Uma publicação de Facebook do passado dia 17 de janeiro alega a indústria farmacêutica e os líderes governamentais “vão ser condenados” por genocídio” por causa da vacinação contra a Covid-19. A acusação está ligada a uma alegada notícia que garante que nomes como o do primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau, do Papa Francisco, do CEO da Pfizer ou a da Rainha Isabel II foram alvo da tal condenação. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.

Publicação viral alega que líderes mundiais como Rainha Isabel II foram condenados por genocídio. É falsa.

No site referido, ouvimos a voz de Kevin Annett, que alega ser “o conselheiro do Tribunal de Justiça Comum”, onde o autor, que proclama que pertence à República do Kanata — um auto-proclamado Estado independente do Canadá — refere a tal condenação mundial “contra crimes contra a humanidade” que, neste caso, se referem à vacinação contra o novo coronavírus.

Segundo a AFP, Ian McLeod, porta-voz do Deparamento da Justiça do Canadá, este tal tribunal referido “não é reconhecido como tribunal internacional e não tem qualquer autoridade naquele país”. Todos os juristas consultados por aquela agência noticiosa internacional concordaram neste ponto.

A verdade é que, fazendo uma pesquisa em inglês com a designação do tribunal, não encontramos qualquer resultado credível, com informações veiculadas, por exemplo, por órgãos de comunicação social de referência. A AFP também falou com especialistas jurídicos que garantiram que tal instituição não existe, sendo certo que o logo é muito parecido com um já existente: o do Tribunal Internacional de Crime.

Conclusão

Não é verdade que os líderes mundiais tenham sido ou estejam em vias de serem condenados por genocídio por causa da pandemia de Covid-19. As provas apresentadas são insuficientes e partem de um autor que acabou por inventar um tribunal que não é reconhecido no Canadá — país de onde o autor é natural — e nem sequer existe no resto do mundo.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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