Antes de mais, uma boa notícia sobre a epidemia de coronavírus. De acordo com fontes oficiais, há já vários dias que a China não regista casos de contágio no seu território. Ou seja, a crer na costumeira transparência das autoridades chinesas e considerando que o primeiro caso de COVID-19 surgiu em Wuhan a 17 de Novembro, mas a Organização Mundial da Saúde só foi alertada para o problema a 31 de Dezembro, estimo que lá para meados de Maio possa ser de facto verdade que já não há novos casos de contágio na China.

Enfim, admito que talvez não seja altura para criticar o regime chinês. Afinal, os chineses podem ajudar-nos imenso, por força da experiência a lidar com esta catástrofe. Aliás, o regime chinês é tão bom a gerir catástrofes que, não satisfeito com as de origem natural, se ocupou, nas últimas décadas, a engendrar variadas catástrofes da sua própria autoria. Quem não se lembra de sucessos como a Grande Fome Chinesa de 1958-61, ou a Revolução Cultural de Mao? Ou, mais recentemente, de êxitos do calibre de um Massacre da Praça Tiananmen, ou de uma supressão de direitos em Hong Kong, ou até dos campos de detenção para muçulmanos da minoria Uigur em Xinjiang? Portanto, chiu!, vamos escutar com atenção o que estes senhores têm para nos ensinar.

Entretanto, lá que estamos em guerra, estamos. E não me venham com a conversa de que guerra a sério foi, por exemplo, a Segunda Guerra Mundial. Quê? Combater nazis? Isso também eu! A cruz suástica até faz um género de alvo, e tudo, óptimo para acertar com uns bons zagalotes. Eu queria vê-los era a achatar curvas. Ah, pois. Achatar curvas não é para todos. É que esta Primeira Guerra do Achatamento da Curva da Pandemia de Coronavírus é um conflito em que, mesmo não sendo apanhados pelo inimigo, estamos sempre a ser torturados. Quando não é com vídeos parvos de gente em casa a fazer coisas parvas, é com a tortura do sono, por não se poder deixar os miúdos que não dão uma noite sossegada a pernoitar em casa dos avós. Isto, sim, é uma guerra. Não é para meninos. E muito menos para velhinhos.

A Organização Mundial da Saúde diz que o caminho a seguir no combate à COVID-19 é “Testar, testar, testar”. E o Governo assegura que o Serviço Nacional de Saúde está pronto para dar seguimento à directiva. Ainda assim, antecipo problemas políticos na implementação desta estratégia. Isto porque, tendo em conta o profundo desprezo do Bloco de Esquerda por tudo o que são testes, exames e avaliações em geral, é certinho que Catarina Martins vai levantar problemas no Parlamento. É sabido que para a líder do Bloco não interessa nada avaliar os cidadãos em testes, só lhe interessa que os cidadãos saibam dar gargalhadas. Nem que seja só nos intervalos dos ataques de tosse provocados pelo coronavírus.

Por falar no Governo, neste momento já não tenho dúvidas que António Costa entrará para a história do nosso país. Não que o primeiro-ministro esteja a liderar Portugal de forma deveras inspiradora nestes dias turbulentos, mas porque será, com enorme probabilidade, o primeiro líder de um executivo do PS que conduzirá o país a uma bancarrota sobre a qual se poderá dizer que não foi propriamente culpa do Partido Socialista.

A nível mundial, quem está a lidar de forma exemplar com a crise da COVID-19 é a Coreia do Norte. De tal forma que, neste momento, estão reportados naquele país nada mais nada menos que zero casos de coronavírus. Zero. Tal é a confiança de Kim Jong-un nas políticas de saúde do seu país que, sábado passado, até esteve entretido a acompanhar o lançamento de dois mísseis que fazem parte de uma nova arma táctica guiada. As más línguas asseguram que não há COVID-19 na Coreia do Norte porque o regime norte-coreano é tão abjecto que nem os vírus querem ir para lá. As péssimas línguas aventaram a possibilidade destes novos mísseis serem guiados com a precisão suficiente de molde a não falharem nenhum lar de terceira idade das redondezas.

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