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Casos recolhidos pelo Observador ocorreram entre maio de 2023 e junho de 2024, sempre através do multibanco
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Casos recolhidos pelo Observador ocorreram entre maio de 2023 e junho de 2024, sempre através do multibanco

PATRICIA DE MELO MOREIRA

Casos recolhidos pelo Observador ocorreram entre maio de 2023 e junho de 2024, sempre através do multibanco

PATRICIA DE MELO MOREIRA

"Olá, pai. Olá, mãe." A história de três vítimas, milhares de euros por recuperar e "vergonha". Em ano e meio, PJ recebeu 4 mil novos casos

Autoridades dizem que casos têm aumentado e recomendam verificação de todas as informações antes de qualquer pagamento. Em 4 meses GNR registou 120 crimes. Três vítimas contam como perderam milhares.

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Ao fim de seis dias seguidos a caminhar, Mónica Monteiro de Barros finalmente chegou a Santiago de Compostela, em Espanha. O cansaço era muito e quando viu uma mensagem no telemóvel que lhe pareceu enviada pelo filho, a pedir ajuda para fazer um pagamento urgente, não hesitou. Sem se aperceber, caiu na famosa burla “Olá, pai. Olá, mãe” e em poucos minutos saíram da sua conta quase 2 mil euros. Mas Mónica não está sozinha: segundo a Polícia Judiciária, tem havido um “aumento significativo” das burlas do falso familiar: em apenas um ano e meio, deram entrada 4 mil casos (e alguns ainda não estão concluídos). Já a GNR, em quatro meses registou 120 crimes que se enquadram na metodologia usada nesta burla.

“Estava a fazer o Caminho de Santiago com uma sobrinha. Quando tudo aconteceu estávamos no sexto dia, quase a chegar, com 120 quilómetros em cima”, lembra ao Observador Mónica Monteiro de Barros. Ao chegar à emblemática Praça do Obradoiro, no meio de toda a confusão e emoção — e entre o cansaço e fome que já sentia —, “recebo um SMS de um número +351 [indicativo de Portugal]” com um português “bem escrito”, lembra a reformada de 63 anos.

Na mensagem enviada através da aplicação WhatsApp lia-se: “Mãe, posso pedir-te um favor? Não consigo entrar na conta do banco e tenho de fazer um pagamento. Podes pagar? Amanhã devolvo.”

Olá, pai. Olá, mãe. Como funcionava e como foi desmantelado o esquema de burlas que desviou milhares de euros das contas dos portugueses?

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Para Mónica, tudo fazia sentido: era sexta-feira e Lisboa vivia a típica “semana dos feriados”, com a celebração do Dia de Portugal (10) e do dia de Santo António (13), o que significa que tudo estava a meio gás. Além disso, sabia que o filho estava num reunião, o que justificaria o porquê de não poder dirigir-se a um multibanco.

[Já saiu o terceiro episódio de “Um Rei na Boca do Inferno”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de como os nazis tinham um plano para raptar em Portugal, em julho de 1940, o rei inglês que abdicou do trono por amor. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no YouTube. Também pode ouvir aqui o primeiro e o segundo episódio]

“Disseram que não podia ser por MBWay, tinha de ser por multibanco. Como eu estava num stress e à pressa para almoçar, paguei”, diz. Foi-lhe enviada uma entidade, uma referência e um montante: 995,10 euros. Quando pensava que a situação estava resolvida, recebe nova mensagem: “Mãe, desculpa, só mais um pagamento, por favor”. À segunda volta o valor foi ligeiramente mais baixo: 980,80 euros. Mónica repetiu o processo.

“Quando saía do restaurante, começaram a perguntar [no grupo da família] quem era o novo número. Disse que era da Lilita [a irmã] e ela liga-me a dizer que não tinha mudado de número. Foi quando percebi que estava lixado”
José, nome fictício, burlado em 2023

José perdeu 870€ enquanto bebia café e pagava a conta

A conta de Mónica chegou aos 1.975 euros, mas algumas vítimas perderam menos. Foi o caso de José. O nome é fictício, porque a “vergonha” de assumir que foi vítima de uma fraude fala mais alto, assume. Era hora de almoço quando o telemóvel tocou. “Olá, mano. Guarda o meu novo contacto. O meu telemóvel avariou”, lia-se na mensagem alegadamente enviada pela sua irmã.

Por coincidência, dias antes José tinha estado com a irmã, que se queixou de o telemóvel já não estar a funcionar adequadamente. Além disto, afastou a ideia de burla porque a mensagem tinha sido enviada pelo WhatsApp e o remetente tinha uma fotografia da irmã, abordagem mais personalizada e que desconhecia na época, a 9 de maio de 2023.

PJ detém suspeito de burlas “Olá pai/Olá mãe”

Fonte da PJ já tinha explicado ao Observador que é principalmente através desta rede que os burlões obtêm os números que desejam: “Quantos grupos do WhatsApp tem? Imagine que alguém achou que não havia problema em partilhar esse grupo com alguém. A partir desse momento, está a partilhar uma quantidade enorme de contactos. E esses contactos têm número de telefone, e-mail, fotografias, alguns até têm data de nascimento, profissões, redes sociais, uma série de dados”, ilustrava fonte da PJ em maio.

Todas as informações são usadas para construir diversas bases de dados “que são, muitas vezes, negociadas online”. Estas mesmas redes têm também acesso às fotografias – quer às imagens que são partilhadas no WhatsApp, quer às fotos que são partilhadas nas contas nas redes sociais, caso estas tenham os números de telefone associados.

Agora, contudo, “vendo ao pormenor”, José nota que “a mensagem estava com uma linguagem de português do Brasil”. Mas na altura isto passou-lhe ao lado, motivo pelo qual, com naturalidade, foi “acrescentar o número no grupo da família e tudo”, conta esta vítima, residente na zona centro do país.

Ministério Público acusa homem de crimes de falsidade informática, acesso ilegítimo e burlas através do MB Way

Burlões exigiam que pagamento fosse feito pelo Multibanco e não por MBWay

Leonel de Castro/Global Imagens

“Estava num restaurante a almoçar. E às tantas [o remetente] diz-me: ‘Faz-me um favor’ e diz que está enrascada com um pagamento. Pediu-me para pagar e disse que no dia seguinte me dava o dinheiro”, lembra José. Enquanto esperava que lhe trouxessem a sobremesa e o café à mesa resolveu a questão: “Pensei ‘faço já isto, porque pode estar enrascada’. Disse-lhe para enviar o que era, ela mandou-me os dados de pagamento e eu paguei.”

E assim, em poucos minutos, José deu 870 euros a um burlão. “Mandaram-me os dados muito rápido, a referência multibanco e o valor. O nome [associado à referência] era estrangeiro, mas como pensei que ela estava a encomendar algo vindo de fora nem estranhei.”

Pagou a conta e, “quando saía do restaurante, começaram a perguntar [no grupo da família] quem era o novo número. Disse que era da minha irmã e ela liga-me a dizer que não tinha mudado de número. Foi quando percebi que estava lixado”, lembra.

“Não questionou, pagou imediatamente”

O problema de muitas das vítimas desta burla é que “não perdem tempo a verificar e a confirmar a informação, optando por responder automaticamente às solicitações”, diz fonte da PJ. “É importante parar para pensar. O facilitismo do mundo digital faz com que estejamos desatentos.”

José demorou pouco tempo a entender que tinha caído na burla “Olá, pai. Olá, mãe”, mas Mónica só se apercebeu do que tinha acontecido quando mandou uma fotografia dos comprovativos de transferência para o filho. Desta vez, para o número correto: “Mandei-lhe mensagem a dizer que já tinha feito os pagamentos e ele pergunta ‘que pagamentos?’. Aí, percebi: fui burlada”.

Depois, seguiram-se os passos habituais numa tentativa falhada de salvar o que Mónica já sabia que dificilmente recuperaria. “Liguei para o banco e disseram que não podiam fazer nada. Pediram-me para fazer queixa junto das autoridades. Segunda-feira, dia 17, fui à PJ, que tomou nota e disse que isto acontecia todos os dias a toda a hora.

O problema é que as vítimas "não perdem tempo a verificar e confirmar a informação, optando por responder automaticamente às solicitações", diz fonte da PJ.

Questionada sobre a possibilidade de as vítimas conseguirem obter o dinheiro que perderam de volta, a PJ não consegue garantir que isso aconteça e remete apenas para o tribunal, que é depois responsável pela pena que aplica ao burlão — nos casos em que este é identificado.

Também a mãe de Rita tentou agir rapidamente para reaver o dinheiro perdido. Em maio, recorda a filha ao Observador, a antiga professora de 78 anos “recebeu uma mensagem e nem pensou que tenho dois telemóveis”, um pessoal e outro profissional. “Não tentou ligar-me para o outro número nem ligou para ninguém, como as minhas filhas. Não questionou, pagou imediatamente.”

A idade já não é necessariamente um fator de fragilidade, explica a PSP em comunicado, até porque, “nos últimos anos, e acompanhando a evolução tecnológica e as potencialidades do mundo digital, os suspeitos têm atingido também vítimas cujas idades são transversais a todas as faixas etárias”. O principal problema é precisamente a falta de verificação (que as autoridades sublinham ser cada vez mais importante).

Conselhos da PSP para evitar que seja burlado

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Em comunicado, a PSP listou um conjunto de conselhos para evitar que seja vítima de burla:

  1. Não faça qualquer tipo de transferência de dinheiro para pessoas que anunciam na Internet, sem que esteja certo que o anunciante é legítimo;
  2. Guarde todas as trocas de e-mails, fotos e mensagens, caso o arrendamento não corra como acordado ou tenha sido vítima de burla e denuncie de imediato o crime às autoridades;
  3. Após efetuar o pagamento, se o anunciante informar que não recebeu qualquer valor ou que existem problemas no seu processamento, solicitando um novo pagamento, contacte imediatamente o banco tentando perceber a veracidade da situação. Caso se verifique a existência de fraude cancele, imediatamente o pagamento já efetuado;
  4. Não aceda a endereços enviados através de e-mails de outas plataformas para efetuar o negócio, pois poderá estar a ser enviada uma página falsa;
  5. Solicite referências ou dados adicionais sobre os produtos à venda, os imóveis a arrendar ou genericamente o objeto do contrato (exemplos de outras fotos, em perspetivas específicas, entre outros);
  6. Pesquise os dados e contactos do anunciante, pois poderá haver referências a burlas anteriores, especialmente em fóruns ou blogues temáticos;
  7. Desconfie dos anúncios em que os preços são claramente abaixo do valor de mercado, ainda que tal preço tenha por base, alegadamente, um motivo válido;
  8. Anúncios que perdurem no tempo têm maior probabilidade de ser verdadeiros pois, após as primeiras denúncias, a maioria dos servidores elimina os anúncios e os anunciantes;
  9. Pesquise as imagens apresentadas do anúncio a fim de verificar se são verdadeiras ou retiradas de outras plataformas;
  10. Desconfie dos proprietários que não disponibilizam um contacto telefónico no anúncio, que o número seja estrangeiro ou que nunca se consiga estabelecer contacto;
  11. Desconfie quando o anúncio é mal redigido, ou na troca de e-mails existam erros gramaticais, de pontuação ou tempos verbais incorretos, indicativos de que foram utilizados tradutores;
  12. Incoerência entre o idioma do proprietário, nacionalidade, número de telefone, país de residência e origem do IBAN, é indiciário de burla;
  13. Não efetue transferências para contas bancárias estrangeiras, pois normalmente são utilizadas em esquemas fraudulentos;

Pressionada a agir rápido, idosa perdeu mais de 1000 euros

Na mensagem enviada, a suposta mensagem de Rita para a mãe referia que o seu telemóvel se tinha avariado e que tinha sido “deixado à reparação”. Depois, era pedida ajuda para fazer um pagamento avultado: 1.180 euros. “Estava tudo mal escrito, tratava a minha mãe por ‘você’, algo que eu não faço, e nunca a mandaria ir ao Multibanco, o meu pai é que trata de tudo”, conta a filha.

A antiga professora foi pressionada a pagar rapidamente, algo que a levou a agir sem pensar duas vezes. “Ficou atarantada com a coisa da rapidez. Diziam que [a referência] ia expirar e pediam para pagar rápido e enviar o comprovativo.” Toda a experiência “foi muito traumática para a minha mãe”, principalmente porque a idosa gosta de acompanhar as notícias diariamente e de estar informada sobre os temas da atualidade.

De acordo com Rita, a sua mãe pensou estar a pagar a viagem que a filha tinha anunciado que iria fazer nos próximos dias. A proximidade desse acontecimento justificava assim a urgência do pagamento. Contudo, ao Observador, conta que a viagem há muito que estava paga.

“Não sei como caí nisto. Senti-me tão frustrada. Sinto que sou uma pessoa informada, estou a par do que se passa”
Mónica Monteiro de Barros, burlada em junho deste ano

Logo nesse dia fizemos queixa. Fomos à polícia, mas não houve forma de reaver o dinheiro” e o próprio banco afastou essa hipótese, porque não se tratava de uma transferência “que pode ser anulada”, mas sim de um pagamento. “A gestora de conta disse logo que não dava para cancelar.”

O mesmo ouviu José no dia em que tudo aconteceu, quando se dirigiu “à GNR para denunciar o caso”. “Disseram-me para ir ao banco porque podia ser que conseguisse ter o dinheiro de volta. Mas, como foi pagamento na hora, perdi tudo. Ainda falei com a PJ e nada.”

José lamenta que, um ano depois, “não haja qualquer novidade” sobre o seu caso. “Acho que nunca irei reaver [o dinheiro]. Quando fiz a participação, estive na GNR mais de uma hora, dei os detalhes todos, e nunca mais entraram em contacto”, conta. Agora, no carro, guarda “uma pastinha com o processo todo”, não vá ser necessário apresentá-lo por algum motivo, diz.

Apesar da situação, José reconhece que até teve “uma grande sorte”: “Os meus irmãos ajudaram-me com o valor. Somos seis e eles tiveram a generosidade de me dar dinheiro” para compensar a perda.

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Esta é "uma tipologia de crime bastante complexa de se investigar", diz a PSP

Photothek via Getty Images

4 mil inquéritos e um número incerto de detenções

“Não sei como caí nisto. Senti-me tão frustrada. Sinto que sou uma pessoa informada, estou a par do que se passa”, lamenta Mónica Monteiro de Barros. De facto, há muito que as autoridades alerta para a burla “Olá, pai. Olá, mãe”, que se insere no âmbito da burla do falso familiar, segundo a nomenclatura usada pela PJ.

Ao Observador, a PJ adianta que entre o primeiro dia de janeiro de 2023 e 30 de junho de 2024, cerca de 4 mil inquéritos deram entrada no âmbito da burla do falso familiar, ressalvando que, por cada inquérito aberto, pode haver mais do que uma vítima. Este esquema tem adquirido “uma dimensão muito significativa“, com a própria burla a “sofrer mutações” na forma como as abordagens são feitas, diz fonte da PJ.

Dos 4 mil inquéritos, alguns ainda decorrem e outros já foram concluídos, tendo alguns resultado em detenções, explica a PJ, sem conseguir adiantar números. No entanto, algumas das detenções são conhecidas, como é o caso daquela que ocorreu na passada terça-feira, quando a PJ deteve um estrangeiro de 29 anos, suspeito de vários crimes de burla qualificada, falsidade informática e branqueamento de capitais.

PSP recebeu em janeiro 260 denúncias relativas à burla “Olá pai, olá mãe”

Ao Observador, a GNR adianta que só neste ano, entre dia 1 de janeiro e 30 de abril, “foram registados 120 crimes que se enquadram na metodologia” da burla “Olá, pai. Olá, mãe”, onde se inserem burlas feitas através do envio de mensagens com propostas de trabalho e mensagens para pagamento de contas. Só nestas 120 denúncias, o prejuízo foi contabilizado em mais de 94 mil euros. No ano anterior, em 2023, a mesma GNR registou 394 crimes, o que se traduziu num prejuízo de mais de 644 mil euros.

A GNR não avança nenhum número de detenções, uma vez que, por se tratar de uma burla por mensagem bastante complexa, e não sendo possível apanhar o responsável em flagrante delito, os casos — por ordem do Ministério Público — são remetidos para outras autoridades com competências para investigar, nomeadamente a PJ. À GNR cabe a função de registar as queixas e reunir provas (como o IBAN de destino da transferência).

A PSP também não consegue precisar o número de detenções realizadas no âmbito desta burla em 2024, uma vez que este esquema se insere no conjunto de burlas informáticas realizadas através de transferência de dinheiro por aplicações — uma nova forma de tratamento destes dados implementada em janeiro deste ano, diz fonte da PSP ao Observador. No entanto (e apesar de não o detalharem à data da publicação deste artigo), a mesma fonte assegura que têm conhecimento do “número exato de denúncias” — sendo que só em janeiro houve 260, escreveu a agência Lusa.

De 2022 para 2023, já o aumento do número de burlas “Olá, pai. Olá, mãe” era notório. A PSP registou, só em 2022, um total de 23.982 burlas, número que subiu para 30.342 em 2023 (mais cerca de 21%), segundo comunicado enviado às redações. Nesse último ano, “as burlas foram responsáveis por um prejuízo de valor patrimonial superior a 110.339.200€”, três vezes mais do que em 2022.

No que toca à detenções, de 2022 para 2023 houve um aumento de 26,6%, lê-se o mesmo comunicado. “A taxa de detenções é diminuta, tendo em conta a dificuldade em detetar o suspeito em flagrante delito e proceder à sua detenção. Além disso, trata-se de uma tipologia de crime bastante complexa de se investigar (…), importando ainda referir que a PSP não detém a total competência de investigação de burlas, conforme determina a Lei de Organização da Investigação Criminal”, justifica a PSP.

Questionada sobre o panorama geral, a Procuradoria-Geral da República não conseguiu adiantar qualquer dado, argumentando que, para saber se foi proferido algum despacho de acusação, teria de fazer uma consulta caso a caso, não sendo possível um levantamento a nível nacional.

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