Agora é que o caldo entornou! Ou melhor, quase, quase entornou. O caldo lambuzou todo o rebordo da taça, mas não chegou, ainda, a extravasar o recipiente. Ainda. Porque é só os polícias meterem baixa a um jogo do Benfica em vez de a um jogo do Sporting e temos guerra civil. Sim, porque uma coisa é ir para a porta do centro de saúde às quatro da manhã para ser atendido seis horas depois e marcar uma consulta para daí a três anos, outra, bem diferente, é ficar impedido de ver o João Neves actuar frente ao Vizela.

Assim sendo, Portugal lá se vai arrastando, penosamente, olhando para o lado e vendo a Roménia a ultrapassar-nos com aquela calma que advém da certeza de conseguir regressar à sua faixa de rodagem antes do traço continuo. Uma vez que Portugal, com o Partido Socialista aos comandos, não dá mesmo mais do que isto. Aliás, se Portugal fosse à revisão o mecânico diria:

Mecânico: Mas é você o dono deste país?

Cidadão comum: Não, não. Eu só o trouxe à revisão. O dono disto tudo é o PS.

Mecânico: Ó amigo, este país não vai a lado nenhum por causa dos filtros.

Cidadão comum: Mas quê? Os filtros estão sujos, é?

Mecânico: Não é tanto estarem sujos. Já não existem é filtros nenhuns.

Cidadão comum: Ah, claro, faz sentido. Realmente, os socialistas já não têm nenhum pingo de vergonha. É que nem fazem qualquer esforço para disfarçar as moscambilhas.

E já que menciono socialistas que não podiam ser mais transparentes, ainda que apenas no que à incompetência, irresponsabilidade e megalomania diz respeito, Pedro Nuno Santos debateu ontem com Rui Rocha da Iniciativa Liberal. E o que saiu deste debate foi surpreendente. Mas quê? Terá Pedro Nuno Santos esboçado vontade de alterar, ainda que subtilmente, a estratégia do PS dos últimos oito anos? Não, claro que não. Alguma vez? Eu disse que o debate foi “surpreendente”. Em momento algum referi ter sido miraculoso.

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O que saiu de surpreendente deste debate entre Pedro Nuno Santos e Rui Rocha foi que, se sondássemos 100 pessoas sobre qual dos dois é mais carismático, cerca de 107 diriam ser Rui Rocha. Ainda para mais agora, com o líder da IL todo afiadinho, sem os óculos e com um corte de cabelo modernaço. Está bem, está. É a Roménia a ultrapassar Portugal em termos de tudo, e é Rui Rocha a ultrapassar Pedro Nuno Santos, o Carismático, em termos de carisma.

Está na cara que Pedro Nuno Santos precisa de ajuda. E a julgar pela limpeza com que deitou a mão às ajudas para financiar as deslocações de oito minutos entre a sua residência e a Assembleia da República, vai arranjá-la rápido. Um aparte. Por acaso tinha ideia que São João da Madeira era mais longe de Lisboa. Não há dúvida que Portugal é um país mesmo pequenino, pá. Olha, só por causa disso, amanhã aproveito a hora do lanche para ir, calmamente, comer qualquer coisa a Vila Real de Santo António.

A propósito de António, quem dera a Pedro Nuno Santos ter agora o Costa por perto para lhe aparar os golpes, naquele duplo papel de papá mau que despede o Pedro Nuno que não sabe de indemnizações aprovadas por WhatsApp pelo Pedro Nuno, e mamã boa que premeia a inépcia do delfim com o apoio para a liderança do partido. O Habilidoso Costa a passar a pasta ao Desastroso Pedro Nuno. Um legado de “osos” que vem de longe, do Pantanoso Guterres, passando pelo Ardiloso Sócrates. Na sua diversidade têm todos em comum o facto de nos deixarem sempre um legado dispendioso.

Quem não está nada interessado em dar início a legados é Pinto da Costa. Lá apresentou ele a candidatura a um 273º mandato como Presidente do Futebol Clube do… 274º? Já? Não fazia ideia. Então, lá apresentou ele a candidatura a um 274º mandato como Presidente do Futebol Clube do Porto, tendo contado com a presença do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro. O Dr. Pizarro comprometeu-se com Pinto da Costa em julho do ano passado e no dia combinado lá estava a dar assistência na apresentação da recandidatura. E ainda dizem que há pouco rigor no SNS.