Bem sei que ainda é quarta-feira, mas creio poder garantir, com confiança, quais os dois factos mais marcantes da semana. O primeiro, infelizmente muito pouco original, é que Israel anda à bulha com o Hamas. O segundo, em contrapartida de todo imprevisto, é que, desta vez, a culpa não foi do ministro Eduardo Cabrita. Quer dizer, acho que não foi. Agora que penso nisso, será que, além do armamento roubado de Tancos encontrado a mais na Chamusca, não houve material de guerra português adicional a reaparecer na Faixa de Gaza? Hum…

Eu gostava de acreditar que não, mas as palavras de António Costa a propósito do conflito entre Israel e o Hamas não me deixaram mais descansado. Disse o Primeiro-Ministro:

“É necessário que Israel pare imediatamente com estes ataques para se regressar a um ponto em que o caminho para a paz seja possível e não se agrave este caminho para o conflito.”

Ora aí está. É isto mesmo. Mas porque é que ninguém escuta o estadista António Costa? Era tão simples: Israel desligava o sistema de defesa antimíssil, Iron Dome, parava com esta mariquice de não querer levar com os rockets do Hamas, e para aí na 6ª feira, sábado, no máximo, o estado judeu já tinha desaparecido do mapa. Pronto, ficava resolvido o assunto. É que não se percebe qual é a dificuldade disto. Lá está, é teimosia dos judeus, que insistem em não querer caminhar para a paz. Teimam em andar para lá a construir um país próspero e democrático e mais não sei o quê, em vez de caminharem para a paz como o Gandhi… perdão, como o Mahmoud Abbas. Assim é que é. Caminhem para a forca… ai. Para a paz, queria eu dizer. Caminhem para a paz, pá!

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Enquanto os israelitas não se decidem a acenar a bandeira branca, António Costa andou entretido a hastear a bandeira arco-íris no Palácio de São Bento, para celebrar o Dia Internacional Contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia. Antes de mais, devo assinalar que me parece estarmos na presença de sobrelotação de fobias. Tenham paciência, mas são demasiadas fobias para uma data só. É que acaba por não haver tempo para contemplar, com a merecida atenção, toda esta miríade de fobias. Creio que cada uma destas fobias merecia o seu próprio dia. Aliás, a sua própria semana. Deixo o assunto à consideração das autoridades competentes em matéria de regulamentação de fobias e respectivas datas de assinalamento.

Bom, mas a sorte do nosso Primeiro-Ministro é o Hamas não pretender mesmo desperdiçar nem um dos rockets com os quais almeja chacinar civis israelitas. Caso contrário, a reconhecidamente tolerante organização reconhecidamente terrorista teria brindado António Costa com um míssil e era em cheio mesmo na testa. Só para recordar ao líder do nosso governo que a forma correcta de lidar com a homossexualidade e afins não é cá hasteando bandeiras de várias cores. É, isso sim, usando essa mesma haste para vergastar os lombos homossexuais e afins até ganharem um tom arroxeado. Enfim, esta terá sido uma das forma que o Hamas encontrou para quebrar um bocadinho aquela monotonia das longuíssimas penas de prisão a que condena quem dorme com pessoas com as quais o Hamas não considera correto pernoitar-se.

Tendo principiado com os factos mais marcantes da semana, concluirei com o facto mais surpreendente do século. Vocês não vão acreditar nisto. Estão preparados? Não, preparem-se melhor. Já está? Boa. Então aqui vai. O Bloco de Esquerda quer – eh pá, vocês não vão mesmo acreditar nisto – sanções contra – não adivinham contra quem é. Não adivinham, não vale a pena – Israel. Eu não disse que não chegavam lá? Era impossível. Eu também fiquei em choque. O Bloco de Esquerda quer sanções contra Israel? O quê?! Não, agora a sério. Trata-se da já clássica versão do ainda mais clássico reflexo de Pavlov. De cada vez que os terroristas do Hamas atacam Israel, o Bloco de Esquerda tem este reflexo de Parvalhove.