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Esta quarta-feira, 9 de setembro, exatamente um ano depois do lançamento do iPhone 6, a Apple volta a fazer das suas — leia-se “lançar um novo iPhone”. Desta vez, o “acontecimento” muda de palco: ao invés do habitual espaço com capacidade para cerca de mil pessoas, em Cupertino (Silicon Valley), a Apple convida os fãs e jornalistas para uma keynote num novo espaço: o Bill Graham Civic Auditorium, em São Francisco, onde cabem 7.000 pessoas. Este será, assim, o maior evento alguma vez organizado pela Apple.
Tanto barulho para quê? O que se espera é que a empresa revele os novos iPhone 6S e 6S Plus, as versões melhoradas do iPhone 6, bem como uma nova geração da Apple TV. E, quem sabe, novos iPad.
O que esperar dos novos iPhone
O segredo oficial é total, como é hábito. E os rumores são muitos, como é também hábito. E alguns têm vindo a ser repetidos nas últimas semanas. Exemplo: olhando para o percurso da Apple até hoje, é certo que o design dos novos iPhone não vai mudar muito, mas é provável que seja utilizado um novo tipo de alumínio no fabrico dos telemóveis. O objetivo é reforçar-lhes a estrutura e evitar que o “Caso Bendgate” (lembra-se de como ele dobrava?) se repita, de acordo com o site 9to5Mac.
Espera-se também que a câmara do iPhone — a que a Apple chama de iSight — seja de novo melhorada. Pela primeira vez desde 2011, a marca deverá passar dos 8 mega-píxeis para 12 ou 13 mega-píxeis e o telemóvel conseguirá tirar fotografias com uma maior resolução. Mas a grande novidade está na captura de vídeo: é provável que o novo iPhone faça gravações de vídeo em 4K, uma qualidade muito superior ao full-HD suportado pelo iPhone 6. Quem o diz é Mark Gurman, novamente no site 9to5Mac. O jornalista cita “fontes” não identificadas. Mas, por norma, as fontes de Gurman em relação ao iPhone costumam estar certas.
Também a câmara frontal do 6S deverá ser melhor, com suporte para captura de vídeo em full-HD. Alguns curiosos têm varrido a pente fino o código-fonte do novo sistema operativo iOS 9. Quem o fez parece estar convencido de que a Apple incluirá flash frontal com um LED na parte da frente do novo iPhone. Mas esta ideia diverge das fontes de Mark Gurman. É provável que a solução encontrada pela empresa em relação ao flash frontal seja outra. A alternativa deverá ser semelhante à já usada por outras marcas, ou seja, na hora de tirar uma selfie com flash, o ecrã enche-se de luz branca, iluminando a cara de quem está a tirar a fotografia. Tal como acontece com um flash real.
A Apple deverá ainda transpor a tecnologia Force Touch do Apple Watch para o novo iPhone. A funcionalidade já foi implementada no relógio da marca e tudo indica que venha a ser uma das novas funcionalidades do iPhone 6S e 6S Plus. O Force Touch permitirá que o aparelho execute comandos ou funções diferentes, consoante a pressão exercida pelo dedo do utilizador no ecrã. Assim, abre-se um leque completamente novo de atalhos e funcionalidades. O objetivo? Facilitar a navegação no iOS. Esta não é a única coisa que a empresa vai trazer do Watch para o telemóvel. Algumas fontes indicam que vai ser possível usar papéis-de-parede (wallpapers) animados no novo iPhone.
Mas há outras melhorias, que a empresa liderada por Tim Cook quer colocar na próxima geração de telemóveis. Entre elas, um novo processador A9, que deverá resultar num aumento do desempenho do smartphone.
Bateria. O “calcanhar de Aquiles” vai doer mais?
Não há produtos perfeitos. E, como é evidente, os da Apple não são exceção. Se já havia queixas relativamente à autonomia do iPhone 6, é possível que se venham a acentuar com a chegada do 6S e do 6S Plus. É que a bateria do novo iPhone poderá ter capacidade inferior à do modelo atual.
A informação está a ser avançada pela Forbes, citando o site chinês cnBeta, já conhecido por este tipo de revelações a poucos dias dos eventos da marca.
A bateria do iPhone 6 tem 1810 mAh;
A bateria do iPhone 6 Plus tem 2910 mAh.
Segundo a Forbes,
A bateria do iPhone 6S terá apenas 1715 mAh;
A bateria do iPhone 6S Plus terá 2750 mAh.
Mesmo assim, nunca é demais sublinhar que estes dados não são oficiais. O jornal espanhol ABC, por exemplo, escreve que os novos modelos do iPhone terão uma “bateria melhor”. Quem terá razão? Só mesmo esperando por quarta-feira.
Quanto aos preços, não deverão fugir muito aos praticados pela Apple quando lançou o iPhone 6. O iPhone 6S deverá custar cerca de 700 euros e a versão 6S Plus rondará os 800 euros, de acordo com o El Confidencial. Espera-se que os novos iPhone sejam postos à venda no final de setembro, mas não se sabe se Portugal fará parte da lista dos países que receberão os novos modelos nesta primeira fase do lançamento.
Outras novidades: Apple TV, novos iPad
No evento desta quarta-feira, a empresa de Tim Cook deverá também mostrar o que diz ser uma quarta geração da Apple TV. Esperava-se que a apresentação ocorresse em junho, durante a conferência de programadores WWDC. Tal acabou por não se acontecer, já que a empresa dedicou o evento a uma série de ouros lançamentos (Apple Music e sistemas operativos iOS 9 e Mac OS X El Capitan). Por isso, os fãs da marca esperam que seja neste evento que a marca da maçã apresente, finalmente, uma Apple TV com cara lavada.
Uma vez mais, o 9to5Mac dá corpo e alma aos rumores, garantindo que a quarta geração do serviço será revelada a 9 de setembro e lançada em outubro deste ano. Citando “fontes credíveis”, o site avança ainda que a nova Apple TV terá um processador melhor (A8), mas ainda não vai ter suporte para a resolução 4K. Terá também as mesmas portas básicas já existentes no modelo atual. Quanto ao preço, deverá passar dos 69 dólares (79 euros na loja portuguesa) para um valor entre 149 e 199 dólares, de acordo com o CNet.
Em relação a tablets, os sites da especialidade indicam que a Apple tem-se dedicado à criação de uma versão completamente nova do iPad, totalmente focada no meio empresarial. A ser verdade, o iPad Pro — como tem sido chamado pelos fãs da marca — pode ser lançado também esta quarta-feira. De acordo com Telegraph, terá entre 12,2 e 12,9 polegadas, ou seja, será grande. E um iPad grande parece adaptar-se bem ao ambiente multitasking (multitarefa) da nova versão do iOS. Ainda no ramo dos iPad, o jornal britânico anota a possibilidade de a Apple nos mostrar esta quarta-feira um iPad Mini 4. Será?
O sucesso da Apple é inquestionável, mas…
Neste momento, a Apple é a empresa mais valiosa do mundo. Em abril de 2015, a imprensa internacional citava vários analistas que prevêem que esta será a primeira companhia do mundo a valer um bilião de dólares (ou seja, um 1 com doze zeros). Só no terceiro trimestre fiscal de 2015, a empresa faturou 31 mil milhões de dólares com a venda de telemóveis iPhone.
Mas, calma, isso pode ser um problema. As vendas do telemóvel representam cerca de 60% da totalidade dos lucros da empresa. E, segundo o Telegraph, os analistas estão céticos de que as melhorias no novo iPhone sejam suficientes para continuar a trazer clientes às lojas da marca, especialmente quando os preços são tão altos.
A suportar esta ideia estão ainda as previsões de um investigador, citadas pelo jornal britânico:
- No ano fiscal de 2016, a Apple deverá vender 232,7 milhões de iPhones.
Ora, este valor é relativamente inferior aos 233,8 milhões de telemóveis vendidos pela Apple em 2015. Caso os cálculos estejam corretos, será a primeira vez que a marca vai assistir a uma queda nas vendas do seu principal produto. E esse não será o melhor dos sinais para a empresa de Cupertino. Dito isto, um problema… à escala da Apple.
Editado por Diogo Queiroz de Andrade.