Estava à procura de informação médica para um amigo e deparei-me com a notícia de um estudo segundo o qual o risco de Alzheimer é menor para quem toma Viagra. Ao analisar 270 mil homens – desconheço se alguns seriam daqueles homens modernaços detentores de pipis – concluiu-se que o risco de demência pode sofrer uma redução de até 44% com o uso de Viagra. Parece excitante, mas não se tratará de animação precoce?
Pois, é que parece-me arriscado. Imaginem. Um velhinho tem sintomas de demência. Nisto vai ao médico e o doutor receita um Viagra, três vezes ao dia, após as refeições. Ao fim de seis meses a demência não há maneira de melhorar. E agora, para agravar a situação, os funcionários do lar têm de se munir de borrifadores cheios de álcool para o aspergir nos olhos do idoso e ele, dessa forma, deslargar os andarilhos das companheiras de instituição.
A propósito de pessoas de idade respeitável. Uma investigação da Sábado descobriu que a avó de Mariana Mortágua vive há mais de 50 anos na muito betinha Avenida de Roma, em Lisboa. Faz isso de Mariana Mortágua, também ela, uma betinha? Faz, sem dúvida. Que isto da betice, como é óbvio, herda-se. E sem qualquer taxação. Bem ao contrário dos vis bens materiais, adquiridos com o produto do trabalho, que uma pessoa deixa aos seus herdeiros. Esses, se o Bloco de Esquerda mandar, ficarão exclusivamente para o recém descoberto filho único de todo e qualquer português que tenha poupado alguma coisa durante a vida: o Estado.
Portanto, a juntar ao já conhecido neto de sapateiro, temos agora a neta beta. É uma família política de sonho, esta, que ameaça tomar conta de Portugal a 11 de Março. São uma neta e um neto com os quais isto não chega a netos, mas pelo menos chegamos à Venezuela. Não é de todo impossível a 10 de Março irmos para a cama em Portugal e no dia seguinte acordarmos já na Venezuela. E nesse caso nunca mais podemos criticar o desempenho de Pedro Nuno Santo na gestão de transportes públicos. É verdade que o homem fez cerca de nada em termos de ferrovia, mas terá, nesse caso, inventado uma nova versão do teletransporte.
Aliás, nos últimos dias, Pedro Nuno Santos tem calado por completo os críticos, no que a esta suposta inépcia com meios de transporte diz respeito. Ainda no dia do debate com Luís Montenegro, o carismático líder socialista provou que, apesar da garantia de desastre caso lhe sejam passados os comandos do país, é a pessoa indicada para conduzir qualquer um dos nossos veículos pessoais. Como provo tal? Socorrendo-me da notícia do jornal SOL, de acordo com a qual Pedro Nuno Santos foi avisado previamente da manifestação não autorizada de agentes da PSP e GNR à porta do local do debate. Donde se prova que Pedro Nuno Santos sabe sempre, mas sempre, onde está a bófia. A este menino ninguém o apanha em operações stop.
É em operações stop e é na operação para colocar uma banda gástrica no Estado para o monstro emagrecer. No que toca ao corte de gorduras, Pedro Nuno Santos tem uma apetência idêntica à de um avicultor que empanturra o pato para obter delicioso foie gras. Sendo que, neste caso, os patos, que somos nós, estão cada vez mais esfomeados.
Na senda desta obesidade mórbida estatal perpetrada pelo PS, a mais recente proposta é a criação de um Serviço Nacional de Habitação. Na linha de todos os outros óptimos serviços que o Estado nos presta, com destaque para a saúde. Aliás, a vantagem de já termos experiência das intermináveis filas de espera à porta dos centros de saúde, é precisamente já ter o traquejo de viver na rua. Antes ainda de ter o prazer de recorrer ao Serviço Nacional de Habitação e desfrutar dessa experiência em toda a sua plenitude.
Depois do Serviço Nacional de Habitação, acho que se impõe um Serviço Nacional de Alimentação. Que podia ter um nome mais coloquial. Pensei na tradicional, Sopa dos Pobres. Mas, reflectindo melhor, fará mais sentido ser só Sopa. Porque pobres já seremos todos.
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