O Tribunal Penal Internacional poderá, nos próximos dias, emitir mandados de detenção em nome do ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, o chefe das forças armadas, Herzi Halevi e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

De acordo com a imprensa israelita, os dirigentes israelitas já terão recebido indicações de que irão ser alvo de um mandado de detenção por crimes na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

Em resposta, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, já veio instruir a diplomacia israelita para se “preparar imediatamente para uma onda de antisemitismo severo” em resposta aos mandados de detenção.

“Devido à severidade da ameaça para as comunidade judaicas, o ministro dos Negócios Estrangeiros Katz instruiu que se envolvam organizações judaicas para a preparação desses eventos”, lê-se num comunicado, citado pela Al Jazeera.

Esta segunda-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, vai visitar a Arábia Saudita.

Depois, na quarta-feira, Antony Blinken viajará até Israel e a Jordânia.

O chefe da diplomacia norte-americano visita estes países, numa altura em que existe uma “atmosfera positiva” para o Hamas e Israel chegarem a acordo para um cessar-fogo.

Fontes palestinianas em Gaza contaram ao canal estatal israelita KAN que existe um “otimismo cauteloso” sobre a possibiidade de chegar a um acordo.

“A situação é positiva e há possibilidade de se chegar a um acordo”, referem estas fontes à KAN.

Dirigente do Hamas disse à Agence France-Presse que o grupo islâmico não vê problemas “de maior” à proposta para cessar-fogo e libertação de reféns feita por Israel.

“A atmosfera é positiva, a não ser que haja novos obstáculos israelitas”, diz a mesma fonte.

O Hamas revelerá a sua resposta ao acordo esta segunda-feira.

#BREAKING Hamas official to AFP: No 'major' issues with Gaza truce proposal pic.twitter.com/bPjq5NMqsI

— AFP News Agency (@AFP) April 28, 2024

O Presidente Joe Biden e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu falaram hoje ao telefone.

Segundo uma nota da Casa Branca, o Chefe de Estado norte-americano reafirmou o seu “compromisso à prova de bala com a segurança de Israel após a defesa bem-sucedida contra o ataque do Irão”.

Além disso, os dois líderes discutiram as atuais negociações com o Hamas para a libertação de reféns e um “cessar-fogo imediato em Gaza”: “O Presidente referiu o comunicado com outros 17 líderes mundiais [incluindo Portugal], exigindo ao Hamas que liberte os cidadãos sem qualquer atraso para assegurar um cessar-fogo e alívio para o povo de Gaza”.

“O Presidente e o primeiro-ministro discutiram também o aumento da assistência humanitária em Gaza, incluindo através de preparações para abrir novas passagens a norte esta semana. O Presidente sublinhou a necessidade de o progresso ser sustentado e articulado com organizações humanitárias”, lê-se na nota.

Por fim, segundo o documento, o Presidente norte-americano voltou a “reiterar” que está contra uma operação militar em Rafah.

O chefe da diplomacia de França, Stéphane Séjourné, apelou hoje, num encontro em Beirute com governantes libaneses, que o Hezbollah e Israel parem com a “escalada”.

Num périplo pelo Médio Oriente, Stéphane Séjourné garantiu que vai levar a mesma mensagem a Israel, para onde viajará estará na terça-feira.

As Forças de Defesa de Israel anunciaram hoje a destruição de uma infraestrutura militar do grupo xiita pró-iraniano Hezbollah, na área de Ayta Ash Shab.

A imprensa israelita está a noticiar que o Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, falarão esta noite ao telefone.

Os dois líderes deverão abordar, na chamada telefónica, o acordo que está a ser discutido com o Hamas e a possível incursão a Rafah.

Ainda que ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, tenha realçado que o país pode suspender a operação militar em Rafah, os preparativos do ataque continuam em curso.

Segundo o que apurou o Canal 12 e Times of Israel junto a fonte política, os preparativos para entrar em Rafah continuam.

“Em qualquer acordo, se houver, Israel não desistirá dos objetivos de guerra”, informou a mesma fonte à imprensa israelita.

A Organização Não Governamental (ONU) World Central Kitchen retoma as opreações na Faixa de Gaza esta segunda-feira.

Num comunicado citado pela Al Jazeera, a ONG, que distribui alimentos e refeições, indicou que vai “recomeçar as operações com a mesma energia, dignidade e foco”.

“Até ao momento, distribuímos mais de 43 milhões de refeições e estamos prontos para entregar mais”, disse Erin Gore, diretor-executivo da ONG, citado no comunicado.

“A comida é um direito universal e o nosso trabalho na Palestina foi a missão que mais salvou vidas nos últimos 14 anos de história. Nós vamos continuar a colocar alimentos em Gaza, incluindo norte de Gaza — por terra, ar e mar”, assegurou a ONG.

A 1 de abril, sete membros da ONG morreram após o ataque israelita. Telavive garantiu que se tratou de um erro.

A organização Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) avisou hoje o Reino Unido que qualquer envio militar que ocorra durante a sua missão ao porto de auxílio em Gaza tornará as forças britânicas num “alvo legítimo”.

A FPLP disse, num comunicado citado pelo jornal Filastin, ligado ao movimento Hamas, que as forças estrangeiras no território da Faixa de Gaza e nos seus arredores serão tratadas como forças de ocupação.

O documento surge em resposta à informação, avançada pela BBC, de que o Reino Unido pode enviar forças militares para a Faixa de Gaza, aproveitando a missão de apoio dos Estados Unidos, que está a construir o porto de auxílio na região.

A FPLP defendeu ainda que a missão britânica é uma “mentira que não engana ninguém” e uma “desculpa para a presença permanente de forças militares no terreno”.

As condições sanitárias em Gaza continuam a piorar. A agência da ONU para os refugiados palestinianos, a UNRWA, diz agora que as pessoas deslocadas em Gaza têm acesso a apenas um litro de água por dia para beberem e para fazerem a sua higiene, apesar de o valor recomendado ser de quinze litros. Isto depois de terem surgido avisos neste fim de semana por parte do ministério palestiniano da Saúde, controlado pelo Hamas, que avisou que a qualidade da água “não é segura”.

A UNRWA adianta que tem informação de que pelo menos duas crianças morreram devido ao calor em Gaza.

As temperature rises, life conditions in Gaza worsen.

Displaced people have access to less than 1l of water per person per day for drinking, washing & bathing, against the 15l minimum according to @SpherePro Standards.

Children pay the highest toll: we need a #CeasefireNow. pic.twitter.com/F3JIRKYjzp

— UNRWA (@UNRWA) April 28, 2024

Os esforços diplomáticos para chegar a um novo cessar-fogo em Gaza “intensificam-se”, escreve a Al Jazeera, que adianta que o Hamas dará a sua resposta à proposta de Israel para um novo acordo esta segunda-feita.

“Uma delegação do Hamas vai chegar a Egito amanhã e dar a resposta do grupo”, explica uma fonte do Hamas à AFP. “O Hamas está aberto a discutir a nova proposta de uma forma positiva”.

As discordâncias dentro do governo israelita ficam cada vez mais claras. Depois de o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, ter defendido que se Israel recuar quanto à ofensiva de Rafah o executivo perderá o direito a existir, cabe ao ministro do Gabinete de Guerra, Benny Gantz, defender o contrário: o governo israelita deixa de ter direito a existir se os seus membros impediram que exista um acordo para libertar os reféns levados pelo Hamas.

Na rede social X, Gantz escreveu que, se entrar em Rafah é “importante no longo conflito com o Hamas”, assegurar o regresso dos reféns é “urgente e de muito maior importância”. E defendeu uma solução “responsável” que permita um regresso seguro dos reféns e não envolva que Israel se comprometa com o fim da guerra.

הכניסה לרפיח חשובה במאבק הארוך נגד חמאס.
השבת חטופינו, שהופקרו על ידי ממשלת ה-7.10, דחופה ובעלת חשיבות עליונה הרבה יותר.

אם יושג מתווה אחראי להשבת החטופים בגיבוי כל מערכת הביטחון, שאינו כרוך בסיום המלחמה, והשרים שהובילו את הממשלה ב-7.10 ימנעו אותו – לא תהיה לממשלה זכות להמשיך…

— בני גנץ – Benny Gantz (@gantzbe) April 28, 2024

O porta-voz da Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, veio este sábado assegurar que Israel concordou em ouvir as preocupações dos Estados Unidos antes de uma eventual invasão a Rafah, que os israelitas admitem agora suspender se chegarem a acordo com o Hamas para a libertação de novos reféns.

À ABC, Kirby disse que Israel está a começar a cumprir os compromissos que assumiu Joe Biden quanto a permitir que chegue ajuda humanitária ao norte de Gaza, região mais fustigada pelo atual conflito.

“Eles asseguraram-nos de que não entrarão em Rafah até termos tido a oportunidade de partilhar a nossa perspetiva e as nossas preocupações com eles”, disse Kirby. “Esperamos conseguir, depois de seis semanas de um cessar-fogo temporário, talvez algo mais duradouro”.

Mais de metade da população de Gaza está deslocada e à procura de refúgio em Rafah. Os EUA já assinalaram a sua preocupação com uma ofensiva à região e as dúvidas de que num cenário desses seja possível proteger os civis deslocados.

Uma delegação do Hamas vai aterrar no Cairo esta segunda-feira para continuar as conversas com responsáveis egípcios, no contexto das negociações para um novo cessar-fogo e um acordo para a libertação de reféns israelitas. Segundo o jornal israelita Haaretz, a delegação será liderada pelo chefe da equipa negocial do Hamas, Khalil al-Hayya.

Segundo fontes do Hamas citadas pelo jornal, a mais recente proposta do Egito trouxe “progressos” sobretudo sobre a hipótese de um cessar-fogo e a saída de Israel da faixa de Gaza para permitir que a população deslocada durante estes meses regresse.

Uma fonte citada pelo Haaretz frisa que “a questão dos reféns é a única forma de pressão que resta” e que o Hamas “não a perderá” sem uma garantia de que não haverá novas ofensivas da parte de Israel.

O ministro das Finanças de Israel, o ultranacionalista Bezalel Smotrich, disse ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que se cancelar o ataque a Rafah o seu Governo deixará de ter direito a existir.

Segundo as informações avançadas pelo jornal israelita Haaretz, o ministro acusou o chefe do Governo de ter permitido o crescimento do Hamas, frisando que concordar com um novo cessar-fogo seria uma “rendição humilhante” e uma “sentença de morte” para os reféns que não estivessem incluídos neste acordo.

O Governo israelita disse este sábado que estará disposto a suspender a ofensiva em Rafah, esperada há dias, se conseguir chegar a um acordo com o Hamas para uma nova libertação de reféns.