Mário Soares conseguiu entrar na futura «União Europeia» e Cavaco Silva aproveitou a oportunidade para organizar o país economicamente até à adesão ao «euro» de países como Portugal. «Golpes» — eis o que o PS sabe dar desde que Sampaio entregou o poder a Sócrates em 2005 e este levou o país à falência seis anos mais tarde, fugindo então para o estrangeiro onde adquiriu diplomas bem como mansões e viagens financiadas por negócios obscuros.

Sócrates chegou a fazer um período de prisão no final de 2014 mas saiu pouco tempo depois. Hoje podemos ter a certeza que não será submetido a julgamento pois as acusações caducarão uma a uma na certeza de que, no caso de ser levado a tribunal, deitaria cá para fora tudo o que sabe e não sabe acerca das tropelias do PS e companhia. Por isso, nunca voltará a ser levado a tribunal, quanto mais à prisão.

António Costa, um pouco mais jovem, já vinha da «política socialista» há mais tempo, percorrendo todos os lugares disponíveis desde deputado em Portugal e na Europa, secretário de Estado, ministro, presidente da Câmara de Lisboa e, finalmente, primeiro-ministro graças ao golpe parlamentar da mal-afamada «geringonça», ou seja, uma «cartada» segundo a qual o PCP e o BE permitiram ao PS chegar ao «poder» e, ao fim de algum tempo, Costa alcançar uma «maioria absoluta», por sinal, a mais reduzida de sempre…

A «vocação de poder» do PS é, porém, estritamente limitada a ocupar os ofícios de «funcionário político», conforme disse Max Weber há mais de um século: «Os políticos profissionais não têm vocação». Com efeito, essa pretensa vocação não tem que ver com nada de substancial se não o «poder» e, presume-se, com as vantagens pessoais e de grupo ligadas ao «partido».

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Uma organização partidária, pois, que há muito tempo não tem outra ocupação além de «exercer o poder»… E recolher os benefícios que daí os «profissionais da política sem vocação» extraem múltiplas formas de remuneração pessoal, familiar e clientelar… A fim de mantermos o pomposo nome de «democracia», o «outro» partido de poder, ou seja, o PSD aguarda que surja uma oportunidade de «trocarem de lugar e benefícios»! Acontece que o partido homólogo do PS há muito que não faz mais do que esperar a «oportunidade» de subir ao poder… sem qualquer ideia de governação!

Em países membros da UE como o nosso, onde há cada vez mais do género, sucede que os «grandes partidos» perderam há muito qualquer controle eficaz das políticas a assegurar, desde as incondicionais obras públicas às não menos condicionadas companhias de avião que consomem ainda mais dinheiro do que Gastam os turistas… Se os votantes do PS ou mesmo os do PSD se pusessem a contabilizar a relação entre benefícios e perdas do «turismo» arriscavam-se não só a surpresas financeiras como à limitação profissional.

A pretensa «vocação» dos dois partidos está, pois, limitada a ocupar o ofício de «político», conforme disse Weber: «Os políticos profissionais não têm vocação»! Com efeito, essa pretensa vocação profissional não tem que ver com nada… Se não o «poder» e, presume-se, as vantagens pessoais e de grupo ligadas ao «partido», essa organização sem ocupação especial com a excepção de «exercer o poder»…

E recolher os benefícios que daí os «profissionais da política sem vocação» extraem múltiplas formas de remuneração pessoal, familiar e clientelar… A actual vocação do «outro partido de poder» nacional, reside neste momento em «garantir os direitos» supostos por aquilo a que damos o nome pomposo de «democracia»… Até surgir uma oportunidade de «trocarem de lugar e benefícios», o partido oposto ao PS há muito tempo que aguarda pacientemente uma «oportunidade» de subir ao ambicionado poder… sem todavia ter qualquer ideia governativa especial além dos «fundos europeus».

Em países como o nosso – e pode-se dizer que há cada vez mais do mesmo género na UE – sucede que os partidos de governo perderam há muito tempo qualquer controle eficaz das políticas a assegurar, desde as incondicionais obras públicas e habitações bem como às não menos condicionadas companhias aéreas que consomem ainda mais dinheiro do que os chamados «turistas de pé descalço»… Se os votantes do PS ou mesmo os do PSD se pusessem a contabilizar a relação entre benefícios e perdas do «turismo», arriscavam-se a surpresas, pois este não contribui para aumentar a produtividade nacional nem as remunerações locais.

Perante tal situação sócio-económica, a qual remeteu o actual primeiro-ministro para a sombra político-partidária, pouco ou nada é de esperar nem do partido dominante como sobretudo do partido de oposição, o qual continua há anos remetido para a sombra da chamada comunicação social, é muito improvável uma mudança substancial dos dados eleitorais… Em suma, o PS está preso das suas enormes limitações conjunturais e os cidadãos ficam sem lado para onde se virar!