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Jerónimo diz que a “geringonça” também serviu para “afastar preconceitos” em relação ao comunismo

De terreno pouco fértil para onde dominam com maioria absoluta. Jerónimo admite que os últimos quatro anos de "geringonça" também serviram para “afastar preconceitos”.

Artigo em atualização ao longo do dia

De regresso ao distrito de Lisboa, a primeira paragem é em Sobral de Monte Agraço, onde a CDU lidera os destinos do concelho. Nas legislativas, há mais de 10 anos que ocupam o lugar da terceira força política, assistindo à alternância entre PS e PSD nos primeiros lugares, mas os expressivos 50,36% de votos na CDU para a autarquia em 2017 trazem algum conforto à caravana comunista depois de ter começado a semana fora de pé.

A última sondagem conhecida dá conta de uma subida nas intenções de voto na coligação — embora ainda longe dos 8,25% alcançados em 2015—, mas Jerónimo de Sousa diz que “não é correto gostar das que são boas e não gostar das que são más” e acrescentou que o importante é que “o resultado está em construção”.

E a “geringonça” pode ter trazido vantagens adicionais para a conquista de votos fora do eleitorado tradicional. Jerónimo reconhece que a solução governativa encontrada “permitiu avanços no plano de afastar esse obstáculo que é o preconceito”.

Havia muitas pessoas que se identificavam e identificam totalmente com a nossa proposta, a nossa intervenção, dos seus conteúdos e depois havia ali uma barreira muito ténue que os condicionava”, disse.

Para Jerónimo, a iniciativa “singela” na pequena aldeia de Viseu durante a manhã de segunda-feira espelha isso mesmo. “A reação daquela gente ali naquela aldeia em relação ao PCP e à CDU acho que tem um significado concreto que é estamos a conseguir ultrapassar o preconceito”, disse acrescentando que o partido assiste a “muita gente a libertar-se” do preconceito contra o comunismo. Apesar de assumir que “ainda não é o suficiente”, mostra-se confiante com um “para lá caminharemos”.

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Minutos antes, na visita à Associação Popular Sobral de Monte Agraço o secretário-geral lembrava a importância de criar uma rede de creches gratuitas — um dos pilares do programa da CDU — e, aproveitava o facto de as alterações à legislação laboral entrarem esta terça-feira em vigor. Destacou a importância da medida das creches que tem foco não só nas crianças, mas também nos pais. Acredita que os pais vão querer “fazer mais filhos” (talvez aqui o verbo fosse “ter”, para evitar um risinho geral) se além das creches tiverem melhores horários, salários e abonos de família. Uma espécie de ‘pack’ que permitiria reverter os problemas da natalidade em Portugal, segundo a coligação.

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De uma das salas da IPSS a pequena Maria Inês parece pouco interessada na história que está a ser lida pela educadora e indiferente à presença da comitiva. Só há uma pessoa que lhe interessa: “Avô, avô!”. O “avô” da Maria Inês é também o presidente da junta de freguesia de Sobral de Monte Agraço e está “confiante” num bom resultado, “mas o que é preciso é que as pessoas vão votar”. José Miranda Henriques reconhece ao Observador que os dias de campanha são exigentes, mas que Jerónimo de Sousa já viveu “maiores dificuldades” que esta de tentar evitar a maioria absoluta do PS.

No que diz respeito à criação de uma rede de creches gratuita até aos três anos, Jerónimo notou que não se trata de uma medida “contra as IPSS” mas sim “uma responsabilização do Estado”. Admitiu que as IPSS possam ser “um recurso enquanto não existir essa rede”, mas frisou que a CDU quer “impedir” que se possam transformar num negócio.

“Se essa questão for garantida, naturalmente têm o espaço que é possível na medida em que as carências são tão grandes que é preciso muito esforço para concretizar este objetivo que propomos ao país”, disse.

“Os direitos não se perdem para sempre”. Jerónimo acredita na possibilidade de alterações à lei laboral

Poucos minutos antes das 17 horas a comitiva começou a reunir-se em torno dos torniquetes de entrada e saída dos armazéns. Era a mudança de turno na central logística da Sonae. Prontamente alguém avisava que talvez não fosse boa ideia aproximarem-se demasiado porque iria “sair muita gente” e a circulação ia ficar impossível.

Mas a CDU sabia que estava em terreno favorável aqui, num dia preparado com visitas (também tinha estado antes num call center da EDP) para falar dos direitos dos trabalhadores e de como o PS cedeu à direita na legislação laboral que entrou esta terça-feira em vigor.

Os primeiros trabalhadores, meio desconfiados com o aparato de câmaras e jornalistas, mas agradavelmente surpreendidos com o “g’anda cota” — nas palavras de uma funcionária — que esticava a mão para cumprimentar quem saía, lá foram aceitando os panfletos que lhes eram oferecidos. Houve até quem tenha levado vários com o objetivo de partilhar “lá por casa”.

Antes, Jerónimo pôde ouvir uma das representantes dos trabalhadores que estavam lá dentro reunidos em plenário. Sónia Santos explicou ao secretário-geral que o plenário servia essencialmente para discutir a proposta do aumento dos salários. Pedem mais 3,21 euros por dia, mas a empresa contrapõe com 11 cêntimos. Uma “afronta”, considerou.

Nas costas de Jerónimo de Sousa está Carlos Gralha, é funcionário da empresa há mais de 25 anos e não está surpreendido com a comitiva: “O Jerónimo é o único que aparece todo o ano, ou o PCP ou a coligação na altura mais próxima das eleições. Os outros? Veio cá o Bloco na semana passada”, disse.

Enquanto vai lamentando o facto de a empresa gastar “mais em luz que em trabalhadores” explica que só o armazém alimentar tem mais de 156 mil metros quadrados, onde trabalham 750 pessoas, e que “ali ao lado” está a ser construído um ainda maior.

Foram 15 minutos de apertos de mão e muitos abraços que deixaram Jerónimo de Sousa “tocado”. Disse “não conhecer nenhum” dos homens que o abraçaram “efusivamente” mas que “este é um daqueles prémios que não tem preço”.

“Ter o respeito e reconhecimento da nossa luta, dos nossos objetivos, das nossas propostas, ver este reconhecimento é profundamente tocante. Para mim, não só por razões de origem social, mas por razões da vida”, disse acrescentando que “quando chegava à Assembleia da República sabia do que falava” e que foi essa realidade e sentimento que o tocaram “profundamente”.

A propósito da entrada em vigor, esta terça-feira, das alterações à lei laboral e nas mudanças que a CDU insiste que têm de ser feitas, Jerónimo notou que “os direitos não se perdem para sempre” e que o exemplo de mobilização e luta dos trabalhadores pelo aumento dos salários é sinal que não vão desistir.

O objetivo da ação era alertar para a questão da subcontratação e “desvalorização dos salários e direitos” de que a empresa “se aproveitou”, diz a CDU, para colocar a “tantos imigrantes” a trabalhar ali.

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