Eis os acontecimentos que marcaram o 77º dia de guerra na Ucrânia:

• O governo ucraniano esteve reunido esta quarta-feira com Michael McFaul, ex-assessor de segurança nacional da presidência dos Estados Unidos e antigo embaixador dos Estados Unidos na Rússia. Michael McFaul está a dar ajuda diplomática à Ucrânia para para conquistar mais apoio internacional e impor o cumprimento das sanções à Rússia.
• As autoridades pró-Rússia instaladas na região de Kherson disseram hoje que vão começar a emitir passaportes russos para todos os moradores da região que pretendam obter o documento.
• Pela primeira vez, um civil terá morrido na Rússia na sequência de um ataque ucraniano à vila de Solohki. O governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, disse que uma pessoa morreu e três ficaram feridas.
• O primeiro-ministro britânico e o secretário-geral da NATO falaram hoje por telefone. “Boris Johnson elogiou Jens Stolternberg pela sua liderança em tempos tão desafiantes. O secretário-geral agradeceu pelo apoio tão decisivo à Ucrânia”, disse um porta-voz de Downing Street.
• No Dia da Vitória, o embaixador russo em Varsóvia foi atingido com tinta vermelha. Dois dias depois, a fachada da embaixada polaca em Moscovo foi também pintada de vermelho, num ato de retaliação.
• A Rússia anunciou sanções a 31 empresas sediadas em países como Alemanha, França, Estados Unidos e Singapura. Entre elas estão antigas filiais europeias da Gazprom e companhias de instalação e armazenamento de gás.
• A Ucrânia pediu à Rússia que considere a troca de soldados gravemente feridos na fábrica de Azovstal, na cidade portuária de Mariupol, por prisioneiros de guerra russos.
• O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse hoje não acreditar que Vladimir Putin queira enfrentar militarmente a NATO. Boris Johnson repetiu que a NATO “não representa uma ameaça para ninguém”, ao contrário do que a Rússia afirma.
• Sauli Niinisto, Presidente da Finlândia, disse que o homólogo russo devia olhar-se ao espelho caso o país entre mesmo na NATO, sugerindo que a candidatura foi precipitada pela própria Rússia quando aumentou a tensão com o Ocidente ao invadir a Ucrânia.
• O autarca de Mariupol, Vadym Boichenko, disse hoje que a Rússia tornou a cidade portuária num “gueto medieval”. Sobre a fábrica de Azovstal, o responsável diz que é o “inferno da terra”.
• Cerca de 4,8 milhões de ucranianos perderam os seus empregos desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro.
• António Guterres disse hoje que fez “todo o sentido falar com o líder da Rússia” e “conversar com quaisquer outros atores relevantes na crise atual” na Ucrânia.
• O chanceler alemão, Olaf Scholz, avisou hoje que a Ucrânia sofrerá as consequências da invasão da Rússia “nos próximos 100 anos”.
• A Polícia Nacional já deteve 757 pessoas e identificou 88 unidades de sabotagem que estavam a transmitir informações sobre o território ucraniano às forças russas.
• O secretário-geral da ONU disse hoje que está profundamente preocupado com a disseminação da fome em diferentes partes do mundo devido à escassez de alimentos como consequência da guerra na Ucrânia. Por cá, o Governo anunciou que apoio de 60 euros para fazer face ao aumento dos preços dos alimentos vai, afinal, chegar a 200 mil famílias em maio, uma revisão em alta face aos 68 mil inicialmente anunciados.
• A Rússia exigiu hoje um “pedido de desculpas formal” à Polónia, após o embaixador russo em Varsóvia, Sergey Andreev, ter sido atingido com tinta vermelha na segunda-feira, dia em que celebrou o Dia da Vitória.

O Presidente ucraniano agradeceu que os EUA tenham aplicado o programa “Lend-Lease”, que já tinha sido posto em prática na II GM para entregar armas aos Aliados. Zelensky está “grato” a Biden.

“Histórico.” Zelensky saúda decisão dos EUA de aprovar programa que foi “pré-condição para a vitória dos Aliados na II Guerra”

Os bombardeamentos à fábrica de siderurgia de Azovstal aumentaram desde que todos os civis foram retirados do complexo, denuncia o canal Mariupol Now no Telegram — uma conta que está a reportar a guerra a partir daquela cidade ucraniana.

Mas ainda há soldados na infraestrutura, prossegue a mesma conta. Irina Vereshchuk, ministra da reintegração dos territórios parcialmente ocupados da Ucrânia, assegurou que estão a ser feitos todos os esforços para retirá-los da fábrica.

O governo ucraniano esteve reunido esta quarta-feira com Michael McFaul, ex-assessor de segurança nacional da presidência dos Estados Unidos e antigo embaixador dos Estados Unidos na Rússia. A confirmação veio de Andriy Yermak, chefe da administração da presidência ucraniana, no Telegram.

O agora diretor do Instituto Freeman-Spogli de Estudos Internacionais tem colaborado com Andriy Yermak em “medidas para aumentar a pressão das sanções”: “O foco principal agora está nas sanções contra a liderança da Rússia e os oligarcas russos próximos ao poder”, disse o governante.

Outros temas abordados entre Andriy Yermak e Michael McFaul foram a implementação de estratégias para a Ucrânia receber “garantias de segurança internacional”; e o conteúdo do discurso que Volodymyr Zelensky fará na Universidade de Stanford no fim deste mês.

“Recentemente, o grupo McFaul-Yermak apresentou um roteiro para sanções energéticas contra a Rússia”, recordou o chefe da administração presidencial da Ucrânia: “É muito importante limitar o fluxo de petrodólares para o tesouro do Kremlin”.

As autoridades pró-Rússia instaladas na região de Kherson disseram hoje que vão começar a emitir passaportes russos para todos os moradores da região que pretendam obter o documento.

A CNN Internacional avança que a emissão dos passaportes deverá começar ainda este ano, mas que a sua posse não será obrigatória para a população.

A informação surge após autoridades pró-russas que dominam o sul de Kherson terem afirmado que iam apelar a Putin para considerar a região parte da Rússia.

O gabinete de Ana Catarina Mendes reforçou hoje ao Observador que a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares “reafirma que nunca a Câmara Municipal de Setúbal mostrou disponibilidade para celebrar qualquer protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações (ACM)” no âmbito do acolhimento de refugiados ucranianos.

A reação surge depois de a autarquia de Setúbal se ter mostrado “indignada e perplexa” com várias declarações de Ana Catarina Mendes, que afirmam não corresponder “à verdade”. A câmara disse assim que não recusou a realização de uma reunião para estabelecer um protocolo com o ACM.

Pela primeira vez, um civil terá morrido na Rússia na sequência de um ataque ucraniano à vila de Solohki. O governador da região de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, disse que uma pessoa morreu e três ficaram feridas, noticia a CNN Internacional.

“Até ao momento, uma pessoa perdeu a vida, morreu na ambulância, e há três feridos”, destacou mencionado que um edifício ficou parcialmente destruído.

A vila de Solokhi fica a dez quilómetros da fronteira com a Ucrânia e a população “vai ser levada para um local seguro”. A região de Belgorod foi atingida por várias explosões nas últimas semanas. As forças ucranianas não confirmam, nem negam, ser responsáveis pelos ataques.

O primeiro-ministro britânico e o secretário-geral da NATO falaram hoje por telefone. “Boris Johnson elogiou Jens Stolternberg pela sua liderança em tempos tão desafiantes. O secretário-geral agradeceu pelo apoio tão decisivo à Ucrânia”, disse um porta-voz de Downing Street, que é citado pela Sky News.

“Os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa [do Reino Unido] vão reunir-se nas próximas semanas para discutir com é que a NATO deve evoluir e acelerar o seu trabalho”, afirmou a mesma fonte.

No Dia da Vitória, o embaixador russo em Varsóvia foi atingido com tinta vermelha. Dois dias depois, a fachada da embaixada polaca em Moscovo foi também pintada de vermelho, num ato de retaliação.

⚡️Embassy of #Poland in #Moscow doused with red paint. pic.twitter.com/vh987QwgXf

— NEXTA (@nexta_tv) May 11, 2022

Em declarações à Onet, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Łukasz Jasina, confirmou o incidente, indicando que a placa já foi lavada.

Já um dos responsáveis pela diplomacia polaca exigiu que a Rússia “esclareça este assunto” e “identifique os autores”. “Absolutamente inaceitável”, caracterizou, acrescentando que as missões diplomáticas “gozam de imunidade adequada”.

A Rússia anunciou sanções a 31 empresas sediadas em países como Alemanha, França, Estados Unidos e Singapura. Entre elas estão antigas filiais europeias da Gazprom e companhias de instalação e armazenamento de gás.

De acordo com a agência russa Tass, “pessoas jurídicas e cidadãos russos não poderão concluir transações com as entidades e organizações sancionadas”, nem “cumprir obrigações para com elas em transações concluídas e realizar transações financeiras a seu favor”.

A Ucrânia pediu à Rússia que considere a troca de soldados gravemente feridos na fábrica de Azovstal, na cidade portuária de Mariupol, por prisioneiros de guerra russos.

O apelo foi feito pela vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, que garantiu que é “impossível” libertar a fábrica, mas salientou que o governo trabalha para acabar com o cerco.

“Não estamos à procura de uma solução ideal, mas de uma que funcione. Como primeiro passo, os russos receberam a seguinte proposta: retiramos os nossos combatentes gravemente feridos da Azovstal pelo corredor humanitário. Em troca, entregamos prisioneiros russos, de acordo com as regras padrão de troca de prisioneiros”, escreveu na publicação que partilhou no Telegram.

Os EUA e a Rússia devem manter conversações para tentar colocar fim à guerra na Ucrânia, disse hoje o primeiro-ministro italiano Mario Draghi — um dia depois de se encontrar com o Presidente Joe Biden.

O líder italiano reconheceu que o caminho para paz é muito complicado, mas salientou que “todos” precisam de fazer um esforço para ajudar a Rússia e a Ucrânia a encontrar uma solução para o fim do conflito, avança a Sky News.

“Há tantas possibilidades, mas antes mesmo de chegarmos a esse ponto, há um esforço que tem de ser feito e é um esforço que todos os aliados, principalmente a Rússia e os Estados Unidos, precisam fazer para se sentar à mesa”, vincou Mario Draghi.

O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse hoje não acreditar que Vladimir Putin queira enfrentar militarmente a NATO.

“Aos analisarmos os cálculos de Putin, na minha opinião — e tenho certeza que o presidente tem a sua própria opinião — mas na minha opinião é que a Rússia não quer enfrentar a aliança da NATO”, disse Lloyd Austin, que é citado pela agência Reuters.

Os EUA salientaram ainda que Moscovo permanece a lutar para alcançar os seus objetivos na Ucrânia, 77 dias após o início da guerra.

Boris Johnson repetiu que a NATO “não representa uma ameaça para ninguém”, ao contrário do que a Rússia afirma. O primeiro-ministro britânico disse que a invasão à Ucrânia estava a falhar por dois motivos: “Em primeiro lugar, por causa do espírito inquebrantável do povo ucraniano que lutou e reuniu o mundo por trás deles”, começa por analisar Boris Johnson.

“Segundo, porque essa luta ucraniana pela liberdade, essa luta heróica, uniu o mundo pela condenação ao ataque aos nossos valores e seria justo dizer que também aproximou ainda mais a Finlândia e o Reino Unido hoje”, acrescentou.

Sauli Niinisto, Presidente da Finlândia, disse que o homólogo russo devia olhar-se ao espelho caso o país entre mesmo na NATO, sugerindo que a candidatura foi precipitada pela própria Rússia quando aumentou a tensão com o Ocidente ao invadir a Ucrânia, conta a Reuters.

As declarações foram prestadas durante uma visita oficial do primeiro-ministro britânico a Helsínquia. Questionado sobre o pacto na área da defesa assinado pela Finlândia e o Reino Unido para uma hipotética invasão pela Rússia, Boris Johnson disse que os finlandeses podiam contar com os britânicos caso viessem a necessitar de ajuda.

“As nossas Forças Armadas treinarão juntas, fundindo as nossas capacidades de defesa e segurança; e formalizando a promessa de que iremos sempre ajudarmo-nos uns aos outros”, concretizou Boris Johnson.

O antigo primeiro-ministro da Finlândia, Alexander Stubb, tem a certeza de que o país vai aderir à NATO e coloca mesmo a probabilidade em 99,9%.

Em entrevista à BBC, salientou que o Presidente finlandês vai anunciar amanhã a sua intenção de aderir à Aliança Atlântica.

Alexander Stubb, que foi primeiro-ministro da Finlândia entre 2014 e 2015, falou mesmo em “apoio esmagador” para que o país ingresse na NATO. “A única pessoa a quem podemos agradecer é a Putin, ele é a razão pela qual nos vamos juntar”, acrescentou.