A 8 de dezembro, os rebeldes sírios entraram em Damasco e a anunciaram o fim do regime liderado por Bashar al-Assad, que fugiu de avião para a Rússia. Um dia depois começava a circular nas redes sociais, tanto no Facebook, como no Twitter e Instagram, uma imagem que, diziam os utilizadores, era a primeira do ex-líder sírio e da mulher, Asma, em Moscovo.
Após a tomada de poder pelos rebeldes, muito se especulou sobre o paradeiro de Bashar al-Assad. As dúvidas foram desfeitas pelo próprio Kremlin. Inicialmente, a 9 de dezembro, o porta-voz, Dmitry Peskov, recusou revelar onde se encontrava o líder sírio deposto, confirmando ainda assim que a Rússia lhe tinha concedido asilo. Um dia depois, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo revelou que Assad tinha sido transportado para a Rússia “da forma mais segura possível” após o colapso do seu regime numa ofensiva que durou 11 dias. Mas será a fotografia partilhada nas redes sociais, e que mostra Assad em Moscovo, mesmo real?
A imagem é verdadeira, mas não é de agora e não foi captada em Moscovo. Parece ter sido retirada de um vídeo gravado em 2023 que mostra uma visita de Assad e da mulher à cidade de Alepo.
O vídeo completo está disponível, por exemplo, no canal de Youtube da Sky News. É visível ao 1m20 de uma reportagem de há três semanas em que se noticiava que as autoridades russas tinham confirmado a presença de Assad em Moscovo. No entanto, há uma nota de que se trata de imagens de arquivo.
O vídeo foi originalmente gravado durante a visita do casal Assad ao Hospital Universitário de Alepo para estar com as vítimas do terramoto que atingiu a região em fevereiro do ano passado.
Conclusão
Apesar de Bashar al-Assad estar na Rússia, como confirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país, não foi divulgada até à data qualquer imagem sua no país. A fotografia divulgada nas redes sociais, que mostra o líder sírio deposto e a mulher, Asma, é de um vídeo do ano passado gravado durante a visita do casal às vítimas de um sismo em Alepo.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook