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Margarida Tavares, coordenadora da unidade de doenças infeciosas emergentes do  São João e diretora do programa de saúde prioritário para a área das infeções sexualmente transmissíveis e infeção pelo vírus da imunodeficiência humana da DGS
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Margarida Tavares, coordenadora da unidade de doenças infeciosas emergentes do São João e diretora do programa de saúde prioritário para a área das infeções sexualmente transmissíveis e infeção pelo vírus da imunodeficiência humana da DGS

Hospital de São João

Margarida Tavares, coordenadora da unidade de doenças infeciosas emergentes do São João e diretora do programa de saúde prioritário para a área das infeções sexualmente transmissíveis e infeção pelo vírus da imunodeficiência humana da DGS

Hospital de São João

Margarida Tavares, porta-voz da DGS: "Quem nasceu até 1973 e recebeu uma vacina da varíola ou quem recuperou, está mais protegido" da doença

Doentes com varíola têm 20 a 60 anos, estão isolados e são homens que fazem sexo com homens. Isso só importa para encontrar origem do surto — vírus ataca todos. Portugal pondera aquisição de vacinas.

Não, não é uma “doença dos gays”. As “doenças dos gays” não existem e a varíola dos macacos, detetada pela primeira vez em Portugal a 5 de maio — embora os primeiros casos só tenham sido revelados treze dias mais tarde —, não é uma delas. Como se explica então que todos os infetados com o vírus monkeypox, que já fez 37 casos positivos no país, sejam homens que fazem sexo com outros homens?

Margarida Tavares, diretora do programa de saúde prioritário para a área das infeções sexualmente transmissíveis e infeção pelo vírus da imunodeficiência humana da Direção-Geral da Saúde (DGS), só encontra uma explicação: a coincidência. O vírus passou de um animal para um humano e, uma vez entre nós, chegou a um homem que faz sexo com outro homem — e que o passou a outras pessoas com a mesma característica, dentro da mesma comunidade. Essa característica podia ter sido outra qualquer. Foi esta.

Em entrevista ao Observador, a médica infecciologista do Hospital São João adiantou ao Observador que quem tem varíola dos macacos (ou pelo menos suspeita de uma infeção) tem de cumprir quarentena até que os sintomas desapareçam. É um regime semelhante ao que está instituído para a Covid-19, mas com duas diferenças: não há um intervalo temporal determinado para o fim do isolamento; e também não há “polícia à porta”, como chegou a haver na pandemia quando as autoridades podiam visitar as casas de pessoas infetadas para garantir que os doentes estavam mesmo a cumprir as ordens das autoridades de saúde.

Ouça aqui o episódio de “A História do Dia” sobre a varíola dos macacos. 

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A varíola dos macacos é a nova pandemia?

Enquanto Portugal pondera se vai adquirir ou não vacinas contra a varíola — Margarida Tavares diz não saber se o país ainda tem reservas destes fármacos, considerando que é informação sensível por uma questão de segurança —, há um grupo populacional que pode estar mais descansado: quem nasceu até 1973, data antes da qual a vacina contra esta doença (entretanto considerada erradicada) ainda era distribuída em Portugal; ou quem já teve varíola e recuperou. Nesses casos, há “imunidade cruzada” que ajuda a combater este tipo de vírus. Mas as grávidas, crianças até aos cinco anos e pessoas imunossuprimidas devem estar mais atentas aos sintomas.

Todos os casos foram detetados em consultas de planeamento familiar, como foram os primeiros?
Não, de forma nenhuma. Foram detetados nos mais variados tipos de cuidados de saúde, desde consultas específicas, consultas abertas para infeções sexualmente transmissíveis, algumas consultas que ocorrem em organizações de base comunitária que depois referenciam e serviços de urgência. E mesmo outros locais, até cuidados de saúde primários já referenciaram alguns doentes. A maioria continua a ser na área de Lisboa, mas existem já dois casos fora da área de Lisboa.

Confirmados 37 casos positivos de infeção pelo vírus da varíola dos macacos em Portugal

Do que nós temos acesso, são todos homens até agora, estarão na faixa entre os 20 e os 60 anos e a maioria reporta ter sexo com outros homens. Este é o perfil único neste momento que tenho. Não há nenhuma ligação que tenhamos identificado para já com outros países, com viagens a outros países. Não há ainda identificação de associação, de contacto entre os casos portugueses.

Esses dois casos estão onde?
Essa informação ainda não tenho. Deixe-me explicar: à medida que os médicos têm esta suspeição, naturalmente no seu dia a dia, de uma forma absolutamente normal, enviam as amostras para o INSA [Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge]. E nem sempre vai toda a informação; e nem sempre eu tenho acesso a toda a informação que o INSA pode ter. Nós hoje ainda corrigimos toda a informação que existe sobre os casos, mesmo sabendo que em muitos há informação muito incompleta. Portanto, há um caso que penso ser na região do Porto. O outro não tenho a certeza mesmo. A informação ainda não está absolutamente compilada porque ela é dispersa e ainda estamos a fazer os inquéritos epidemiológicos, por isso ainda não existe a informação toda que nós gostaríamos de ter — mesmo para os casos confirmados.

Tendo em conta a informação preliminar sobre estes casos, o que têm os infetados em comum?
Para alguns, como lhe disse, não temos nenhum tipo de informação epidemiológica; alguns não temos sequer a idade porque foi a forma como foi enviada para o laboratório e os médicos ainda não preencheram os dados no inquérito que foi feito entretanto. Do que nós temos acesso, são todos homens até agora, estarão na faixa entre os 20 e os 60 anos e a maioria reporta ter sexo com outros homens. Este é o perfil único neste momento que tenho. Não há nenhuma ligação que tenhamos identificado para já com outros países, com viagens a outros países. Não há ainda identificação de associação, de contacto entre os casos portugueses. Há um caso belga que aparentemente tem uma viagem a Portugal, mas de resto não sei de outras ligações.

Porque é que neste caso a vida sexual dos infetados importa?
Foi um facto que se foi constatando, nomeadamente os primeiros casos que foram diagnosticados, de facto, vieram alguns deles de consultas em que as pessoas admitiram isso sem nenhum tipo de dificuldade. E não é difícil compreender que o contacto íntimo e prolongado entre pessoas possa originar a transmissão, porque de facto a melhor forma de transmissão deste vírus é através do contacto de lesões cutâneas ou mucosos. Por isso, o contacto sexual será uma via eficaz de transmissão.

Embora as outras vias de transmissão também sejam classicamente conhecidas, nomeadamente  o contacto que não implique obviamente contacto sexual: o contacto com as vesículas, com as pústulas, com as lesões cutâneas noutros contextos, como acontece com a varicela, tal e qual; o contacto com objetos que possam estar contaminados; o contacto respiratório, embora aparentemente não seja muito eficaz porque é por gotículas respiratórias que não são assim tão eficazes em termos de transmissão. Também está descrita a transmissão materna, ao feto e ao recém-nascido.

Provavelmente foi uma coincidência ter havido esse contacto [entre homens que fazem sexo com outros homens] como fonte inicial, digamos assim (...). Não é absoluto, mas parece ser um padrão dominante, mesmo nos outros países afetados, esta prática de homens que têm sexo com outros homens. Não podemos excluir que, se o surto tivesse começado noutro contexto, provavelmente teríamos outro tipo de características de pessoas infetadas.

A transmissão tecnicamente designada como transmissão por via sexual não está confirmada. Mas pode existir. O que nós sabemos é que, durante um contacto sexual, existe um contacto próximo entre as duas pessoas e existe a possibilidade de se contactar com as lesões. E essa será, até prova em contrário, a via de transmissão. Não podemos excluir que eventualmente também o próprio contacto sexual — por exemplo, o sémen — possa transmitir o vírus. Não podemos excluir isso de forma nenhuma para já. Embora existam muitos casos no mundo, de facto é uma doença rara, muito concentrada em alguns países da África Central e Ocidental, e muitas coisas não se saberão sobre a infeção.

Nesse caso, o facto de este surto ter acontecido entre homens que fazem sexo com outros homens foi aleatório? Podia ter acontecido em qualquer outra comunidade em termos de orientação sexual?
No meu ponto de vista, sim. Provavelmente foi uma coincidência ter havido esse contacto como fonte inicial, digamos assim. Normalmente, o que acontece é que há sempre uma origem animal. Até agora, houve sempre uma origem animal, ou seja, um primeiro caso num humano que depois consegue transmitir a outros humanos. Isto continua a ser um vírus zoonótico, um vírus animal. Acredita-se que, por um lado, podemos estar a ver só um lado da questão, mas de facto parece ser um padrão, mesmo noutros países. Não é absoluto, mas parece ser um padrão dominante mesmo nos outros países afetados esta prática de homens que têm sexo com outros homens. Mas não podemos excluir que, se o surto tivesse começado noutro contexto, provavelmente teríamos outro tipo de características de pessoas infetadas.

Sabemos qual foi o ponto de partida? 
Não, até agora, que eu saiba, ainda não foi identificada nenhuma possibilidade sequer.

Quando falamos de contacto animal, significa que esse contacto foi sexual?
De forma alguma, não. Por amor de Deus, não fale de uma coisa dessas. Isto é contactar com um animal das formas clássicas do contacto, que são através de mordedura, de arranhadura, contacto com as peles, contacto no momento em que se usam determinados animais para consumo alimentar, carne mal cozinhada, durante a preparação da carne, a própria utilização das peles dos animais. Essas são as formas clássicas de transmissão animal ao homem.

Fala-se da possibilidade de a transmissão de humano para humano ter começado num evento em massa dirigido à comunidade homossexual. Há alguma indicação nesse sentido? Esta tese faz sentido?
Não há qualquer informação nesse sentido, que eu afirme ou exclua. Não temos essa informação.

Centro europeu recomenda rastreio para Monkeypox. Já há 67 casos confirmados na UE

Dizia que ainda não se encontrou uma ligação epidemiológica entre os casos portugueses e os identificados no estrangeiro. Isso significa que também não sabemos como é que o vírus entrou em Portugal, certo?
Certo, de acordo com o que é do meu conhecimento ainda não temos dados suficientes para tal.

É possível que já circule há algum tempo sem que tivesse sido detetado?
Não sei precisar. O que sei é que as amostras que foram positivas entraram no laboratório do INSA a partir do dia 5 de maio. E sei que alguns pacientes reportam sintomas algum tempo antes, cerca de uma semana. Não sabemos exatamente desde quando porque temos muito poucos dados relativamente ao início de sintomas destes casos.

Portanto, a vacina prévia pode prevenir e a doença prévia também. A varíola foi considerada erradicada em 1980, o último caso de varíola rondará meados dos anos 70. Portanto, as pessoas que tiveram varíola antes disso e curaram têm imunidade que provavelmente terá alguma proteção cruzada contra este vírus.

Toda a gente pode apanhar este vírus?
Teoricamente, sim. No entanto, as pessoas que tiveram ainda vacinação contra a varíola, que terminou em 1973, terão algum grau de proteção cruzada para este vírus. Hoje em dia já existem novas gerações de vacinas, mas as vacinas utilizadas até então conferem algum grau de proteção para este vírus também — que é um “primo” do vírus da varíola, digamos assim. Têm ancestrais comuns.

Portanto, a vacina prévia pode prevenir e a doença prévia também. A varíola foi considerada erradicada em 1980, o último caso de varíola rondará meados dos anos 70. Portanto, as pessoas que tiveram varíola antes disso e curaram têm imunidade que provavelmente terá alguma proteção cruzada contra este vírus.

Qual é a percentagem de pessoas em Portugal que está vacinada contra a varíola?
Repare, até 1973 era uma vacina muito utilizada. Não lhe sei dizer esses dados, mas as pessoas nascidas até essa altura… embora não saiba como é que se processava antes do plano nacional de vacinação, não sei qual era a proporção da população que tinha acesso à vacinação. Não tenho dados precisos sobre isso, de forma nenhuma.

Portugal está a ponderar comprar vacinas modernas contra a varíola

Nós temos uma grande adesão ao plano nacional de vacinação, mas ele também não é assim tão antigo. Também é dos anos 60. Por isso agora estava a pensar quantas pessoas poderão ter sido vacinadas. Mas era uma vacina que também os militares utilizavam, portanto deve haver uma percentagem razoável, de pessoas que nasceram até aí. O que se sabe é que, das pessoas que nasceram depois, não há ninguém. Teremos sempre de ter essa questão em conta.

Portugal tem reservas da vacina contra a varíola?
São dados de que não disponho e que também não deveriam ser revelados neste momento. A maior parte dos países europeus têm alguns tipos de reservas, têm reservas de diferentes gerações inclusivamente, mas são dados que os países, por razões de segurança, têm mantido de forma confidencial.

Espanha admitiu há pouco tempo que iria adquirir mais vacinas. Portugal deveria seguir esse caminho?
Está a ser equacionado juntamente com as autoridades europeias essa possibilidade.

Há pessoas que têm maior probabilidade de desenvolver doença severa se forem infetadas por este vírus?
Presume-se que poderá haver. Sabe-se que as crianças podem ter formas mais graves, presume-se que as grávidas, que têm algum grau de imunodepressão, também poderiam ter. E outros doentes imunodeprimidos, pessoas que tenham algum tipo de imunodepressão, poderão sempre ser considerados como tendo uma possibilidade de prognóstico mais grave. Mais concretamente, não há dados sobre isso.

OMS acredita que a transmissão do vírus Monkeypox pode ser interrompida

O que é que as pessoas podem fazer para evitar o vírus?
Podem abster-se de contactar com pessoas que estejam doentes e que tenham qualquer tipo de lesão cutânea. Sobretudo aquilo que podemos fazer para quebrar esta transmissão é as pessoas que têm as queixas — nomeadamente sintomas gerais como febre ou febrícula, mialgias, dores no corpo, dores de cabeça, lesões cutâneas e nas mucosas — procurarem de imediato uma avaliação médica para que seja descartada essa hipótese.

Há essa recomendação [de isolamento], sem dúvida, mas não há de 21 dias. Há uma recomendação muito clara que é dada a cada pessoa que foi diagnosticada ou que tem essa suspeita de se abster de todo o tipo contacto próximo com outras pessoas — nomeadamente pele a pele, uso de máscara se estiver a conviver — até à resolução das lesões cutâneas. Não é necessariamente 21 dias.

As pessoas que estão positivas, estão em isolamento?
Estão com recomendações de se absterem de contactos com outras pessoas, de todo o tipo de contactos. E estão a ser acompanhadas pelos clínicos que se responsabilizaram por elas.

Mas não há necessidade de um isolamento obrigatório como o de Itália, que é de 21 dias?
Há essa recomendação, sem dúvida, mas não há de 21 dias. Há uma recomendação muito clara que é dada a cada pessoa que foi diagnosticada ou que tem essa suspeita de se abster de todo o tipo contacto próximo com outras pessoas — nomeadamente pele a pele, uso de máscara se estiver a conviver — até à resolução das lesões cutâneas. Não é necessariamente 21 dias.

Não é uma obrigatoriedade? É uma recomendação forte?
O que é obrigatoriedade? É um polícia à porta?

Estou a pensar num regime como o que temos na Covid-19.
É um aconselhamento como se dava em relação à Covid-19. Pomos um polícia à porta? Não, não estamos nesse regime.

Varíola dos macacos. Risco de transmissão de humanos para animais

A DGS especificou que a linhagem do vírus em circulação é a menos agressiva. Quando se diz isso, estamos a falar de que severidade?
Existem identificadas dois tipos, dois clades de vírus monkeypox geneticamente distintos — com distinções que permitam dizer que são dois tipos diferentes. Os casos dos dois tipos têm um curso idêntico em termos de características, mas o da África Ocidental provoca com menos frequência situações graves, com complicações graves e com morte. Essa é uma distinção importante: tem uma mortalidade associada mais baixa do que os casos que se atribuíram à outra linhagem.

Qual é a mortalidade desta linhagem que está em circulação?
Está estimada em cerca de 1%. A mortalidade global está estimada em cerca de 10%. Mas repare que isto são estimativas feitas com base em casos ocorridos ao longo dos anos em variados países, em variados sistemas de saúde, na África Central e Ocidental sobretudo. Isto pode não refletir o que se passaria nestes países que estão agora a ser afetados. Isto refere-se aos casos que ocorreram no mundo até agora: há surtos em que não houve uma única fatalidade, enquanto existem outros surtos com alguma mortalidade. Mas também temos de ter em conta o tipo de pessoas é afetada, o tipo de sistema de saúde que os países afetados têm. Há muita incerteza nesse aspeto. Mas mesmo tendo em consideração isto que acabei de dizer, este tipo tem sido associado a uma menor letalidade.

Os casos todos que estão a ocorrer neste momento são casos ligeiros e o tratamento é apenas sintomático. Não há ninguém que eu saiba, pelo menos nos países europeus... não há nenhuma situação grave internada. Até podia haver algum caso internado ou por outro motivo ou por precaução, meramente. Mas todos os casos até agora têm sido casos ligeiros e não precisam de tratamento específico.

Como é que esta infeção é tratada em países com um maior registo de casos?
Os casos todos que estão a ocorrer neste momento são casos ligeiros e o tratamento é apenas sintomático. Não há ninguém que eu saiba, pelo menos nos países europeus, com um situação grave internado. Até podia haver algum caso internado ou por outro motivo ou por precaução, meramente. Mas todos os casos até agora têm sido casos ligeiros e não precisam de tratamento específico. Também não está estabelecido um tratamento específico: existem alguns antivíricos que têm ação neste vírus, mas não estão a ser utilizados ainda. Estão a ser discutidos.

Já tinha havido surtos desta infeção em múltiplos países em simultâneo?
É uma pergunta interessante e eu diria que não, mas não sei se coexistiram alguns casos em simultâneo em alguns países e se chegou a encontrar-se alguma relação entre eles. O primeiro grande surto foi em 2003 nos Estados Unidos, foi um surto associado à importação de roedores africanos, alguns deles confirmadamente infetados e transmitiram a infeção a cães da pradaria na América; e foram contaminados os seus donos. Esse surto teve cerca de 40 a 50 casos confirmados. Depois disso houve alguns casos esporádicos em vários países, como Inglaterra, Israel, Singapura. Penso que não terão coincidido temporalmente. Todos esses casos foram ligados a viagens a países endémicos — da África Central ou Ocidental. Portanto, não creio que tenha havido alguma ligação entre diferentes países.

Então como é que podemos explicar a dimensão destes surtos?
Não sabemos. Não tenho uma resposta para si, não sabemos.

Tendo em conta a transmissibilidade do vírus, há alguma estimativa sobre o número de pessoas que pode estar infetada neste momento, embora não diagnosticada?
Não, não existe essa estimativa, nenhuma. Não temos como calcular para já.

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