O CDS foi criado por centristas em 1974 obtendo nos anos consequentes (década de 70) os melhores resultados da sua História ao longo de 40 anos de Democracia. É preciso fazer lembrar aos militantes centristas que a génese do partido é ao Centro, daí a sua denominação que acarreta em si a valorização do espírito democrático e do espírito social, próprio do espírito de que um partido Democrata Cristão deve estar imbuído.

Aqueles militantes que se identificam na abertura que um partido deverá ter relativamente às diferentes sensibilidades da sociedade civil deverão apoiar uma verdadeira alternativa de crescimento, pois os militantes que nunca atraiçoaram os seus fundadores e os líderes do partido conhecem bem a Declaração de Princípios entregue aquando da sua fundação que requeria a intenção de mobilizar cidadãos do centro-direita e do centro -esquerda.

Manuel Monteiro e Paulo Portas na década de 90 acreditaram, com algum sucesso, que haveria um eleitorado à direita do Centro que estaria disposto a votar no CDS e que era possível cativar. Manuel Monteiro conseguiu algum êxito e Paulo Portas manteve o CDS acima da “linha de água”. A ideia do CDS-Partido Popular tinha vingado e tinha-se imposto à ideia do CDS.

O problema é que Paulo Portas e o seu séquito não conseguiram manter ao longo dos anos o seu eleitorado e com Assunção Cristas os problemas já eram notórios. Havia eleitorado conquistado à direita a fugir para outros partidos e Chicão caiu no erro de apostar num CDS com a denominação de Partido Popular e numa direita que já tinha encontrado partido certo para votar.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O CDS abandonou a “pista do meio”, que foi a sua pista nos tempos da fundação, para correr deliberadamente pela direita e insistiu nas últimas eleições em correr nessa pista estreita já ocupada por outros.

Desta forma, com a atual reconfiguração da direita em Portugal, o CDS deter uma liderança copiada de outras que se afirmaram nas últimas eleições de nada valerá ao partido, pois tentar “gritar mais alto que outros” será uma estratégia totalmente ineficaz. O CDS continuará atrás de um eleitorado que “deixou fugir” ao longo da última década por falta de conteúdo da mensagem passada e por falta de abrangência de discurso para cidadãos provenientes de partidos de diversos espectros políticos.

O “Rigorosamente ao Centro” de Freitas do Amaral foi perdido mas foi eficaz no seu tempo, no tempo da construção do CDS. Não estará na altura de reconstruir e olhar para esses alicerces com atenção?