Momentos-chave
Histórico de atualizações
  • A cobertura do Observador sobre este primeiro debate das legislativas francesas fica por aqui. Obrigada por ter estado connosco.

  • Attal ao ataque, Bardella ambíguo e Bompard apagado. Como o primeiro debate das legislativas francesas mantém tudo em aberto

    Attal colou adversários aos extremos e usou economia a seu favor. Bardella esteve sob fogo na imigração, mas não esticou a corda como Le Pen. E Bompard optou pela contenção — mas será que resulta?

    Attal ao ataque, Bardella ambíguo e Bompard apagado. Como o primeiro debate das legislativas francesas mantém tudo em aberto

  • Chega assim ao fim o debate que opôs os três representantes dos principais partidos que concorrem a estas legislativas, cuja primeira volta será este domingo, 30 de junho, e a segunda a 7 de julho.

  • "Virar a página", o termo mais usado nas mensagens finais

    Cada candidato tem agora direito ao seu minuto final.

    “O vosso quotidiano a 30 de junho e 7 de julho pode mudar”, avisa Gabriel Attal. “Este é um momento histórico, a viragem da página do macronismo, um projeto que vos respeita e considera. A sua proposta, diz, é a alternativa aos extremismos que fariam de Jéan-Luc Mélenchon ou Jordan Bardella “primeiro-ministros”.

    Manuel Bompard diz querer acabar com o medo. “O medo da extrema-direita chegar ao poder, por exemplo.” O candidato da Frente Popular também fala em virar a página ao macronismo, que cola “ao racismo”. “Não se resignem. É possível uma nova página na História de França.”

    O candidato da UN tem direito à última palavra. “Não procuramos estigmatizar ou pôr franceses uns contra os outros”, diz. “Defendemos é os franceses que gostam que haja autoridade e que desejam um mundo melhor.” Jordan Bardella termina: “Temos confiança em nós e confiança em vocês.”

  • Propostas avulsas para a saúde não provocam divisões

    Falando agora sobre o acesso aos cuidados de saúde e o mais difícil acesso a eles nas zonas rurais, Attal apresenta números para dizer que houve melhorias nessa área e que irão continuar se o governo atual voltar a ter uma melhoria.

    “Uma medida concreta que vou sugerir: que os farmacêuticos possam prescrever antibióticos, por exemplo”, nota. O objetivo é “libertar os médicos” de determinadas tarefas para “terem mais tempo para os pacientes”.

    Manuel Bompard, da França Insubmissa, defende que o sistema de saúde pública seja defendido.”O hospital [como instituição] em França está a perder gás e por isso precisamos de um plano de emergência.”

    Já Jordan Bardella diz que é necessário “democratizar a saúde”. “Quero suprimir as agências regionais de saúde, que custam muito dinheiro”, concretiza, e atribuir competências às autarquias. Bompard não defende exatamente este modelo, mas defende que haja mais centros de saúde regionais, por exemplo.

  • Debate sobre educação contaminado por "abayas" e "islamismo"

    Sobre o tema da laicidade, Gabriel Attal defende agora a sua medida de banir o uso da abaya (veste tradicional árabe usada pelas mulheres que cobre todo o corpo) nas escolas e sublinha que foi aceitada pelo Conselho de Estado (órgão semelhante ao tribunal Constitucional).

    “Os professores perceberam que iríamos trazer tudo à Justiça”, acrescentou. “Estremos sempre ao lado deles para aplicar a autoridade”.

    Bompard reage dizendo que o problema das escolas não é o uso da abaya nas aulas. “O problema é não haver um professor em cada aula. O problema é termos estudantes com dificuldade em aceder a material escolar e livros. Se votarem na Frente Popular no domingo, as escolas tornar-se-ão verdadeiramente gratuitas a partir de setembro.”

    Sobre o tema, Bardella fala numa “abertura ao islamismo” dentro das escolas e promete trazer “a autoridade” de novo ao ensino. Em concreto, propõe que os telemóveis sejam banidos e diz-se favorável à instituição de uniforme nos primeiros graus de ensino.

  • Attal coloca combate à "delinquência juvenil" como prioridade. Bardella liga ao tema à imigração

    No tema da segurança, Gabriel Attal defende agora as medidas do seu governo. “Quando me encontro com os franceses, eles dizem estar preocupados com a segurança”, resume. A delinquência juvenil, diz, “é uma prioridade”.

    Por isso, defende propostas como “medidas imediatas para menores reincidentes”. O ponto, diz, é a reincidência. Para todos os outros menores que cometam crimes, a estratégia deve ser pedagógica, nota.

    Bardella também insiste na sensação de insegurança que diz ser sentida pela maioria dos franceses. “Restabelecerei a autoridade e a segurança no país”, garante. O que existe atualmente, diz, “é uma cultura de desculpabilização”. Liga depois o tema à imigração: “Não há razão pela qual os franceses que trabalham sejam obrigados a pagar de forma solidária a pais que são totalmente irresponsáveis.”

    Já Bompard reconhece que há “um problema de insegurança” no país. Mas diz ser necessária “uma mudança de lógica” face à proposta pelos adversários. “Se tivermos um governo da Frente Popular, voltaremos a ter policiamento de proximidade. Porque sabemos que funciona”, aponta, dando como exemplo as mudanças que essa medida operou em cidades como Marselha nos níveis de criminalidade.

    E acrescenta um ponto: “Não há uma desculpabilização para os menores. Há atenuantes, previstas no sistema judicial.” E ataca a proposta de Bardella: “Sarkozy já fez isto de culpar os pais. Para combater o absentismo escolar, diminuiu os apoios de habitação aos pais. Sabe o que aconteceu? O absentismo aumentou.”

  • Debate aquece no tema da imigração. "Você diz que umas raças são de confiança e outras não", acusa Attal

    Attal continua a atacar Bardella no tema da dupla nacionalidade, dizendo que são “franceses” que ocupam lugares importantes na “função pública”. “Quer um franco-russo responsável por uma central nuclear?”, responde-lhe o político da UN.

    O primeiro-ministro nota-lhe que a própria UN tem uma conselheira para os assuntos europeus franco-russa, Tamara Volokhova. “Ela tem acesso a informações cruciais sobre a questão da guerra na Ucrânia…”, nota. “A realidade é que a vossa proposta não é sobre os franco-russos.” E concretiza: “É sobre os franco-marroquinos, por exemplo. Que são franceses. E você diz que não são de confiança. Umas raças sim, outras não.”

    A afirmação irrita Bardella. “Não, não… Espero bem que lhe seja mostrado um cartão vermelho, com este nível de argumentos.”

    Ainda no mesmo tema, Bompard reforça que há muitos franceses com dupla nacionalidade que contribuem para fazer avançar o país. “Há outros que não”, acrescenta. “Mas a sua proposta não é sobre esses: é sobre os que têm dupla nacionalidade no geral, estigmatizando-os a todos.”

  • Attal cola ideias de Bardella às de Jean-Marie Le Pen no tema da nacionalidade

    No tema da imigração, Attal cola-se a Bompard no ataque à União Nacional.

    “No outro dia conheci uma jovem franco-marroquina e um jovem franco-arménio e fiz-lhes uma promessa. Aquilo que propõe é que os franceses com dupla nacionalidade, como propunha Jean-Marie Le Pen, sejam humilhados”, diz, trazendo para a mesa o passado e as declarações mais polémicas do fundador do partido.

  • Bompard, à esquerda, diz que é necessário "agradecer" aos migrantes: "Trazem dinheiro ao país, é o que mostram os dados da OCDE"

    Manuel Bompard, da frente de esquerda, responde na questão da imigração, dizendo que muitos estrangeiros “construíram a França de hoje” — e relembrando a Bardella as suas origens espanholas.

    “Temos de lhes agradecer”, diz. “Ao contrário do que diz, a maioria dos imigrantes em França trazem dinheiro ao país, é o que mostram os dados da OCDE.”

    “Dizer que alguns saem do seu país de bom grado, que abandonam as suas famílias por que querem…”, continua. “Senhor Bardella, há três milhões de refugiados. Você está bem com esse número?” O candidato da UN responde que sim, desde que entrem “de forma regular”.

  • Bardella em terreno confortável abre tema da imigração: "Há milhares de franceses que não reconhecem a França atual"

    Depois de um pequeno intervelo, o debate regressa agora com um tema que promete ser quente: a imigração (recorde-se que o governo de Macron aprovou uma reforma sobre o tema que teve os votos a favor dos deputados da União Nacional de Le Pen).

    É Bardella quem tem direito ao pontapé inicial, defendendo que a “nacionalidade” não deve ser automática para quem nasce em França. Volta também a usar uma fórmula que tem repetido ao longo do debate: “Se for primeiro-ministro, serei o de uma França que reduzirá drasticamente o fluxo migratório”, promete. “Não é compreensível que estrangeiros em situação irregular beneficiem de todos os nossos apoios sociais”, acrescenta.

    “Há milhares de franceses que não reconhecem a França atual”, por causa da “política atual de imigração em massa”.

  • O "patriotismo económico" é a solução para uma França mais ecológica, diz Bardella. E invoca De Gaulle e Sarkozy para insistir no nuclear

    Jordan Bardella chuta para o estrangeiro a questão das emissões de carbono: “50% das emissões francesas estão relacionadas com as importações”, diz, razão pela qual diz ser necessário fazer de França “um país produtor”, com “patriotismo económico” e que, assim, poderá ser mais ecológico.

    Insiste ainda no nuclear: De Gaulle e Sarkozy eram defensores da medida diz, ao contrário de Macron — Attal havia argumentado que a energia eólica promovida pelo seu governo produz anualmente “o equivalente a um reator nuclear adicional”.

    “A fatura dos franceses vai aumentar”, insiste Attal, referindo-se às propostas energéticas da União Nacional. “Preferem o gás e os combustíveis vindos do estrangeiro.”

  • Transição ecológica divide Attal e Bompard. Bardella defende energia nuclear

    A questão das alterações climáticas é agora trazida para cima da mesa e opõe de imediato a esquerda e o centro, com Bompard a dizer que é necessário fazer mais para garantir a transição ecológica. “Nós aumentámos o orçamento para a transição ecológica em oito mil milhões de euros”, defende-se Attal, que acusa a esquerda de tentar reduzir as emissões de carbono através da “redução do número de agricultores”.

    Neste tema, Bardella foca-se na defesa do nuclear. “Queremos fazer de França um paraíso energético outra vez”, diz, através deste tipo de energia, que é “boa para o ambiente por ser livre de carbono”.

  • Bompard também se atira a Bardella: "Você não tem números para sustentar esse programa"

    Manuel Bompard, da Frente Popular (esquerda), atira-se a Jordan Bardella: “Você apresenta-se como o defensor da classe média e da classe trabalhadora. Mas não tem quaisquer números para sustentar esse programa”. O programa da UN, diz, acabaria apenas por beneficiar “as grandes fortunas” do país — algo, que, acusa, o governo de Macron também fez através de outras medidas.

  • Attal ataca propostas fiscais de Bardella: "Quem é que vai pagar se não pagamos impostos até aos 30 anos e deixamos de trabalhar aos 60?"

    Agora sobre política fiscal.

    “Como é que o senhor Bompard explica que aumentará a taxa fiscal apenas sobre os mais ricos e não sobre os franceses simples que trabalham?”, atira o candidato da UN, perante a sua proposta de aumento de impostos, mas com maior progressividade, através da criação de mais escalões. “Não aumentarei impostos e serei o primeiro-ministro da paz fiscal”, diz Bardella, prometendo até uma redução fiscal para os que jovens com menos de 30 anos.

    O primeiro-ministro Attal desvaloriza completamente a proposta do partido de Le Pen: “No seu modelo, quem é que vai pagar se não pagamos impostos até aos 30 anos e deixamos de trabalhar aos 60?”, questiona.

  • Attal à defesa na lei do aumento da reforma, atacado por esquerda e direita

    A questão do aumento da idade da reforma — levada a cabo pelo governo de Macron, para os 64 anos — dividiu por completo o plateau.

    Bardella defende um modelo misto, em que quem comece a trabalhar cedo, como aos 20 anos, se possa reformar mais cedo (aos 60 anos), mas admite que a idade possa ir até aos 66 anos para quem comece a contribuir mais tarde.

    Bompard, à esquerda, quer uma descida imediata para os 62 anos, com objetivo de chegar aos 60 no futuro.

    O primeiro-ministro fala numa situação insustentável. “Os trabalhadores iriam ver a sua contribuição para a segurança social aumentada”. “Você está chateado com os números…”, atira-lhe Bompard.

    Attal dirige-se então diretamente aos franceses: “Não corram o risco de terem um sistema do avesso por causa das reformas, o que levaria ao vosso empobrecimento”. E acrescentou: “Eu digo aqui: aqueles que vos prometem a lua, que vos dizem que vão adiar a reforma até aos 60 anos… Este é um projeto de 40 mil milhões de euros que não está financiado. E o que levará a uma onda de impostos para financiá-lo”.

  • Attal ataca proposta da esquerda de aumento do salário mínimo para os 1.600 euros

    Discute-se agora qual a melhor forma de aumentar os salários em França. A proposta da Frente Popular de aumentar o salário mínimo na função pública para 1.600€, que diz que criaria um “ciclo virtuoso na economia”, é criticada pelos adversários.

    “Por que não colocar o salário mínimo nos 3 mil euros?”, ironiza Attal.

    Bardella propõe outra alternativa: “Os nossos números são realistas, não estamos a mentir aos franceses”, atira Bardella. Em vez deste aumento, defende o aumento dos impostos sobre lucros extraordinários e a redução dos impostos pagos à União Europeia.

    Sugere também a redução de IVA nos bens alimentares essenciais, como “foi feito em Espanha” (e Portugal). Attal, à defesa, diz que Espanha provou que a medida não funciona: “Ficou provado que não tem impacto no poder de compra.”

  • "Não vou mentir aos franceses", diz Attal sobre as propostas dos adversários para combate ao aumento do custo de vida

    O primeiro tema do debate é precisamente o aumento do custo de vida e quais as propostas dos partidos para o combater. E Bardella parte para o ataque com uma proposta: baixar o IVA dos atuais 20% para 5,5% nas áreas da energia, gás e combustíveis.

    A esquerda discorda: Bompard afirma que tal faria o Estado “beneficiar mais dos lucros gigantescos feitos nos últimos anos pelos produtores agrícolas e companhias energéticas”. Em vez disso, defende que seja imposto um tecto aos preços de bens de primeira necessidade.

    Attal escolhe outra tática. “Podia dizer que vou aumentar o salário mínimo para os 1.600, 1.700, 1.800 euros… Mas não vou mentir aos franceses e fazê-los acreditar na lua. Eu quero um projeto credível”, atira.

    Medidas como as propostas, diz, poderiam pôr em risco as contas públicas de França. Bardella responde que não aceita “lições de seriedade orçamental” de um governo que tem um défice público acima dos 5,4%.

  • União Nacional aposta no discurso económico: "Serei o primeiro-ministro do poder de compra", garante Bardella

    O debate começa com cada candidato a ter direito a um momento de “carta branca” em que pode abordar os temas que prefere.

    Começa o representante da Frente Popular de esquerda, Manuel Bompard, que decide focar-se no custo de vida e no desemprego, dizendo que não aceita viver num país em que “os mais velhos são forçados a voltar às filas do centro de emprego para viverem com dignidade”.

    Attal escolhe a defesa da escola pública, “uma escola de conhecimento fundamental, onde os valores da República, as regras da República, estão sempre garantidos”.

    Bardella, por seu turno, fala do aumento do custo de vida e dá o exemplo da conta de eletricidade como algo que causa ansiedade à maioria dos franceses. “Se os franceses depositarem em mim a sua confiança, serei o primeiro-ministro do poder de compra”, promete.

  • Primeiro debate televisivo para as legislativas de França arranca em breve na TF1

    Boa tarde!

    A menos de uma semana da primeira volta das eleições legislativas em França — convocadas pelo Presidente Emmanuel Macron em tempo recorde após os resultados das eleições europeias — temos hoje o primeiro debate televisivo entre as principais forças políticas.

    Na TF1, defrontar-se-ão hoje representantes dos três principais campos: o primeiro-ministro Gabriel Attal, representante do Renascença (partido centrista de Macron), Jordan Bardella, presidente da União Nacional de Marine Le Pen (e reeleito há poucos dias como eurodeputado com uma vitória esmagadora) e Manuel Bompard, coordenador do França Insubmissa (FI) de Jéan-Luc Mélenchon (que estará a representar a Frente Popular que une partidos da esquerda que vão desde os socialistas aos verdes, passando pelos comunistas e o FI de Mélenchon).

    O Observador estará a acompanhar cada momento deste embate. Fique connosco.

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