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Sebastião D’Ávila não é o típico jovem portuense de 21 anos. Em dezembro abriu, na Foz do Douro, a Vindega, com bar, loja de vinhos e um bistrô, distribuídos por três andares. Há outra característica que poderia levar as pessoas a acreditarem que Sebastião é um jovem fora do comum: uma ida ao hotel vínico The Yeatman, em Vila Nova de Gaia, para beber vinho do Porto é, para ele, sinónimo de diversão. Há uns anos, a descrição de uma saída para beber vinho do Porto poderia levar a conclusões precipitadas. Ou se tratava de um turista — que não perde a oportunidade de provar um vinho que durante séculos foi, e é, um dos mais importantes produtos da história económica portuguesa –, ou de um cavalheiro de cabelos grisalhos. Isso mudou. “Vou com os meus amigos e alguns deles já costumavam pedir vinho do Porto. Cada vez mais as pessoas da minha idade fazem-no”, explica.
Nas três semanas de vida da Vindega, os turistas foram, de facto, os únicos que até agora compraram na loja garrafas da bebida produzida na Região Demarcada do Douro. Já no bar, Sebastião D’Ávila diz que há muitos portugueses “a aderir à parte de cocktails à base de vinho do Porto”, mais até do que a pedir um copo de vinho. Pela experiência que tinha com os amigos, não ficou surpreendido. “Talvez esteja na moda, ou se esteja a tornar numa”, arrisca. De uma coisa parece ter a certeza: “A dinâmica de usar o Porto em cocktails, em bebidas que abrangem os jovens, está a dar uma cara nova ao vinho do Porto. Mostrou que também se pode brincar com ele.”
Porto branco e cocktails. Uma revolução?
Vicente Themudo de Castro já prova vinhos há mais anos do que os que Sebastião tem de vida. Em finais de 2015, juntou-se à lista de produtores de vinho do Porto ao lançar a gama Blackett. “Para as faixas etárias mais velhas, um Porto ainda é um vinho digestivo, ou um presente que se oferece em ocasiões especiais, como o Natal ou aniversário”, diz. Não é que tenha passado a ser antiquado fazê-lo. Em dezembro, o Porto Branco, o Reserva e o Tawny da Churchill’s foram incluídos na seleção de “12 sugestões de ofertas de vinhos e bebidas espirituosas surpreendentes” para o Natal, da revista norte-americana Forbes. Um destaque precioso naquele que é um dos principais mercados de exportação.
No artigo, o jornalista explicava que o vinho do Porto branco se bebe com água tónica e gelo, “um aperitivo, como fazem em Portugal”. Mas se o Porto tónico — cada vez menos um aperitivo — surgiu há meia dúzia de anos, para desconfiança ou desagrado dos mais puristas, os cocktails à base do vinho do Porto representam uma moda recente que ajuda a olhar para a bebida embaixadora de Portugal de uma forma completamente diferente. O que era impensável há uns anos está hoje na moda, assegura o escanção Sérgio Antunes que, de há dez anos para cá, faz do vinho a sua profissão. “A minha geração e as gerações mais novas olham para o consumo de Vinho do Porto de uma forma mais abrangente. Antes, bebê-lo era quase um ritual e durante muitos anos ficou-se preso a esse mesmo ritual”, defende.
De forma semelhante pensa a Sandeman. Segundo Duarte O’Neill, responsável pelo bar-restaurante Sandeman Chiado, a empresa é pioneira por ter criado, na década de 1980, cocktails à base de vinho do Porto com o nome da marca, uma receita que a Sandeman anda há muito a tenta promover, muito embora a moda só agora tenha pegado em Portugal, diz O’Neill. “Parece que o mercado está disponível para o consumo de cocktails de vinho do Porto, que começam a ganhar o seu espaço”, afirma, para depois assegurar que “há mais de 10 anos que a categoria de vinho do Porto está a tentar reinventar-se”.
Se em tempos os vinhos da categoria Vintage ficavam destinados à prateleira ou à garrafeira, para aí envelhecer com a graça dos anos, hoje é mais comum vê-los serem bebidos novos e até adicionados a cocktails. Há cocktails para os diferentes estilos de vinho do Porto — estilos esses que derivam de três grandes famílias, Brancos, Ruby e Tawny (mais recentemente surgiu o Rosé). “Dificilmente alguém vai misturar um Tawny de 100 anos num cocktail“, ironiza Sérgio Antunes, que não deixa de atribuir mérito aos baristas e às suas mixologias.
Voltemos ao Porto tónico. Em fevereiro de 2016, Francisca Lobão transformou uma antiga capela num wine bar. Chamou-lhe Capela Incomum e estabeleceu como um dos seus objetivos evangelizar os adeptos da moda do gin tónico para que passassem a pedir um Porto tónico, feito com branco. Um ano depois, tem muita saída como cocktail e Francisca nem precisa de pregar muito. “Servimos bastante vinho do Porto e tónico. Realmente, parece que toda a gente percebe bem o nosso conceito e o gin sai muito pouco.”
“O Porto tónico é o cocktail com vinho do Porto mais consistentemente procurado pelos consumidores”, afiança João Gomes da Silva, administrador responsável pela área de marketing de vendas da Sandeman, a segunda marca daquela que é a líder nas exportações de vinho português há mais de uma década: a Sogrape. “Sem ter dados — esta é a minha perceção — diria que é provavalmente a bebida à base de vinho do Porto que tem um consumo mais generalizado. O consumidor tem, de uma forma mais sistemática, contacto com o Porto tónico, que é talvez o cocktail mais divulgado.”
Vinho do Porto: quebrando tabus
“Os vinhos brancos velhos fizeram uma revolução nos vinhos do Porto”, assegura Vicente Themudo de Castro, que diz que nos últimos cinco a dez anos começaram a ter bastante procura, inclusive no mercado interno. Atentos, os produtores começaram a colar nas garrafas rótulos mais jovens, que chamem a atenção destes consumidores que estão a quebrar a imagem do Porto como uma bebida para faixas etárias acima dos 60 anos. “Ao contrário dos mais velhos, os consumidores dos 30 aos 45 anos são muito mais consumidores, não compram só para oferecer. É um mercado muito curioso porque nas feiras, principalmente, vejo que têm muita necessidade de formação, não conhecem bem e querem saber a distinção entre um Tawny e um Ruby, e querem provar.”
A bebida que em tempos esteve associada a temporadas (e refeições) festivas é hoje consumida de outra forma — o vinho do Porto já não se destina exclusivamente ao cálice nem ao começo ou final das refeições. Que o diga a Real Companhia Velha (RCV). A empresa duriense, que completou 260 anos em 2016, é a responsável pelo movimento “Porto das 5”, que consiste em promover a ideia de ir a um bar beber um Porto em vez de uma cerveja ou um copo de vinho de mesa depois de um dia de trabalho. “O que estamos a tentar fazer é atualizar o vinho do Porto no contexto gastronómico”, explica Pedro Silva Reis, à frente do marketing da RCV. O movimento é algo que a empresa espera que ganhe força durante o ano de 2017 e que chegue a vários locais de consumo na Invicta.
Outro tabu a ser quebrado — e que é cada vez mais um ponto assente na indústria — é a temperatura certa a que se deve servir o vinho do Porto. Noutros tempos, conta o escanção Sérgio Antunes, dizia-se que a bebida em causa tinha muito álcool devido à temperatura com que chegava ao copo — se elevada, o teor alcoólico sentia-se em excesso. “Ao baixarmos as temperaturas de serviço o álcool já não se sente tanto e os aromas são bem mais evidentes.”
“Há muito a fazer na forma como se serve e consome o vinho do Porto”, continua João Gomes da Silva, que vai além da correta temperatura de serviço e da forma de consumo do vinho, que diz não se limitar apenas a digestivo ou aperitivo.”Existe muito pouca especialização na oferta de consumo do vinho do Porto”, atira, evocando a forma como este é servido e também a questão dos copos. “São áreas em que podemos ter um processo de mudança e de educação.”
A isso Manuel de Novaes Cabral, presidente do Instituto dos vinhos do Douro e do Porto (IVDP) assegura que “houve claramente uma passagem do cálice de vinho do Porto para o copo de vinho do Porto, numa perspetiva de que o vinho do Porto é efetivamente um vinho.”
Foi em 2012 que o mixologista Luís Amaral começou a reparar na tendência “de haver menos rigidez em relação ao vinho, o que permitiu que aparecessem os cocktails mas também as manteigas, os biscoitos, os bombons. Até gelados já existem com vinho do Porto”, sublinha.
Mas sendo o vinho do Porto uma opção mais clássica e embebida em tradição, como olham os puristas para estes cocktails? “Como em todas os processos de transformação, há sempre setores da indústria que são mais avessos à mudança”, assegura João Gomes da Silva, que afirma ainda haver lugar para todos. “Haverá sempre marcas que se posicionam de uma forma mais tradicional e outras mais progressiva. Acho que temos todos de mudar — o vinho do Porto é uma indústria altamente regulamentada.”
Vamos a números
A perceção de que os portugueses estão a acordar cada vez mais para o vinho do Porto é confirmada pelos números. O ano de 2011 é considerado um ponto de viragem para o presidente do Instituto dos vinhos do Douro e do Porto (IVDP), Manuel de Novaes Cabral, que diz que desde 2011 nota-se um “crescimento sensível”. Segundo os dados do instituto, em 2011 venderam-se no mercado nacional 10,7 milhões de litros de vinho do Porto, o que correspondeu a 50,3 milhões de euros. Em 2016, estima-se que se tenham vendido 12,7 milhões de litros gerando, assim, 69 milhões de euros.
O crescimento interno deve-se, na opinião de Manuel de Novaes Cabral, a três realidades distintas que, no final, se intercalam: o investimento que as empresas e o IVDP têm vindo a fazer, tal como o Port Wine Day e o projeto “Saber Servir, Vender Melhor”, que consiste em levar formação básica aos intermediários de consumo (leia-se empregados do canal HoReCa — Hotéis, Restaurantes e Cafés); a enchente de turismo em Portugal e, por último, o “interesse crescente e novo” por parte dos portugueses em relação ao vinho do Porto.
Foquemo-nos no último ponto. O interesse pela bebida pode estar associado ao facto de as empresas do sector, que desde sempre estiveram de olhos postos nas exportações, terem percebido que também há margem de crescimento no mercado português. Manuel de Novaes Cabral confirma que há um consumo cada vez mais regular, mas também um interesse pela diversidade da bebida e a sua capacidade de harmonizar com a gastronomia. O presidente fala mesmo de uma “nova forma de olhar para um produto que é tradicional”.
João Gomes da Silva, da Sandeman, prefere não falar de um “interesse renovado” no vinho do Porto dentro de fronteiras nacionais. Ao invés, opta por afirmar que o “mercado tem estado razoavelmente estável”. “Há uma dinâmica que está muito associada à dinâmica de turismo, interno e externo, e isso reflete-se muito na cidade do Porto”, continua, fazendo referência ao dinamismo que o vale do Douro tem apresentando e também às muitas e pequenas iniciativas das marcas do setor. “No dia em que as principais marcas de vinho do Porto conseguirem ter uma presença mais consistente juntos dos consumidores… Falta cobrir a distância que existe entre o produto e as gerações mais novas”, confirma.
Mais, pela experiência de Vicente Themudo de Castro, ainda se está a falar de um produto mais consumido lá fora. “Não há produtor que venda mais para o mercado nacional do que para o exterior”, afiança. Dentro de fronteiras, os portugueses procuram muito o Late Bottled Vintage (LBV) e o Tawny, e não tanto o Vintage. Nas categorias especiais, “as camadas jovens querem vinhos melhores, com 10, 20, 30, 40 anos”.
Contudo, “de 2000 a 2011 há uma queda quase contínua, relativamente acentuada” nas exportações, assume Manuel de Novaes Cabral. Os dados do IVDP mostram que no ano 2000 foram exportados 95,7 milhões de litros. Até 2016 foi sempre a descer, com a estimativa para 2016 a fixar-se nos 77,7 milhões de litros. As boas notícias são que as categorias especiais estão a crescer, o que significa que os consumidores além-fronteiras estão a consumir vinhos melhores e mais caros. Se em 2011 estes representaram 18,6% dos litros vendidos em Portugal e no mundo e 35,8% da faturação, em 2016 estima-se que representem 21,4% dos litros e 41,2% da faturação.
As vendas no mercado português ainda se fazem principalmente a estrangeiros, assegura Vicente Themudo de Castro. “Muitos dos produtores — eu ainda não, mas estou a pensar nisso — fizeram dimensões diferentes para caberem nas malas de viagem low cost e para cumprirem as leis. As garrafas de 375 ml têm mais procura também porque ocupam menos espaço”, explica.
Ainda há margem para crescer
O responsável pela marca Blackett acredita que a curva ascendente vai continuar, “principalmente nas camadas mais jovens”, dos 30 aos 50 anos. “Temos de apostar muito por aí, e os tais cocktails ajudaram a essa aproximação. Os produtores já estão a criar uma imagem mais moderna, isso faz com que se torne muito mais apelativo”, defende.
Há outra aposta que os produtores estão a fazer para chegarem a outro público. Vicente Themudo de Castro acredita que projetos hoteleiros como o The Yeatman, aberto pela Fladgate Partnership em 2010, começaram o rejuvenescimento. “Assim como outros hotéis no Douro, mais modernos, fazem com que as camadas jovens procurem a região para visitar e passar férias.”
Exemplo disso é o The House of Sandeman Hostel & Suites, cuja abertura está prevista para o primeiro trismestre de 2018. As caves da Sandeman, situadas num edifício datado de 1797 e situado no Cais de Gaia, vai receber um hostel — que terá como tema o vinho do Porto — e um restaurante com a identidade do coletivo The Independente. A iniciativa tem como objetivo aproximar a marca centenária, com mais de 200 anos, do público mais jovem. Já antes a marca se esforçou nesse sentido: seja disso exemplo o bar The Hat & Cape / Galerias da Misericórdia, em formato pop up, que abriu no final de outubro no número 28 da Rua Galerias de Paris para, entre outras experiências, apostar em cocktails à base de vinho do Porto.
Luís Amaral nota que o interesse está na curva ascendente. “A cidade [do Porto] está a tornar-se mais cosmopolita e as pessoas já se preocupam e sabem um pouco mais”, ainda que haja muito trabalho pela frente. “Acredito que o vinho do Porto é consumido com mais prazer e educação no estrangeiro do que no nosso país. Ainda há muito a fazer em Portugal. Quase nenhum cliente sabe como se faz o vinho. Deveria haver mais informação. Toda a gente sabe que os fritos fazem mal, mas nas bebidas ainda não há essa preocupação e muitos consumidores escolhem-nas numa lógica destrutiva, do que vai fazer pior. Para um profissional da área é desanimador.”
O mixologista, que já fez, entre outras, as cartas de bebidas e cocktails da Vindega, no Porto, do Blini do chefe Cordeiro, em Gaia, e do Romando Privé, em Vila do Conde, nota também neste campo uma evolução. “Diria que 35% dos consumidores já procuram opções melhores.”
Os novos wine bars do Porto e de Lisboa
A localização geográfica ajuda a explicar o porquê de haver mais wine bars com opções de vinho do Porto a norte do que a sul. Na nova Vindega (Avenida do Brasil, 278, Porto), 10% dos vinhos são do Porto, das marcas Graham’s, Quinta da Pacheca e Niepoort. Entre os cocktails contam-se o obrigatório Porto Tónico, um Oporto Mule, inspirado num cocktail russo e que leva vodka, gengibre e limão, e o L.A. Negroni. Há também três sangrias: a espanhola, a de espumante e uma com chá verde e vinho branco.
Mariana Durão e Dinis Almeida dizem-se dois apaixonados por vinhos. Esse amor ganhou forma em 2016 no Gota a Gota Wine House (Rua de Cedofeita, 572, Porto), garrafeira onde também é possível beber um copo e saborear uns aperitivos. “Neste momento temos a copo o Quinta do Portal”, explica Mariana Durão. Mas todos os meses há novidades.
O Ária 23 (Rua General Silveira 23 A, Porto) reabriu a 10 de setembro pela mão de um novo proprietário, Jorge Carvalho. Para além dos vários petiscos, entre os vinhos há Porto da Taylor’s, Croft e Fonseca. Estão disponíveis em menus de três provas ou então cocktails. O Pink Tonic, por exemplo, é feito com o que a Croft diz ser o primeiro vinho do Porto Rosé.
O Arco das Verdades (Escadas das Verdades, 13, Porto) abriu em novembro, com vista sobre o Douro que transporta os rabelos e sobre as caves onde os vinhos envelhecem. Nos cocktails destacam-se o Happy Port (Porto Ruby aromatizado com laranja e hortelã) , o Pink Shade (Porto Rosé, água com gás e aromatizado com limão), o Porto Tonic (Porto Branco seco com tónica) e Porto Mojito (Porto branco seco com hortelã, sumo de lima e açúcar mascavado).
Depois, há os vinhos a copo Ferreira (Ruby, Tawny, Branco Seco e 10 anos), Offley (Tawny e 30 anos), o Graham’s 20 e 40 anos e o Ruby Graham’s Six Grapes, “de alta qualidade e que intenta lembrar as características de um vintage sem o ser”, explica o responsável, Roger Prieto. “De Branco temos o Quinta de la Rosa Extra Dry , Dona Antonia Reserva Branco, e o Vieira de Sousa 10 anos. Temos também alguns Vintage, como o Quinta dos Malvedos 2004 ( 375 ml ), Dow’s Quinta do Bonfim 2005, o Warre’s LBV 2004 e o Quinta de la Rosa LVB 2011.” A somar a toda esta oferta há duas provas de vinho pensadas: uma por estilos — Extra Dry White, Rosé, Ruby e Tawny, ao preço de 10 euros — e outra pelos “incríveis” Tawny — básico, 10 anos, 20 anos e 40 anos, por 16€.
No centro da capital, o Sandeman Chiado (Largo Rafael Bordalo Pinheiro, 28) tem satisfeito a curiosidade de quem se interroga sobre como será o vinho do Porto transformado num cocktail. De portas abertas desde meados de 2016, o bar-restaurante tem como estrela principal o vinho que o Don, icónica figura de capa e chapéu negros, representa. Certo que a Sandeman tem mais de 200 anos de história, mas nem por isso vira às costas às novas tendências. Entre paredes acastanhas e decoração sóbria, assinada pelo arquiteto de interiores Paulo Lobo, bebe-se e come-se vinho do Porto que chega, inclusive, a fazer parte das sobremesas. E além do tradicional cálice, há muitos cocktails a chegar à mesa, dos mais clássicos — como Sandeman Splash, como quem diz Porto Tónico à lá Sandeman, ou Sandeman Fizz, com bola de gelado à mistura –, aos mais recentes e também exclusivos da casa, criados pelo barman Kiko Pericoli. Estamos a olhar para vocês: Honey I’m Don (7€), Citrus Connection (7,50€) e One Eight Zero Five (7,50€).
Do Chiado para o bairro da Bica. Apaixonada pelo vale do Douro e os seus vinhos, Florence Bourguignon inaugurou o L’Atelier Porto (Travessa da Portuguesa, 38 A) em março do ano passado para dar a conhecer, a turistas ou locais, o que o vinho do Porto tem para oferecer. Aqui não há cocktails, apenas copos de pé que podem vir a receber vinhos das diferentes famílias do vinho do Porto — a oferta varia entre Brancos (doce e seco, de 10, 20, 30 e 40 anos), Tawny (Reserva, de 10, 20, 30, 40,60 ou 100 anos) ou Ruby (Reserva, LBV e Vintage). Os vinhos que podem ser bebidos a copo ou levados para casa — uma vez que o atelier também funciona como garrafeira — pertencem todos a pequenos produtores que Florence teve a honra (e o esforço) de conhecer pessoalmente. No L’Atelier fazem-se ainda provas comentadas de vinhos (de três a oito copos, de 12 a 85€, respetivamente) e workshops para empresas.
Sem serem dedicados em exclusivo ao vinho forticado, outros wine bars apareceram em Lisboa durante o ano de 2016. Seja disso exemplo o The Wine Cellar (Rua de São Paulo, 49), plantado no Cais do Sodré e com 250 referências de vinho português, ou o Lisbon Winery (Rua da Barroica, 13), no Bairro Alto, com direito a uma cisterna do século XVI e uma carta de vinhos com 200 rótulos que representam as diferentes regiões do país.