Enquanto a parte ocidental do velho continente não compreender ou não desejar levar em linha de conta as particularidades históricas, políticas e históricas da parte leste, a unidade da União Europeia poderá correr sérios riscos. A crise dos refugiados na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia é mais um exemplo disso.

Depois da queda do Muro de Berlim, em 1989, a maioria dos países que fizeram parte da zona de influência soviética desde 1945 aderiu rapidamente à União Europeia e à NATO, devendo-se isso a factores com profundas raízes históricas que os restantes membros da UE parecem ter dificuldade em compreender, embora a resposta seja simples.

Não obstante muitos acreditarem que, após o fim da União Soviética, a Rússia se iria aproximar da Europa, os seus vizinhos europeus sempre olharam com cepticismo e desconfiança face a esse optimismo. Nos primeiros tempos, nas relações entre a Rússia e os vizinhos foram curadas algumas profundas feridas do passado. Por exemplo, Moscovo reconheceu que foram os serviços secretos soviéticos os autores do massacre de Katyn, onde milhares de militares e civis polacos foram assassinados; aceitou finalmente que o Pacto Molotov-Ribbentrop, principalmente os seus anexos secretos, constitui um verdadeiro crime contra a Polónia, Estónia, Lituânia e Letónia; comprometeu-se a respeitar a soberania e a inviolabilidade das fronteiras das antigas repúblicas soviéticas e a não se imiscuir nos assuntos internos dos países que fizeram parte do Tratado de Varsóvia.

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