedas projetadas atingem os 5%. Bairrada, Dão e Lisboa estimam reduções de 15%. O Alentejo aponta para cortes de 10%.

Quanto se exporta e para onde?

Parte da produção é encaminhada para exportação. A maior parte do vinho português vendido no exterior é embalado, mas Portugal também vende algum a granel. São quase 320 milhões de litros que se encaminham para exportação, mas considerando apenas o vinho certificado (com denominação de origem e identificação geográfica) são 144 milhões o que vai para fora. As exportações, segundo dados do IVV, caíram em 2023 um total de 1,8%, com destaque para a queda nas vendas ao exterior dos vinhos licorosos com denominação de origem (Porto e Madeira) e sem denominação.

Não há dados de quanto das exportações são resultado de importações de vinhos vindos de outros países e que vão, por exemplo, para os PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa).

“Há um risco grande de muita uva ficar na vinha”, diz o presidente da ViniPortugal

França é o país que mais vinho português absorve, devido aos licorosos, em especial ao vinho do Porto. Se excluídos estes vinhos especiais, o Brasil é já o principal comprador de produto nacional, estando em grande crescimento. Frederico Falcão, da ViniPortugal, em entrevista ao Observador salienta que “o consumo está a crescer muito no Brasil e Portugal está a ganhar muita quota de mercado no Brasil”, onde o líder é o Chile, seguindo-se a Argentina. Frederico Falcão acredita que Portugal poderá, este ano, passar a Argentina no mercado brasileiro.

Sem esses licorosos, ao Brasil segue-se, como segundo mercado de exportações, os Estados Unidos. E, descendo no ranking, segue-se o Reino Unido, Angola, Canadá, Polónia, Alemanha e França.

Trabalhadores fazem a vindima na Quinta do Vallado, no Peso da Régua, 22 de agosto de 2019. O Douro está a iniciar as vindimas e prevê um aumento de produção na ordem dos 30% nesta campanha, mas na região verificam-se cada vez mais dificuldades em recrutar mão de obra para o trabalho na vinha. (ACOMPANHA TEXTO DO DIA 25 DE AGOSTO DE 2019). PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

A vindima está a decorrer

PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

Quanto é que se importa?

O setor, nomeadamente a ViniPortugal, considera que as importações são um dos problemas que o vinho está a enfrentar. Desde 2019, e com exceção do ano da pandemia de 2020, as importações têm ficado muito perto dos 300 milhões de litros por ano. O crescimento das entradas de vinho em Portugal atingiu, desde 2010, os 63%. Em 2018 as importações eram de 198 milhões, o que significa entrar mais 32 milhões todos os anos do que nessa altura.

Espanha é de onde entra a maior parte do vinho (96%) e a quase totalidade é o chamado vinho a granel. Daí que o preço por litro do vinho comprado ao exterior seja de 0,6 euros, muito abaixo do preço a que é vendido para fora por parte de Portugal.

O que acontece ao vinho que entra em Portugal?

Acredita-se que a maioria vá para vinho de mesa ou para ser misturado. Neste caso, e se for embalado, terá de ter a indicação de Mistura UE, mas não pode ir para misturar qualquer vinho. Não podem ser vinhos certificados.

O setor reclama mais fiscalização sobre este vinho que entra na fronteira, vindo de Espanha, para que não seja misturado com vinhos certificados, com denominação de origem ou indicações geográficas. E, por outro lado, a ViniPortugal, por exemplo, reclama que esteja mais visível no rótulo a indicação da proveniência.

O ministro da agricultura, José Manuel Fernandes, diz mesmo, em declarações à Rádio Observador, que há “importação ilegal”, tendo já, em conjunto com os Ministérios das Finanças, da Economia e da Administração Interna, garantido o reforço “fortemente” da fiscalização na entrada e o controlo de vinhos.

José Manuel Fernandes e a crise no setor vinícola: “Nenhum agricultor vai ficar sem apoio”

Há limites para importação?

Não há qualquer limite quantitativo para importações. O mercado é aberto. No entanto, há limites para a sua utilização em vinhos certificados.

Em maio, por exemplo. o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) tinha decretado a proibição da “entrada a granel na Região Demarcada do Douro, com ressalva das exceções legalmente consagradas, de uvas, mostos, vinhos e outros produtos vínicos ou afins não abrangidos pelo Estatuto das Denominações de Origem Protegidas (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) da Região Demarcada do Douro (RDD)”.

O limite de 15% de incorporação de vinho de outras regiões em produto certificado também foi travado. No entanto, para os vinhos sem denominação de origem ou indicação geográfica protegida não há qualquer limites à incorporação de outras regiões ou mesmo de outros países.

Porque chega o vinho de Espanha mais barato?

Os custos de produção de vinho em Espanha tendem a ser menores muito por conta da escala que os produtores têm. Um estudo realizado em Castela e Leão pela ASAJA — Associação Agrícola de Jovens Agricultores de Espanha concluiu que o custo médio por hectare na produção de uva na Denominação de Origem de Rueda de 2022 foi de 4.182,56 euros (regadio) e 3.809,39 euros em sequeiro. Não há dados para Portugal. Mas segundo disse ao Observador Frederico Falcão Espanha consegue produzir a mais baixo valor pela dimensão das propriedades.

De qualquer forma o vinho importado entra em Portugal a um valor médio de 67 cêntimos por litro. O setor reclama que as importações sejam controladas, nomeadamente nas incorporações com vinhos certificados. A ViniPortugal aponta mesmo que esses vinhos deviam pagar taxas ao IVV, tal como os que são produzidos em Portugal.

ViniPortugal quer vinhos importados a pagar taxas

Qual a área de vinha?

Em Portugal, segundo o IVV, há 189 mil hectares de área de vinha para vinho, menos um terço do que havia nos anos de 1980, quando Portugal entrou para a então Comunidade Económica Europeia (CEE). Também a área da União Europeia tem caído, a um ritmo menor.

Apesar de Portugal ter perdido área de vinha nos últimos anos, “a produção apresenta uma certa estabilidade graças ao programa Vitis, orientado para a reconversão das vinhas, o que permitiu melhorar a sua produtividade, fator este de grande importância para a competitividade da vitivinicultura nacional”, acrescenta Manuel Pessanha, administrador executivo da Sogrape, em declarações escritas ao Observador.

Fonte: Eurostat

Os dados revelados este ano pelo Eurostat, referentes a 2020, dão conta de um total de 3,2 milhões de hectares de vinha na União Europeia, contribuindo Espanha com 900 mil hectares, França com 800 mil e Itália com 700 mil. Estes três países representam, assim, 75% do total da superfície de vinha. Roménia já ultrapassou em área Portugal que é, assim, o quinto país da União em área de vinha.

Quanto se consome?

O consumo em Portugal está a cair, à semelhança do que acontece, aliás, um pouco por todo o mundo desenvolvido. Em 2023 consumiram-se 550 milhões de litros de vinhos, contra os 610 milhões de 2022, uma queda de 9,8%. Nos Estados Unidos a queda, em 2023, foi de 2,9%. E na China foi de 25%. Aliás a queda da China fez abalar alguns países produtores, como a Austrália.

Porque cai o consumo?

Há vários motivos para que o consumo esteja a cair. Mas o setor tem apontado os jovens como uma das razões para isso, já que têm optado por outras bebidas alcoólicas. Outra das razões que tem vindo a ser referida é o preço. Aliás, a queda em 2023 é referida como tendo sido, em Portugal, resultado da quebra do poder de compra dos portugueses (e não só) com o aumento das taxas de juro (em particular) e da generalizada subida dos preços (que levou a inflação mais elevada). Em 2022 tinha aumentado, por via das vendas na restauração (motivado pelo turismo).

Conforme diz ao Observador Miguel Pessanha, administrador da Sogrape, “o consumo de vinho em Portugal segue a tendência mundial do setor e tem vindo a diminuir”. Este responsável indica que o consumo de vinho no canal Off-Trade (distribuição) decresceu 3,8% em volume em 2023 e aumentou 0,8% em valor nos vinhos certificados, ou seja, DOP + IGP, com aumento de 4,8% do preço médio. Por sua vez, nos vinhos sem Denominação de Origem o decréscimo do consumo foi de 3,3% em volume com um aumento de 1% em valor, tendo o preço médio aumentado 4,5%.

Mas de qualquer forma, a evolução também não é semelhante em todos os tipos de vinho. Miguel Pessanha recorre ao último relatório da Organização Internacional de Vinha e Vinho (OIV), com a evolução da produção e consumo mundial de vinho entre 2000 a 2021, para referir “diferenças na curva de consumo de cada segmento”. Assim, indica, “se, por um lado, nos últimos 20 anos o consumo de vinhos tintos está a decrescer sobretudo nos grandes mercados europeus, já os vinhos brancos e vinhos rosés estão em tendência crescente de consumo”. Há também uma tendência para o maior consumo de vinhos com menor teor alcoólico.

A Adega Mayor realça, por seu turno, que “Portugal permanece como um dos países do mundo onde se consome mais vinho per capita. Este consumo é significativo e continua a desempenhar um papel importante na cultura portuguesa”, por isso, indica, por escrito ao Observador, Sofia Nunes, diretora-geral: “O consumo de vinho permanece como um elemento da cultura e da economia do país e apresenta perspetivas de crescimento”. Devido às oscilações anuais, é também por aí que Alberto Weisser, da Tapada de Coelheiros, indica que “as estatísticas disponíveis não indicam de forma clara uma diminuição no consumo de vinho em Portugal. Globalmente há flutuações nos padrões de consumo, devido a diversos fatores”.

Ainda assim é de referir que no consumo incluem-se os residentes e não residentes e estando o turismo a crescer há igualmente crescimento nas vendas da restauração que têm valor médio de venda superior. Nos últimos dados do IVV indica-se um preço médio de venda na restauração de 7,89 euros por litro, enquanto na distribuição é de 2,8 euros. No conjunto, e no primeiro semestre deste ano, o preço médio subiu 16,5%, sendo de 11,5% o crescimento na restauração. Também as exportações contribuem para que não haja quedas nas vendas de vinhos em Portugal.

Há ou não excesso de vinho?

É referido, de uma forma mais generalizada, algum excesso de vinho em stocks, mas é realçado não haver excesso de produção, já que entre consumo e exportações e face à produção Portugal até é deficitário. Se se consome 550 milhões e se exportam 320 milhões, Portugal precisa de 870 milhões de euros de litros. Ora, se produz 750 milhões faltam 120 milhões (só que se importa quase 300 milhões, ou seja, mais 180 milhões do que o necessário). Daí que se realce a existência de excesso de vinho, mas não de produção.

Também aqui a realidade não é a mesma em todas as regiões. Como conta ao Observador Manuel Pessanha, a região do Douro tem “já há muito tempo um excedente estrutural de produção de vinhos DOC Douro, vendendo menos do que aquilo que produz”. E recentemente o problema começou a surgir também no Alentejo em particular nos vinhos tintos. Por outro lado, acrescenta, “há regiões onde o equilíbrio reina, como é o caso das regiões dos Vinhos Verdes e Dão, onde há anos marcados por um ligeiro excedente e anos onde se regista algum défice”.

Alberto Weisser, proprietário da Tapada de Coelheiros, aponta para a necessidade de melhor gestão do equilíbrio entre oferta e procura, o que exigiria “maior controlo e fiscalização por parte das Comissões Vitivinícolas Regionais (CVR)”. Essa fiscalização, acrescenta ao Observador, “deveria focar-se especialmente na prevenção do engarrafamento de vinhos importados como se fossem produzidos em Portugal, garantindo assim a autenticidade e a qualidade do vinho português no mercado”. Fala ainda da necessidade de “adaptação estratégica do que está plantado aos novos consumos”. Ou seja, concretiza, “substituirmos castas tintas por castas brancas, alinhando a produção com o crescente interesse por vinhos brancos e espumantes”. Este responsável diz ainda que, face à preferência do consumidor por vinhos com teor alcoólico mais baixo, “os produtores portugueses têm de ajustar a sua viticultura e produção para colmatar esta tendência”.

Alberto Weisser, proprietário da Tapada de Coelheiros, tem um plano de reestruturação da vinha em conclusão.

O que está a ser feito?

Para começar, este Governo lançou o programa para a chamada destilação de crise, permitindo que se encaminhe vinho para a produção de produtos de álcool de fins industriais. Já está em vigor o programa, que dará 15 milhões aos vitivinicultores para essa destilação que o ministro da Agricultura estima que atinja 34 milhões de litros de vinho tinto.

Além disso, está a limitar-se a incorporação de vinho fora da área geográfica para que sejam vinhos certificados e José Manuel Fernandes ainda diz que vai pedir um estudo ao Instituto de Vinhos do Douro e do Porto para aferir da possibilidade legal e da viabilidade económico do vinho do Porto ser produzido com aguardente vínica resultado apenas de uvas da região demarcada. O Douro (que tem um sistema de autorizações para a produção do vinho do Porto, que não é extensível a outro tipo de vinhos) enfrenta uma situação particularmente difícil. E, por isso, esta medida tem sido uma reivindicação da região para combater os stocks excedentários no território.

É necessário arrancar vinha?

Em alguns países está a acontecer o arranque da vinha por falta de viabilidade económica. Foi o que aconteceu, por exemplo, em França e na Austrália.

Há excesso de vinho no mundo. Há agricultores a destruir vinhas e a abandonar a indústria

Em Portugal são poucos os que assumem essa medida drástica. Ainda assim, o presidente da ViniPortugal admite que possa ficar uva nas videiras por recolher nesta campanha que está a decorrer, por não haver compradores para a uva.

Os produtores (nacionais) contactados pelo Observador não consideram o arranque de vinha devido a estes stocks. A Sogrape, que tem uma área de mil hectares de vinha própria (juntando uva que compra a terceiros para a produção de vinhos), admite que a nível mundial terá de haver “reajuste de toda a cadeia de valor nas regiões vitivinícolas impactadas, para que se invista em vinhas de maior qualidade e se reestruture as vinhas com uvas com menor potencial”.

A Tapada de Coelheiros, por seu turno, admite que, com 53 hectares de vinha, tem um plano de reestruturação das vinhas que iniciou em 2017, o qual “já previa adaptações às novas tendências de mercado, incluindo a valorização de castas autóctones, valorização das práticas agrícolas sustentáveis e um aumento na procura por vinhos brancos”. É um plano que está em fase de conclusão e que “tem-nos permitido ajustar a nossa produção de acordo com as tendências de consumo, sem recorrer a medidas drásticas como o arranque”.

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