Histórico de atualizações
  • Bom dia, passámos a seguir a guerra na Ucrânia neste outro artigo “em direto”.

    Zelensky quer colmatar falta de ajuda do Ocidente: russos “estão a aproveitar os atrasos na ajuda à Ucrânia”

    Obrigada por nos acompanhar, continue connosco. Até já.

  • Rosto de Navalny projetado na Embaixada da Rússia em Lisboa

    Uma foto de Navalny foi, nesta noite de domingo, projetada na fachada do edifício onde está instalada na Embaixada da Rússia em Lisboa. O protesto foi levado a cabo por um grupo de ativistas, em homenagem a Alexei Navalny, que morreu na sexta-feira, numa prisão da Sibéria.

  • Pelo menos 150 pessoas condenadas até 14 dias de prisão por prestarem homenagem a Navalny

    A justiça russa condenou este fim de semana pelo menos 150 pessoas, detidas em homenagens ao opositor do regime Alexei Navalny, a penas de prisão por terem violado a legislação relativa a manifestações, segundo dados judiciais hoje divulgados.

    Alexei Navalny, o principal opositor do regime do Presidente russo, Vladimir Putin, morreu na sexta-feira, aos 47 anos, numa prisão no Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos de prisão sob “regime especial”.

    A notícia da sua morte repercutiu-se em todo o mundo e, ainda na sexta-feira, no sábado e hoje, centenas de pessoas em dezenas de cidades russas acorreram com flores e velas a memoriais e monumentos improvisados em homenagem às vítimas da repressão política. Muitas dessas pessoas foram detidas.

    De acordo com a Agência France Presse, só em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia, os juízes condenaram, no sábado e hoje, 154 manifestantes a penas até 14 dias de prisão. Grupos de defesa dos Direitos Humanos e meios de comunicação social independentes deram conta de várias condenações semelhantes noutras cidades russas.

    A família e outras pessoas próximas de Alexei Navalny acusaram as autoridades russas de tentarem “apagar o rasto” dos “assassinos” ao recusarem entregar o corpo do opositor russo à família. O serviço penitenciário federal da Rússia indicou que Navalny sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

  • Sunak e Von der Leyen "expressaram indignação" com a morte de Navalny

    O primeiro-ministro britânico e a Presidente da Comissão Europeia falaram ao telefone este domingo e “expressaram indignação” com a morte de Navalny, segundo a porta-voz de Downing Street, citada pela Sky News.

    Os dois líderes concordaram com a necessidade de responsabilizar os autores da morte de Navalny “dentro do sistema russo”.

    Rishi Sunak e Ursula von der Leyen “sublinharam a importância de continuar a providenciar apoio ao povo da Ucrânia”. “O primeiro-ministro saudou o recente anúncio de que a UE fornecerá 50 mil milhões de euros (42,7 mil milhões de libras) de apoio à Ucrânia e descreveu o trabalho que o Reino Unido está a realizar através do nosso acordo de cooperação de segurança”, acrescentou a porta-voz.

  • Rússia perdeu quase 50 mil soldados na batalha de Avdiivka

    O exército russo registou quase 50 mil baixas, no setor de Avdiivka, nos últimos quatro meses, disse o comandante da Operação das Forças Conjuntas do sul da Ucrânia, Oleksandr Tarnavskyi, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.

    No total, a Rússia perdeu 47.186 soldados na batalha pela cidade de Avdiivka (na região de Donetsk), bem como 364 tanques, 248 sistemas de artilharia, 748 blindados e 5 aeronaves.

    Segundo o responsável, “no setor de Avdiivka, os defensores ucranianos com sua coragem, resistência e heroísmo, infligiram enormes perdas ao inimigo e destruíram uma reserva significativa de ocupantes russos”.

    Recorde-se que, na noite de sexta-feira, o exército ucraniano retirou-se de Avdiivka, abrindo caminho ao avanço das forças russas — que tentavam, há meses, capturar a cidade.

  • Rússia pode usar armas nucleares contra o Ocidente se perder os territórios na Ucrânia, avisa Medvedev

    Dmitry Medvedev, o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia (conhecido pelo discurso inflamado e bélico) avisou, este domingo, que Moscovo pode utilizar armas nucleares contra países ocidentais — nomeadamente a Alemanha, os EUA e o Reino Unido — caso a Rússia perca os territórios que atualmente ocupa na Ucrânia.

    “As tentativas de restaurar as fronteiras da Rússia de 1991 levarão apenas a uma coisa – uma guerra global com os países ocidentais com o uso de todo o nosso arsenal estratégico (nuclear) contra Kiev, Berlim, Londres e Washington. E contra todos os outros belos lugares históricos que há muito foram incluídos nos alvos de voo de nossa tríade nuclear”, escreveu Medvedev, na sua conta de Telegram, referindo-se à tríade de mísseis balísticos intercontinentais, mísseis balísticos lançados por submarinos e bombardeiros estratégicos com armas nucleares.

    “Teremos coragem suficiente para isso, se um país de mil anos, a nossa grande pátria, estiver à beira da extinção, e os sacrifícios feitos pelo povo russo ao longo dos séculos forem em vão? A resposta é óbvia”, alertou Medvedev, citado pelo Kyiv Independent.

    O ex-Presidente russo já tinha alertado, noutra publicação, que uma eventual derrota militar russa na Ucrânia poderia originar uma guerra nuclear a nível global.

  • Nikki Haley ataca Trump por silêncio sobre Navalny

    Nikki Haley, única concorrente de Donald Trump nas primárias republicanas nos Estados Unidos, criticou este domingo o ex-presidente pelo seu silêncio relativamente à morte do opositor russo Alexei Navalny e pelas declarações hostis à NATO.

    “O facto de ele não dizer nada sobre Navalny [mostra] que ou está do lado do [presidente russo Vladimir] Putin e acha que não há problema em matar os seus oponentes políticos, ou simplesmente pensa que não é um assunto importante”, disse Haley em declarações ao canal de televisão ABC.

    A morte, conhecida na sexta-feira, de Alexei Navalny, numa prisão no Ártico, provocou uma onda de indignação dos países ocidentais, tendo o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmado que Putin é “responsável pela morte de Navalny” aos 47 anos.

    Já o republicano Donald Trump, antecessor do democrata Biden na Casa Branca, onde espera regressar, não disse uma palavra este fim de semana sobre a morte de Navalny.

    A perguntas de jornalistas, a equipa de campanha de Trump respondeu encaminhando para a última publicação de Donald Trump na sua rede Truth Social: “A América já não é respeitada porque temos um presidente que é incompetente, fraco e não compreende o que o mundo pensa”.

    Nikki Haley, antiga embaixadora nas Nações Unidas durante a administração Trump (2017-2021) e ex-governadora da Carolina do Sul, onde se realizarão as primárias republicanas a 24 de fevereiro, também criticou as declarações de Trump sobre a NATO, considerando “que provocam arrepios na espinha”.

    “Tudo o que ele fez naquele momento foi fortalecer Putin”, disse Haley, recordando que um ataque a países da NATO levaria os EUA para a guerra.

  • Centenas de pessoas homenageiam opositor russo em Berlim

    Centenas de pessoas, incluindo dois membros da banda russa Pussy Riot, homenagearam hoje o opositor do Kremlin Alexei Navalny em frente à Embaixada da Rússia em Berlim.

    Alexei Navalny morreu na sexta-feira numa prisão no Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos de prisão sob “regime especial”.

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    De acordo com as autoridades alemãs, participaram 250 pessoas na homenagem, enquanto os organizadores estimaram o número de participantes em 450.

    Nesta homenagem, além de Nadezhda Tolokonikova e Lucy Shtein, das Pussy Riot, estiveram presentes Liubov Sobol, colaborador de Navalny, e Marina Ovsianikova, ex-funcionária da televisão pública russa.

    “Apelamos à comunidade internacional para que mostre a sua solidariedade e defenda a justiça”, afirmaram as Pussy Riot num comunicado divulgado na rede social Telegram.

    “O assassínio de Alexei Navalny e as ameaças contra membros das Pussy Riot são ataques contra os valores fundamentais da liberdade, da justiça e da dignidade humana, que devemos defender com determinação”, acrescentaram.

    Os participantes na homenagem a um dos principais críticos de Vladimir Putin tentaram marchar da sede diplomática russa até ao Portão de Brandemburgo, mas a polícia impediu.

  • Autoridades continuam a negar à família o acesso ao corpo de Navalny

    As autoridades russas continuam a impedir a família de Alexei Navalny de aceder ao corpo ao político de 47 anos, que morreu na sexta-feira numa prisão da Sibéria, garante Kira Yarmysh, porta-voz da família, citada pelo Kyiv Independent.

    Desde que foi conhecida a morte de Navalny que a família exige a entrega do corpo. No entanto, as autoridades dizem que só entregam o corpo à família quando as investigações à causa da morte estiverem concluídas.

    Este domingo, ficou a saber-se que o corpo de Navalny se encontra na morgue do hospital distrital de Salekhard, no norte da Rússia.

  • Chefes da diplomacia da UE recebem mulher de Navalny para “forte mensagem de apoio”

    Os chefes da diplomacia da União Europeia (UE), reunidos na segunda-feira em Bruxelas, vão receber a mulher do opositor russo Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, para enviar uma “forte mensagem de apoio”, anunciou este domingo o Alto Representante.

    “Na segunda-feira, darei as boas-vindas a Yulia Navalnaya no Conselho dos Negócios Estrangeiros da UE”, indicou o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, numa mensagem na rede social X (antigo Twitter).

    De acordo com o chefe da diplomacia comunitária, na ocasião, “os Ministros da UE enviarão uma forte mensagem de apoio aos combatentes da liberdade na Rússia e honrarão a memória de Alexei Navalny”.

    A reunião surge dias depois de, na sexta-feira passada, ter sido anunciada a morte na prisão do líder da oposição russa, Alexei Navalny.

  • Ucrânia acusa a Rússia de ter baleado dois prisioneiros de guerra

    O exército da Ucrânia acusou, este domingo, as forças russas de terem levado a cabo mais um crime de guerra, ao terem alvejado dois prisioneiros ucranianos.

    Num vídeo divulgado por Kiev, e divulgado pela agência AFP, dois soldados ucranianos correm em direção a um soldado russo que se encontra numa trincheira. Depois, o militar russo agarra os dois ucranianos e dispara várias vezes à queima roupa até estes se pararem de mover.

    “Esta manhã … os russos mostraram, mais uma vez, a sua atitude em relação ao direito humanitário internacional, atirando em dois prisioneiros de guerra ucranianos”, escreveram as forças terrestres ucranianas no Telegram, citadas pelo Guardian.

    O incidente terá ocorrido em Vesele, na linha da frente do Donbass, uma zona muito próxima de Donetsk e da cidade de Avdiivka, capturada pelo exército russo este sábado.

  • Governo chinês assegura que “não vende armas letais” à Rússia

    O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros assegurou ao homólogo ucraniano que a China “não vende armas letais” à Rússia, noticia hoje a agência francesa de notícias (AFP), que cita um comunicado da diplomacia chinesa.

    No sábado, num encontro em Munique, na Alemanha, à margem da Conferência de Segurança, Wang Yi garantiu a Dmytro Kuleba que Pequim “continua a insistir nas conversações de paz e não está a deitar achas para a fogueira.”

    Apesar da invasão da Ucrânia pela Rússia, a China é atualmente um dos parceiros comerciais e diplomáticos mais importantes de Moscovo, com os dois países a partilharem a ambição comum de contrabalançar a influência ocidental na cena internacional.

    O gigante asiático tem mesmo sido acusado, nomeadamente pelos Estados Unidos, de fornecer material, equipamento e armas à Federação Russa mas refutou sempre aquelas acusações.

    Segundo aquele comunicado, Pequim “não tira partido [da guerra na Ucrânia] para obter lucros e não vende armas letais a zonas de conflito ou às partes em conflito.”

    A China tem sido criticada pelo Ocidente relativamente à guerra na Ucrânia uma vez que nunca condenou publicamente a Rússia e, segundo aponta a AFP, Pequim está a tentar posicionar-se como uma parte neutra na guerra.

    “Independentemente do que aconteça na situação internacional, a China espera que as relações entre a China e a Ucrânia se desenvolvam normalmente e continuem a beneficiar ambos os povos”, afirmou Wang Yi ao homologo ucraniano.

    Segundo Wang Yi, Pequim “continuará a desempenhar um papel construtivo para pôr termo à guerra e restabelecer a paz o mais rapidamente possível”, acrescentando que, “mesmo que haja apenas uma réstia de esperança de paz, a China não abandonará os seus esforços”.

    A AFP refere ainda que Pequim tem apelado regularmente a uma solução política para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, referindo quem em 2023 um enviado do governo de Pequim à Ucrânia, Li Hui, chamou a atenção para o papel prejudicial da ajuda militar ocidental à Ucrânia.

    “Se queremos realmente parar a guerra, salvar vidas e alcançar a paz, não devemos enviar armas para o campo de batalha”, afirmou.

  • Corpo de Navalny teria marcas. "Lesões descritas parecem resultar de convulsões fortes"

    Ainda não é claro o paradeiro do corpo de Alexei Navalny e não foi avançada oficialmente a causa da morte do opositor russo. Entretanto, um novo relato revela que o corpo terá passado pela morgue do hospital distrital de Salekhard e que seriam visíveis, alegadamente, hematomas.

    O jornal russo independente Novaya Gazeta Europe cita um paramédico do serviço de ambulâncias de Salekhard que não viu o corpo de Navalny, mas diz ter sido informado que tinha sinais de nódoas negras e, embora não parecessem ter sido provocadas por espancamento, terão sido provocadas quando ainda estava vivo.

    “Como paramédico experiente, posso dizer que as lesões descritas por quem que as viu parecem ter resultado de convulsões. Se uma pessoa está a ter convulsões e os outros tentam segurá-la, mas as convulsões são muito fortes, então aparecem hematomas”, explicou.

    Também adiantou que lhe foi relatado que Navalny teria um hematoma no peito, “do tipo dos que se formam perante uma massagem cardíaca”. Por isso, coloca a hipótese de o dissidente político ter tido uma paragem cardíaca, embora não conheça a causa.

    A informação não foi confirmada oficialmente. A família e a equipa de Navalny dizem ter sido informadas pelo serviços prisionais que a causa da morte foi síndrome de morte súbita, mas exigem que o corpo lhes seja entregue. Os serviços prisionais avançaram, na sexta-feira, que Navalny “sentiu-se mal” depois de uma caminhada.

    A família disse, no sábado, que ainda não viu o corpo de Navalny nem sabe onde está. A mãe do opositor de Putin foi à morgue de Salekhard para onde foi informada que o corpo teria sido levado, mas uma vez no local foi-lhe indicado que não estaria ali. Não há informação sobre se foi feita alguma autópsia ao corpo.

    Segundo a Novaya Gazeta, o corpo de Navalny foi inicialmente levado para uma localidade a cerca de 36 quilómetros da colónia penal onde foi dado como morto, mas terá sido depois transferido para Salekhard. De acordo com o paramédico, quem morre na prisão de Kharp costuma ser levado diretamente para um gabinete de medicina legal, mas “por algum motivo” o corpo de Navalny foi para o hospital de Salekhard.

  • Lula da Silva diz que é preciso aguardar pela investigação à morte de Navalny antes de se fazer um "pré-julgamento"

    O Presidente do Brasil, Lula da Silva, comentou este domingo as notícias sobre a morte do opositor russo Alexei Navalny para dizer que prefere não se posicionar, nem fazer um “pré-julgamento” quanto aos responsáveis, antes de serem conhecidos os resultados da investigação.

    Segundo a imprensa brasileira, Lula da Silva disse que só agora se manifesta em relação à notícia “por uma questão de bom senso”, sublinhando que prefere aguardar pela investigação.

    “Se a morte está sob suspeita, você tem que primeiro fazer uma investigação para saber do que o cidadão morreu. Vamos acreditar que os médicos legistas vão dizer: o cara morreu disso ou daquilo, para você poder fazer um pré-julgamento. Porque se não você julga agora que foi alguém que mandou matar e não foi e depois você vai pedir desculpas“, afirmou.

    Lula da Silva comparou o caso com a morte da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, no Rio de Janeiro, sem que tenha sido condenado um autor moral do crime. “Para que essa pressa de acusar alguém? Você sabe há quantos anos estou esperando o mandante do crime da Marielle? Seis. E não estou com pressa de dizer quem foi. Eu quero achar e quando achar vou dizer ‘foi fulano de tal’. Então por que especulação?”.

  • Bono põe arena em Las Vegas a gritar por Alexei Navalny

    O vocalista dos U2, Bono, prestou uma homenagem a Alexei Navalny, durante um concerto em Las Vegas, e pediu ao público que gritasse em uníssono o nome do opositor russo.

    “Aparentemente, Putin nunca dizia o nome dele. Por isso penso que esta noite, pessoas que acreditam na liberdade, devemos dizer o seu nome. Não apenas lembrar, mas dizê-lo”, pediu Bono, repetindo depois o nome do dissidente político.

  • Rússia diz que ainda há tropas ucranianas numa fábrica de Avdiivka

    O Ministério da Defesa russo disse este domingo que ainda há tropas ucranianas “entrincheiradas” numa fábrica de produtos químicos em Avdiivka, segundo a Reuters.

    “Estão a ser tomadas medidas para limpar completamente a cidade de militantes e bloquear as unidades ucranianas que saíram da localidade e estão entrincheiradas na fábrica de Avdiivka”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia Igor Konashenkov.

    Na sexta-feira, o exército ucraniano anunciou ter retirado da cidade de Avdiivka (leste do país), onde a situação se deteriorou consideravelmente nos últimos dias. Um porta-voz das forças militares de Kiev indicou, entretanto, que a situação naquela cidade já “estabilizou”, segundo a Sky News. Dmytro Lykhoviy disse que durante a retirada as forças ucranianas sofreram baixas, mas que foram mínimas.

  • Mais de 400 detidos em homenagens após morte de opositor russo

    Mais de 400 pessoas foram detidas na Rússia enquanto prestavam homenagem ao líder da oposição Alexei Navalny, que morreu numa remota colónia penal no Ártico, informou um importante grupo de defesa dos direitos humanos.

    A morte súbita de Navalny, aos 47 anos, foi um golpe para muitos russos, que tinham depositado as suas esperanças para o futuro no inimigo mais feroz do Presidente Vladimir Putin.

    Navalny manteve-se firme na sua crítica implacável ao Kremlin, mesmo depois de ter sobrevivido a um envenenamento por um agente nervoso e de ter sido condenado a várias penas de prisão.

    A notícia da sua morte repercutiu-se em todo o mundo e, na sexta-feira e no sábado, centenas de pessoas em dezenas de cidades russas acorreram com flores e velas a memoriais e monumentos improvisados em homenagem às vítimas da repressão política.

    Em mais de uma dúzia de cidades, a polícia deteve 401 pessoas até à noite de sábado, de acordo com o grupo de defesa dos direitos humanos OVD-Info, que acompanha as detenções políticas e presta assistência jurídica.

    Segundo o grupo, foram efetuadas mais de 200 detenções em São Petersburgo, a segunda maior cidade da Rússia.

    Entre os detidos encontra-se Grigory Mikhnov-Voitenko, um sacerdote da Igreja Ortodoxa Apostólica – um grupo religioso independente da Igreja Ortodoxa Russa – que anunciou nas redes sociais planos para realizar uma cerimónia em memória de Navalny.

    Mikhnov-Voitenko foi detido no sábado de manhã à porta de sua casa, acusado de organizar uma manifestação, e foi colocado numa cela de detenção numa esquadra da polícia, mas mais tarde foi hospitalizado com um AVC, informou o OVD-Info.

    Os tribunais de São Petersburgo ordenaram que 42 das pessoas detidas na sexta-feira cumprissem de um a seis dias de prisão, enquanto nove outras foram multadas, disseram no sábado funcionários do tribunal.

    Em Moscovo, pelo menos seis pessoas foram condenadas a cumprir 15 dias de prisão, segundo o OVD-Info.

    Uma pessoa também foi presa na cidade de Krasnodar, no sul do país, e outras duas na cidade de Bryansk, informou o grupo.

    A morte de Navalny aconteceu um mês antes das eleições presidenciais na Rússia, que deverão permitir mais seis anos no poder ao Presidente Vladimir Putin.

    As dúvidas sobre a causa da morte persistiam hoje e não se sabia quando é que as autoridades iriam entregar o corpo à família.

    A equipa de Navalny afirmou no sábado que o político foi assassinado e acusou as autoridades de atrasarem deliberadamente a libertação do corpo, tendo a mãe e os advogados de Navalny recebido informações contraditórias de várias instituições onde se deslocaram para recuperar o corpo.

    “Tudo ali está coberto por câmaras na colónia [penal]. Cada passo que ele deu foi filmado de todos os ângulos durante todos estes anos. Cada empregado tem um gravador de vídeo. Em dois dias, não houve uma única fuga de informação ou publicação de um vídeo. Não há espaço para incertezas aqui”, disse hoje o aliado mais próximo e estratega de Navalny, Leonid Volkov.

    Uma nota entregue à mãe de Navalny afirma que ele morreu às 14h17 de sexta-feira.

  • Putin diz que Ucrânia é “questão de vida ou morte” para a Rússia

    O Presidente russo garantiu que “o que está a acontecer” na Ucrânia é uma “questão de vida ou morte” para a Rússia, enquanto para o Ocidente é apenas para “melhorar a posição tática”.

    “Para o Ocidente, é uma melhoria na sua posição tática. Mas para nós, é o nosso destino, é uma questão de vida ou morte”, afirmou Vladimir Putin num excerto de uma entrevista ao jornalista Pavel Zaroubine hoje publicado nas redes sociais.

    O Presidente russo considerou importante que tanto os russos como os estrangeiros compreendessem o “quão sensível e importante” é para o país o “que está a acontecer na Ucrânia”.

    Putin falou também da sua recente entrevista com o apresentador americano Tucker Carlson, popular entre os conservadores.

    Naquela entrevista, a primeira concedida por Vladimir Putin a um meio de comunicação ocidental desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Putin falou durante mais de duas horas aos americanos e europeus e assegurou que uma derrota da Rússia na Ucrânia é “impossível”, ao mesmo tempo que afirmou estar pronto para dialogar com o Ocidente.

  • Quem são os rivais de Putin que ainda resistem

    Quem são os nove principais opositores de Putin que ainda resistem – a maioria presos ou no exílio

    Quem são os rivais de Putin que ainda resistem

  • Conselheiro de Zelensky alerta para “risco fatal” na Europa se Rússia vencer

    O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak alertou hoje que a Rússia se tornou numa ameaça global e que, caso vença na Ucrânia, “a Europa ficará em zona de risco fatal”, destacando que as lideranças europeias já ganharam essa consciência.

    Em entrevista à agência Lusa quando se cumprem quase dois anos desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, o assessor do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que “a Rússia destruiu completamente o direito internacional e hoje não existem instituições que possam forçá-la a seguir certas regras de compromisso”.

    Mykhailo Podolyak considerou que na Europa como um todo e, não apenas em países individuais, “e ao nível dos partidos políticos, ao nível das elites políticas, existe um entendimento muito claro de que a Federação Russa não irá voltar à lei”.

    Após um período em que as atenções estiveram concentradas no conflito no Médio Oriente, desencadeado por um ataque, em 07 de outubro do ano passado do movimento islamita palestiniano Hamas a Israel, e quando a frente de combate na Ucrânia parecia congelada, o conselheiro presidencial acredita que o foco internacional voltou ao conflito no seu país e à forma como a Rússia se tornou numa ameaça global.

    “Penso que há hoje um pleno entendimento de que a Rússia é a origem da escalada de conflitos que aumentaram significativamente os problemas mundiais, que garantem que o mundo não viverá como vivia antes da invasão em grande escala da Ucrânia”, advertiu.

    A Rússia, observou, “acredita que tem o direito de dominar a Europa, o direito de impor as suas próprias regras”, e hoje os aliados europeus de Kiev “compreendem isso muito claramente”,no sentido de que Moscovo não se comporta como um parceiro, mas, pelo contrário, “provocará constantemente a Europa em diferentes direções e de várias maneiras”.

    “Há um pleno entendimento de que a Europa será transformada se a Rússia não perder [na Ucrânia], e ficará numa zona de risco fatal, o que significa que a Rússia poderá, por exemplo, atacar o norte da Europa para dominar o Mar Báltico”, avisou, bem como “provocar uma série de países com vista a desmembrar a União Europeia como um todo”.

    O norte da Europa “já sente alguns problemas com a Federação Russa nas suas fronteiras”, observou, e também o leste europeu, cujos países, por sua vez, “compreendem o que é a Rússia e quão agressiva a Rússia é hoje nos seus programas de informações”.

    Mykhailo Podolyak referiu que “Federação Russa aumentou significativamente a atividade de programas de manipulação de informação na Europa e os seus ciberataques a diversos centros europeus e de tomada de decisões em centros financeiros”, a par de uma estratégia de “influência em maior escala” na opinião pública europeia.

    “A Rússia está hoje a financiar mais partidos de extrema-direita e de extrema-esquerda para criar o caos”, afirmou, insistindo na ideia de que “já existe um entendimento claro na Europa de que a Federação Russa é um país expansionista”, que não procura parcerias económicas ou financeiras, mas “um país que quer dominar através da violência”.

    O conselheiro de Volodymyr Zelensky lembrou que têm sido publicados relatórios em países europeus e nos meios de comunicação social apontando cenários de que “dentro de três, cinco ou seis anos poderá haver um confronto militar direto entre a Rússia e os países da NATO”, o que devolve a centralidade à Ucrânia e à necessidade de travar Moscovo de imediato.

    “A fim de evitar esta influência direta e significativamente crescente da Rússia nos assuntos europeus e para evitar conflitos com a Rússia, os países da NATO precisam de resolver esta questão no campo de batalha na Ucrânia hoje”, sustentou.

    Nesse sentido, Podolyak aconselha o Ocidente a “parar de pensar que a transferência de armas para a Ucrânia é uma espécie de escalada”, sendo pelo inverso “uma ‘desescalada’, porque a guerra terminará com a derrota da Federação Russa.

    Noutro plano, reconhece que nos Estados Unidos “as coisas estão hoje um pouco mais complicadas”, num momento em que o Congresso norte-americano tem pendente há vários meses um financiamento à Ucrânia de cerca de 60 mil milhões de dólares (55 mil milhões de euros) devido ao bloqueio de uma parte do Partido Republicano que exige várias contrapartidas em matéria de controlo migratório.

    Para melhorar a compreensão das elites norte-americanas, o assessor da Presidência ucraniana sugere que pensem o investimento na Ucrânia em contraponto ao propósito russo de “reformatar o espaço global e dominá-lo”, privando os Estados Unidos do seu papel de liderança.

    “Se os Estados Unidos estão a considerar se devem ou não prestar assistência à Ucrânia, não estão a investir na sua reputação como país responsável pelas mudanças globais, como país responsável por garantir que as regras existem e que o direito internacional está a funcionar”, defendeu, lembrando que vários países têm eleições previstas este ano, como é o caso das presidenciais norte-americanas, e que as prioridades estão a ser dadas às suas agendas internas.

    No entanto, lamentou que “nem todos compreendam plenamente que hoje existe uma guerra, não por qualquer território, nem mesmo por qualquer liderança, mas pelo domínio”, e Moscovo tira partido disso: “A Rússia sente, e refiro-me individualmente a [Vladimir] Putin (Presidente russo), que certas elites políticas nos países ocidentais continuam a adiar decisões importantes e, por isso, comporta-se cada vez mais descaradamente, permitindo-se até matar os seus principais oponentes”.

    A morte do opositor russo Alexei Navalny, na sexta-feira numa prisão russa, que levantou um clamor de protestos no mundo ocidental, deixa claro, segundo o conselheiro de Zelensky, que a Rússia “perdeu o disfarce e se afirma como o estado mais repressivo possível”.

    É por isso que Mykhailo Podolyak considera que a morte do opositor russo, que classifica como “assassínio político”, não provocará por si alterações no regime do país e que só uma derrota militar da Rússia poderá derrubar Putin.

    Do mesmo modo, indica à Ucrânia e ao Ocidente que “não se pode negociar com a Federação Russa, porque ela não cumprirá quaisquer acordos”, nem que sejam numa perspetiva temporária, e que, se for bem-sucedida na guerra atual, “continuará a aumentar a sua expansão, e a lutar em vários conflitos”.

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