Daqui partiu Vasco da Gama com destino à Índia, para completar um desígnio da visão do nosso país, de ser factor de mudança na geostratégia económica e política mundial desse tempo.

Um tempo em que a dimensão do nosso território não era condicionante para a nossa ambição de ser parte da construção do Mundo.

Um tempo em que ainda não nos tínhamos subjugado aos velhos do Restelo que sempre existiram neste canto da Europa, mas que poucas vezes, como hoje, conseguiram deter o poder e conter a iniciativa de quantos trabalham incansavelmente para fazer grande este país com tanta história, com um povo de tanta qualidade e com a determinação e resiliência para ultrapassar as dificuldades que enfrenta.

Fomos, durante os últimos 50 anos, afectados por dois factores, que deram a esses detentores do medo e da negatividade a possibilidade de determinar a nossa pacífica condescendência com a mediocridade.

Por um lado, deixámos que nos convencessem de que a mediocridade era a natural postura de ser português.

Por outro lado, aceitámos que nos dessem umas poucas migalhas de rendimento para que não questionássemos a liderança e o caminho dessa mesma mediocridade.

No fundo, atingimos uma minimalíssima qualidade de vida que, porque nos convencemos que somos medíocres, nos manteve pacíficos e obedientes a uma realidade que nos foi sendo imposta por uma elite, que foi pouco capaz e que usou métodos de adormecimento social para nos manter nesse estado.

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O politicamente correcto, o condicionalismo sobre a verdade, seja no que respeita às diferenças entre as pessoas, raças, culturas, religiões e ideias, e o combate à promoção do êxito, tanto pessoal como económico, foi-nos tornando numa massa social cada vez mais inerte, que não promove qualquer desenvolvimento e que apenas beneficia quem se quer manter no poder.

Sempre que nos foi pedido que mostrássemos a nossa capacidade de reagir, de actuar, de produzir e de sofrer, fomos sempre capazes de o fazer com êxito e fomos sempre reconhecidos como o povo mais capaz de se esforçar e de conseguir os melhores resultados.

Custa tanto trabalhar duro para recuperar aquilo que foi esbanjado pelas nossas lideranças, como custa trabalhar duro, para atingir resultados ambiciosos que nos coloquem no Mundo dos decisores.

Vasco da Gama saiu do Tejo com uns quantos portugueses, disponíveis para sofrer e para conseguir dar a Portugal a presença mundial, no seu comando económico e político.

Sofreram muito, uns poucos, para o sucesso do nosso país, mas foi num período em que muitos se disponibilizaram a esse sofrimento, em viagens constantes por esses mares de aventura, que conseguimos um lugar no desenvolvimento da humanidade e de Portugal.

Entre sofrer pela troica, sofrer pela má governança, sofrer por ter medo de enfrentar a realidade, sofrer pela pequenez dos que nos lideram, eu prefiro sofrer pela ambição de fazer este País grande, desenvolvido e envolvido na governança do Mundo.

Prefiro arriscar tudo em acreditar neste povo do que em adormecê-lo para que sendo pequeno, possa ser facilmente comandado por que também é pequeno.

Lembremos Vasco da Gama, neste ano em que se comemoram 500 anos sobre a sua morte, como um símbolo dessa ambição e dessa capacidade de levar Portugal à glória do Mundo e ao desenvolvimento dos portugueses.

Que se torne um farol do caminho para o futuro de Portugal.