A união da direita

No sábado, pelas 17 horas, é lançado o Movimento 5.7, uma iniciativa do deputado Miguel Morgado. É no Espaço Espelho de Água, em Belém. A Direita levou demasiado tempo para perceber que, perante a geringonça, apenas com a união dos partidos que a compõem é possível apresentar uma alternativa à governação socialista. Com o PCP e o BE determinantes na subsistência de um governo, a realidade política que se iniciou em 2015 é semelhante à de 1979. Tal como na altura, e perante a incapacidade do PS se descolar da extrema-esquerda, a única forma de Portugal ter um governo capaz de fazer as reformas necessárias é com uma aliança democrática de todos os partidos de Direita. Militantes do PSD, do CDS, da Aliança e da Iniciativa Liberal, juntamente com muitos independentes, estarão presentes no sábado. Todos são bem-vindos à família não socialista.

Adolfo Mesquita Nunes e a Galp

É perfeitamente legítimo que Adolfo Mesquita Nunes suspenda a sua carreira política em benefício da profissional. Mas há três comentários a fazer relativamente a este assunto que não podem ser varridos para debaixo do tapete: primeiro, que é pena que uma empresa como a Galp sinta necessidade de contratar um político para exercer um cargo não executivo na sua administração. Bem sei que estas são as regras, mas estas regras revelam bem como é que o país funciona. Segundo, que não deixa de ser negativo para o CDS que a demissão de Mesquita Nunes do cargo de vice-presidente do partido suceda em cima das europeias e a seis meses das legislativas. O terceiro comentário já é relativo à Direita mencionada no início desta crónica e que vai precisar de um candidato presidencial contra Marcelo, sob pena do seu projecto político ser minado por este. Pelo seu percurso, capacidades políticas e boa projecção que tem na imprensa, Adolfo Mesquita Nunes poderia vir a ser um bom candidato presidencial em 2021.

Brexit

Theresa May vai pedir a Bruxelas o adiamento do Brexit. Se este é aceite, em que termos e por quanto tempo depende do objectivo desse mesmo adiamento. Se é para ficar na mesma talvez nem valha a pena perder muito mais tempo com este episódio. Mas talvez se pudesse considerar uma de duas soluções: o estabelecimento de um prazo para a saída, com a condição do processo se considerar extinto (e sem Brexit) se até essa data a Câmara dos Comuns não aprovar o acordo de May com a UE, ou a submissão a referendo do acordo conseguido por Theresa May. Esse sim, seria um referendo sério, de uma proposta concreta. Não a armadilha em que os Britânicos caíram em 2016.

Advogado

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