“Parabéns” a António Costa. Nem o outro António, Salazar, conseguiu calar tantos em Lisboa na união nacional da comunicação social. Apanhemos então este decadente expresso do regresso ao passado, sustentado por dinheiro público.  Numa crise, é compreensível que se auxiliem profissionais, incluindo jornalistas. Não pode haver é taxação sem representação da população nos media, mas apenas do governo por lisonjeadores baratos. Verdadeiros Jornalistas não aceitariam a ausência de critérios ou medidas para assegurar a independência do governo. Como, aliás e bem, o Observador não aceitou. Enquanto isso, jornalistas manteigueiros do governo, que recebem dinheiros do governo sem questionar o governo, deliram que são “jornais sem governo”. Como nos tentaram iludir antes da Covid-19 que éramos um economia e democracia sem problemas profundos. Só ilusões, nem questões nem reformas.

Os media mainstream nacionais pagos agora por nós contribuintes e cidadãos desta democracia, não se podem transformar todos em revistinhas camarárias dispendiosas, onde por cada 100 fotografias, 99 são do presidente da câmara a sorrir e a restante do ajudante a aplaudir. A nível nacional as vozes questionadoras e reformadoras são censuradas e amordaçadas, só aparecendo os disfarçados de dissonantes, mas totalmente dependentes do regime por via direta ou indireta dos dinheiros públicos. A falta de crítica independente construtiva mata o debate democrático, apodrece o regime, baixa os padrões de responsabilização e exigência ética e técnica, mantendo o país nos últimos lugares-econômicos financeiros da Europa, com milhões a emigrar ou mal pagos. Até a Europa deixa de estar disposta a ajudar por não confiar e querer investigar uma democracia assim apodrecida e insolvente.

Costa no país das maravilhas é tudo o que assistimos na TV e jornais tradicionais impressos lisboetas de há 5 anos a esta parte. Até sobre um Mantorras das Finanças, os comentadores do status quo deliravam que era de topo europeu (só se for campeão dos pedintes das finanças dos outros). Nos últimos 5 anos aumentaram os impostos, aumentou a dívida bruta e diminui o nosso poder de compra, vivemos quase só de turismo, juros baixos e ajuda humanitária europeia, mas ninguém questiona nada  profundamente, só superficialmente e para iludir, num dramático revés das conquistas passadas, que nos afasta da rica Europa e nos aproxima dos pobres regimes nepotistas noutros locais do mundo. A TVI e o grupo Correio da Manhã ainda questionavam algo, mas este autor que questiona profunda e financeiramente independente do status quo, foi desconvidado pela primeira recentemente; no segundo também já calam até leves críticos que nem sequer tocam nas feridas profundas do regime.

Escutemos as conversas em família de Marcelo e demais tiques iguais aos do antigo regime nos outros comentadores da SIC e RTP. Leiamos o Expresso e Público, vazio de vozes pensantes e questionadoras, todas riscadas a lápis azul. Verificaremos que nunca, nem mesmo no tempo do outro Marcelo, houve tão poucos jornalistas e tantos manteigueiros aflitos por dinheiros, lisonjeadores baratos do governo. Costa, depois de esfaquear pelas costas a honestidade e integridade das reformas porque Seguro lutava, trucidou agora a liberdade porque Soares, Tito, Cardia, Zenha e Arnaut lutaram. Costa e Jotas Ministros só honram do passado do PS Sócrates: Negócios ruinosos misturados com política e mordaças nos jornalistas, conduzindo a censura e falta de escrutínio inevitavelmente a bancarrotas.  O intolerável preço do status quo do regime de amigos Costista-Marcelista-Salgadista.

Pedro Caetano é MPH (Harvard), PgDip (Oxford), PC (London), MS (Michigan), PharmD (Ohio State), MBA (ESSEC), MBA (Mannheim), PhD (Michigan), AA (Cincinnati), Lic. (Lisboa); Ex-Professor de Farmacologia e Epidemiologia na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. Atual Director Global na Industria Farmacêutica baseado no condado de Oxford, Reino Unido.

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