De um lado, as imagens de um edifício a colapsar; do outro, uma mulher boquiaberta. É mais um dos muitos vídeos que têm sido partilhados nas redes sociais após o sismo que abalou a Turquia e a Síria no passado dia 6 de fevereiro.
Neste caso, em particular, é pedido às pessoas que assistem ao vídeo para que “rezem pela Turquia”. Porém, as imagens não são do mês de fevereiro e o edifício em causa não estava localizado no país liderado por Erdogan.
No Twitter, o vídeo do edifício a colapsar junto a uma estrada cheia de carros já tinha sido partilhado a 19 de janeiro de 2023, dias antes do terramoto. A agência Reuters explica que as imagens são da cidade de Jeddah, na Arábia Saudita, e que o prédio foi demolido.
#هدد_جدة كيلو 3. pic.twitter.com/1pIAxKjdt6
— #هدد_جدة (@haddJeddah) January 19, 2023
Através das ferramentas de pesquisa de imagens é possível chegar a um vídeo partilhado no YouTube a 12 de abril de 2022, que mostra o percurso de um carro pela “Jeddah Road, Al-Clio 3, Old Makkah Road”. Ao minuto 11, é possível identificar o edifício em questão, ainda antes de ser demolido.
Na Arábia Saudita, a demolição deste edifício não é caso único. O país encontra-se a demolir, segundo a Reuters, mais de 60 bairros em Jeddah devido aos planos do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que pretende reconstruir a área para modernizar a economia.
Conclusão
O vídeo de um edifício a ruir em segundos não é mais uma consequência da devastação provocada pelo terramoto da Turquia. Na verdade, as imagens — que em janeiro já circulavam pelo Twitter — dizem respeito à demolição de um prédio em Jeddah, na Arábia Saudita.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.