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Região de operários que trabalhavam na indústria têxtil ou mineira, quase todo o Norte de Inglaterra sempre se identificou mais com o Partido Trabalhista

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Região de operários que trabalhavam na indústria têxtil ou mineira, quase todo o Norte de Inglaterra sempre se identificou mais com o Partido Trabalhista

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"Promessas" falhadas do Brexit reerguem a "Red Wall" no norte de Inglaterra: "Estamos fartos dos tories"

Norte de Inglaterra costuma ser fiel a Labour, mas, em 2019, Boris venceu em vários círculos eleitorais, incluindo em Burnley. Nesta cidade, antigo polo industrial, o desalento pede mudança.

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O tempo está cinzento, os termómetros marcam 13 graus e a aragem é desagradável. Em Burnley, no nordeste de Inglaterra pertencente ao condado de Lancashire, na manhã desta terça-feira, nem parecia verão: havia pessoas de gorro, casacos grossos e até luvas. Ao longo do dia, as nuvens foram-se dissipando, mas as temperaturas continuaram baixas para o mês de julho. Mesmo assim, a principal rua desta cidade — com um centro comercial ao ar livre — estava cheia de pessoas, algumas em esplanadas e outras sentadas em bancos públicos.

Desde o centro de Burnley, o horizonte é preenchido com os extensos campos verdes que rodeiam a localidade. Pelo meio, veem-se várias chaminés industriais, herança de uma altura em que esta cidade era um centro nevrálgico da indústria têxtil britânica, principalmente pela forma como tratava o algodão. Quem se aproxima das chaminés, quase todas revestidas com tijolos, vê armazéns e edifícios abandonados, muito deles com um placa a dizer “para venda”. Num fenómeno transversal a todo o norte de Inglaterra, estes polos industriais foram perdendo grande destaque ao longo das últimas décadas.

Região de operários que trabalhavam na indústria têxtil ou mineira, quase todo o norte de Inglaterra sempre se identificou mais com o Partido Trabalhista. Em jargão político, a região ficou conhecida como a “Red Wall”, ou seja, Muro Vermelho, cor do Labour. Em Burnley, por exemplo, o partido venceu as eleições gerais, de forma contínua, durante 80 anos (desde 1935 a 2005). Os trabalhistas só foram derrotados em 2010 pelos liberais democratas, numa altura em que a cidade já tinha mudado inevitavelmente as suas feições. Cinco e sete anos depois, os trabalhistas voltaram a vencer. Porém foi em 2019 que aconteceu algo quase inédito na história deste círculo eleitoral: o Partido Conservador, na altura liderado pelo ex-primeiro-ministro Boris Johnson, sagrou-se vencedor em Burnley.

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Casas em Burnley junto a uma fábrica abandonada

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Ainda que tenha sido por uma diferença pequena — de apenas 1.352 votos —, certo é que os conservadores venceram em Burnley, algo que já não acontecia desde as eleições do longínquo ano de 1910. Este fenómeno replicou-se em mais de 40 círculos eleitorais que compunham o Muro Vermelho que, sob a liderança de Jeremy Corybn, parecia que se tinha desfeito. Grandes partes do norte de Inglaterra, tradicionalmente de esquerda e com um passado industrial, tinham virado à direita.

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Mas agora, em 2024, a situação deverá novamente inverter-se. Paul Whiteley, professor emérito na Universidade de Essex, especialista em sondagens e no comportamento dos eleitores, estima, em declarações ao Observador, que “é provável que o Partido Trabalhista vença em todos os mais de 40 círculos eleitorais da Red Wall conquistados pelos conservadores em 2019″. “As perspetivas para o Partido Conservador são realmente sombrias”, acrescenta o investigador sobre as eleições desta quinta-feira.

Neste 4 de julho, em Burnley, os eleitores também devem optar pela alternância política. As sondagens indicam que o Partido Trabalhista voltará a conquistar este círculo eleitoral perdido em 2019. Ao Observador, vários residentes da cidade apontam críticas aos conservadores — alguns que votaram no partido há cinco anos— e às “promessas que ficaram por cumprir”, principalmente relacionado com um assunto que parece ainda não estar resolvido na sociedade britânica: o Brexit.

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Boris Johnson numa visita a uma fábrica de Burnley em 2022

POOL/AFP via Getty Images

A desilusão dos eleitores que votaram nos conservadores em 2019: “Muitas das promessas não foram cumpridas”

“Veio de Portugal? Eu ontem vi o jogo [contra a Eslovénia] e o Ronaldo a chorar. Foi um pouco exagerado, não foi?” Philip Robertson, quando abordado pelo Observador, fala logo sobre futebol. Sentado esta terça-feira de manhã num banco público no centro da cidade de Burnley ao lado do amigo John Fitzpatrick, os dois conversam inicialmente sobre o Europeu. “Inglaterra está a jogar mal. Acho que vamos ser eliminados pela Suíça”, desabafa John ao Observador, enquanto o amigo de 76 anos discorda: “Bem, eu ainda tenho esperança. O que acha?”.

Quando se muda o tópico, os dois homens de Burnley admitem que não se interessam muito por política. Mas reconhecem que votaram no Partido Conservador nas últimas eleições. “Acreditei neles”, diz, entre risos, Philip Robertson. Questionados porquê, os dois elaboraram que lhes parecia a “melhor opção” na altura. “Queríamos alguém que solucionasse os nossos problemas. O BoJo [Boris Johnson] parecia a pessoa certa para governar o Reino Unido. Eu ainda continuo a gostar dele”, afirma John Fitzpatrick. E as polémicas do antigo primeiro-ministro? “Reconheço que ele é um pouco fora da caixa, mas é um bom político.”

Em 2024, ainda assim, o voto não irá certamente para os tories. “Estou farto deles, principalmente do primeiro-ministro”, assinala John Fitzpatrick, revelando que, nestas eleições, não sabe em quem vai votar: “Nenhum candidato me entusiasma particularmente”. Já Philip, não tem dúvidas: “Vou votar no Reform UK [de Nigel Farage]. Gosto do candidato em Burnley [Nathan McCollum], já tomámos umas cervejas juntos. Acho que é necessário alguém finalmente resolva o problema das migrações e do custo de vida. Os tories não fizeram nada durante estes cinco anos. A vida está pior, sabe?”

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Paisagem em redor de Burnley

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Quem também votou nos conservadores, nas últimas eleições, foi Giselle Lebrun, que saía de uma farmácia no centro da cidade quando falou com o Observador. A mulher de 57 anos salienta que gostava bastante do candidato dos conservadores que concorre pelo círculo eleitoral de Burnley, Antony Higginbotham, que tenta ser eleito deputado novamente este ano. Contudo, a mulher frisa que os tories adesapontaram”. “Muitas das promessas não foram cumpridas. Parece que voltámos para trás no tempo. Está tudo pior. A economia, o serviço nacional de saúde, os serviços públicos.”

Em 2019, a gestão do Brexit, o referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), influenciou o voto da Giselle Lebrun. “Naquela altura, queríamos alguém que tentasse acabar com esse processo, que se arrastava há meses. Votei para sair da UE e estava tudo estava congelado nas últimas eleições. Boris Johnson dizia que queria finalizar o Brexit e realmente conseguiu. Mas tudo o resto ficou pior”, recorda a mulher de 57 anos.

Em quem vai votar na quinta-feira? Giselle Lebrun aponta facilmente: “No Partido Trabalhista”. “Não são perfeitos. Mas, entre todos os candidatos, acredito que são os menos maus, como diz o meu marido”, ressalva logo a seguir, com um encolher de ombros. “A vida está difícil e não sei se o senhor Starmer vai conseguir mudar alguma coisa. Mas vou dar-lhe o benefício da dúvida nestas eleições”.

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O centro da cidade de Burnley

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O Brexit, o centro da campanha de Boris, que pode levar à derrocada dos conservadores

Nas anteriores eleições, uma das principais bandeiras de Boris Johnson condensava-se num slogan: “Get the Brexit done” — “vamos finalizar o Brexit” em português. Após o resultado de 2016, em que cerca de 52% dos britânicos votaram a favor da saída do bloco comunitário, os conservadores viram-se enredados em várias dificuldades para gerir de que modo abandonariam a organização internacional, da qual eram membros desde 1973. David Cameron, o antigo primeiro-ministro que propôs a realização do referendo, demitiu-se na sequência da votação, sendo que tinha expressado publicamente que apoiava permanência do país na União Europeia.

Após David Cameron, seguiu-se Theresa May (defensora da permanência do Reino Unido na União Europeia), mas a ex-primeira-ministra não conseguiu chegar a acordo, nem dentro do seu partido nem com a oposição, para os termos em que a saída do Reino Unido da UE se efetivaria. Foi neste contexto que, em 2019, a líder política se demitiu e abandonou Downing Street. Sucedeu-lhe Boris Johnson à frente dos tories, que fora uma das principais vozes a favor da saída de Londres do bloco comunitário. Tendo em conta este contexto, não é surpresa que o Brexit tenha canibalizado a campanha de 2019.

Boris Johnson junto a uma carta que diz "Brexit Done"

FACUNDO ARRIZABALAGA/EPA

No norte de Inglaterra, nas antigas zonas operárias, os eleitores votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia. Por exemplo, em Burnley, o resultado foi expressivo: dois terços (66%) da população votou a favor do Brexit. Ao Observador, Andrew Gibson, um construtor civil de 44 anos, refere que quis que o país abandonasse a UE. “Era muita burocracia e os migrantes estavam a vir todos para aqui”. Usando um colete amarelo florescente, enquanto almoça uma sandes durante a hora de almoço perto do centro de Burnley, o homem atira que “não costuma votar”, mas que o fez no referendo de 2016 e nas eleições de 2019, em que votou nos tories.

Nestas eleições, Andrew Gibson ainda “está a pensar” se vai votar. “Este país está uma porcaria. Não acho que ninguém vá conseguir tirar-nos do buraco em que estamos“, atira, visivelmente desiludido. Quando questionado sobre se ponderava repetir o voto nos conservadores, o homem de 44 anos diz imediatamente que “não”, tal como não confiará no Labour: “São os partidos que nos trouxeram a esta situação”.

Na opinião de Dominic Wring, professor de Comunicação Política na Universidade de Loughborough, não há dúvidas que o Brexit assumiu um “papel preponderante” na campanha de 2019. E que várias promessas feitas sobre aquele assunto por Boris Johnson e por alguns conservadores acabaram por não se concretizar. Por conseguinte, há muitos eleitores insatisfeitos com a gestão do assunto, principalmente entre aqueles que habitualmente não votam nos tories.

"Os alegados benefícios económicos de que o Reino Unido ia usufruía quando saísse União Europeia não seriam necessariamente materializados num ciclo parlamentar curto de cinco anos"
Dominic Wring, professor de Comunicação Política na Universidade de Loughborough

“Era difícil levar a bom porto uma política que foi tão central para a vitória do Boris Johnson em 2019”, constata Dominic Wring, justificando: “Os alegados benefícios económicos de que o Reino Unido ia usufruía quando saísse União Europeia não seriam necessariamente materializados num ciclo parlamentar curto de cinco anos”. Ou seja: a narrativa de que o Brexit iria levar a uma melhoria na situação económica no Reino Unido acabou por não se concretizar, pelo menos no curto prazo.

E com várias agravantes pelo meio, enfatiza Dominic Wring. Mesmo que tudo corresse bem no que diz respeito à conjuntura internacional, já seria “difícil” concretizar as promessas feitas por Boris Johnson em relação ao Brexit. Mas ainda se tornou mais complicado devido a questões externas negativas, como a “pandemia de Covid-19 ou a guerra na Ucrânia”. “Houve um aumento de custo de vida”, aponta ainda o docente universitário, acrescentando que todos estes fatores “corroeram a confiança dos eleitores no atual governo” e no Partido Conservador.

Em Burnley, uma antiga região operária que se foi desindustrializando ao longo das últimas décadas, os problemas económicos foram particularmente sentidos nos últimos anos. Segundo o jornal local Laicester Telegraph, em fevereiro de 2023, a cidade registou o maior aumento da taxa de inflação e o maior crescimento da taxa de desemprego em todo o Reino Unido.

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Vista da cidade de Burnley

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“A situação está cada vez pior em Burnley”, analisa Giselle Lebrun. “Tenho três filhos. Um deles está em Manchester a trabalhar e até tem um bom emprego. Mas as minhas outras duas filhas ainda vivem aqui em Burnley e é complicado para elas. Uma está desempregada há algum tempo e outra trabalha num café, apesar de ter andado na universidade”, desabafa ao Observador a mulher de 57 anos.

O desagrado com os conservadores, numa zona em que o Labour costuma ser rei e senhor

As sondagens realizadas em Burnley mostram um cenário que indica uma vitória bastante confortável do Labour e a provável a eleição do trabalhista Oliver Ryan para a Câmara dos Comuns. Como descreve o The Guardian, este círculo eleitoral talvez seja o “mais fácil de reconquistar” para o Partido Trabalhista, devido a ser um bastião vermelho e à situação económica da região.

Na principal rua de Burnley, Laura Boyle, uma solicitadora de 51 anos, destaca ao Observador que votou sempre no Partido Trabalhista. “É o meu partido. Identifico-me com ele. Sou progressista e defendo serviços públicos de qualidade”, afirma. Sobre Keir Starmer e Oliver Ryan, só tem elogios: “Adoro os dois. São bons políticos. Keir Starmer será um grande primeiro-ministro, não tenho dúvidas, e o Olivier vai representar-nos muito bem”. “É preciso terminar com o mandato dos conservadores. Apenas trazem miséria e negatividade à política.” 

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O candidato Oliver Ryan juntamente com a ministra sombra da Educação, Bridget Phillips, numa escola em Burnley

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Susan Smith é igualmente categórica sobre a sua preferência no Partido Trabalhista. Aos 86 anos, a mulher, que vestia luvas para se proteger do frio ao final da manhã enquanto estava sentada num banco em Burnley, sublinha que “sempre votou” no Labour. Questionada pelo Observador sobre a sua opinião sobre os conservadores, a octogenária faz uma expressão de desagrado, atirando: “Votar nos tories? Votar no partido da evil witch [bruxa malvada, alcunha por que ficou conhecida pelos críticos a antiga primeira-ministra Margaret Thatcher]? Nunca na minha vida. Preferia ser atropelada por um carro”.

Para Susan Smith, esta animosidade aos conservadores não é recente. A mulher lembra os problemas financeiros que a família viveu no início dos anos 80, quando Margaret Thatcher esteve à frente do governo do Reino Unido. “O meu marido trabalhava na indústria mineira, o sítio onde trabalhava fechou e ficou sem emprego. Começámos a viver com muitas dificuldades, graças às políticas de destruição da evil witch.”

O norte de Inglaterra — mais industrial do o que sul — foi particularmente afetado pelas políticas de Margaret Thatcher, que apostou na desindustrialização da economia e na privatização de setores chaves. A antiga primeira-ministra, conhecida por Dama de Ferro, enfrentou contestação nas ruas, mas raramente cedia e mantinha braços de ferro com sindicatos. Este fator ajuda a explicar o porquê de o Labour ainda continuar a ser preponderante na “Red Wall” — de que Burnley, com uma outrora potente indústria têxtil, faz parte.

Antiga primeira-ministra, Margaret Thatcher, continua a ser uma figura controversa no Reino Unido pelas políticas seguidas durante o seu mandato

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Nas ruas de Burnley, particularmente na Trafalgar Street, a cerca de 500 metros do centro, existem várias fábricas destruídas, uma herança da desindustrialização do Reino Unido. Numa delas, ainda se vê a inscrição: “Trafalgar Mill”. Fundada em 1846 para albergar máquinas para fiar algodão, a sede da empresa acabou por ficar abandonada, estando neste momento à venda.

Epicentro do algodão no Reino Unido, aquando da revolução industrial, Burnley tornou-se num dos principais polos industriais do norte de Inglaterra. Segundo o arquivo históricos da cidade, passou de haver nove mil teares em 1850 para 79.000 em 50 anos. A população também aumentou exponencialmente; em 1801, era de 9.715, passando, um século depois, para 106.322. Desde aí, a população tem decrescido: cerca de 94 mil pessoas vivem atualmente em Burnley.

“As pessoas foram-se indo embora daqui”, relata Philip Robertson, de 76 anos, salientando que os “migrantes tiraram muitos dos empregos” à população local: “É uma realidade que todos querem esconder, mas que é verdade. Além disso, não se integram na nossa sociedade”. O amigo John Fitzpatrick não concorda totalmente, sugerindo que “há ingleses que também não querem trabalhar”. Mas concorda com o diagnóstico de abandono da localidade, sublinhando que acontece particularmente com os “mais jovens”. 

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Imagem que mostra Burnley em 1900

Universal History Archive/Univer

Eleitora do Labour desde sempre, Laura Boyle culpa os conservadores pelo estado da economia e pelos ressentimentos contra migrantes, particularmente em Burnley. “Boris Johnson foi um político terrível que fez tudo para vencer as eleições [em 2019] e prometeu mundos e fundos. E quem se seguiu nos conservadores continuou a prejudicar o Reino Unido”, opina a solicitadora, referindo que a questão das migrações foi um “bode expiatório usado pelos tories para esconder a sua governação catastrófica”.

Em contraciclo com as opiniões dominantes na região está a de Benedict Mottershead. Trabalha “remotamente enquanto engenheiro informático” e vai votar no Partido Conservador. “Acho que é o partido que deve vencer estas eleições”, frisa ao Observador, enquanto se desloca ao ginásio no centro de Burnley. Questionado sobre as sondagens e as opiniões negativas em redor dos tories, o jovem de 28 anos assume que as pessoas “podem até nem estar totalmente felizes”, mas vaticina que a situação “vai piorar com o Labour”. “Vão arruinar a economia com as suas medidas.” 

Entre apoiantes e vozes críticas, o Partido Trabalhista prepara-se para ganhar as eleições com uma grande vantagem nestas regiões. Dominic Wring não tem dúvidas de que o facto de as promessas económicas em redor do Brexit não terem sido cumpridas, juntamente com as dificuldades financeiras sentidas pela população e o cansaço de 14 anos de governação conservadora, levará a que o Labour consiga “reconstruir a Red Wall no norte de Inglaterra”. “Todas as sondagens apontam para isso.”

Imagem da Trafalgar Mill, uma fábrica que começou a ser construída em 1846, mas que entretanto foi abandonada

OBSERVADOR

O docente na Universidade de Loughborough esclarece que este fenómeno não é exclusivo do norte de Inglaterra, em que os “conservadores estão em queda livre e alguns dos seus votos vão para o Reform UK, o partido de Nigel Farage”. Segundo Dominic Wring, assistir-se-á a várias mudanças políticas nas eleições desta quinta-feira — e não apenas na Red Wall.

Se o norte de Inglaterra é conhecido por ser a Red Wall, o sul é designado como ‘Blue Wall’, cor do Partido Conservador, que tem dominado — ao longo das últimas décadas — aquele região, mais “próspera” do que o norte. “No entanto, o Labour também parece estar numa boa posição para conseguir obter ganhos significativos na região, que tradicionalmente tende a votar nos conservadores.”

Em Burnley, a vontade de mudança é imensa — e é quase certo que os trabalhistas voltem a eleger um membro para a Câmaras dos Comuns pelo círculo eleitoral. Mas mais do que alternância política, os habitantes desta antiga cidade operária esperam por alguém que consiga tirar a região do declínio, bem visível pelas fábricas abandonadas e chaminés industriais em desuso que integram a paisagem.

 
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