Estamos cada vez mais com uma maior predisposição para investir no nosso bem-estar. É sabido, hoje, que dois em cada três portugueses estão dispostos a investir entre 10% e 50% do seu rendimento no seu bem-estar e que procuraram, ao mesmo tempo, investir em produtos com produção sustentável, principalmente se estiverem nas categorias de higiene pessoal, alimentar ou do setor automóvel. Estes resultados, que foram averiguados num estudo recente do Center for Consumer Well-being & Retail innovation, da CATÓLICA-LISBON, a mais de mil portugueses, permitem-nos concluir que a sustentabilidade é um tema premente e de enorme enfoque para produtores, retalhistas e consumidores.

No entanto, existe sempre a questão de quem deverá arcar com o possível custo extra de uma política de produção e distribuição sustentável, e qual a quota-parte que os consumidores estão dispostos a suportar. Ao falarmos de sustentabilidade na produção e no setor do retalho também falamos, inevitavelmente, na sua inovação tecnológica e digitalização.

Os consumidores, que são cada vez mais exigentes, continuam a dar primazia ao ponto de venda físico que, no futuro, será tecnologicamente mais avançado. Os layouts começam a ser revistos, é feita a transcrição da política de sustentabilidade na gestão de espaço e na escolha de fornecedores e produtos, com experiências didáticas e diferenciadoras para corresponder às exigências dos novos consumidores e do nosso Planeta.

Do atendimento robótico à informação digital e espelhos inteligentes, assim como lojas desenhadas para integrarem as redes sociais na sua jornada de compra, a pagamentos automáticos com possível recurso a bitcoins, lojas sem caixas ou com sistema híbrido, o retalho será sujeito a uma enorme transformação nos próximos anos se quiser prosperar. Se sentimos que nos últimos anos a digitalização e a implementação de tecnologia no retalho sofreu um enorme avanço, com o omnicanal a imperar, o metaverso, por outro lado, irá revolucionar ainda mais este setor. Por exemplo, a IGA, uma cadeia de supermercados em Montreal, comercializa os produtos hortícolas que produz no telhado da loja. As lojas em Granel, como é o caso da ASDA no Reino Unido, ou o layout de raiz apelando à sustentabilidade, como o recente espaço do Carrefour no Dubai.

Vamos percorrer corredores com robots que limpam e repõem o stock dos supermercados, como no caso da cadeia de supermercados Woolworths na Austrália, ou poder encontrar inúmeras soluções de interatividade, como já existe na recente loja da Zara em Madrid. A Walmart vai ainda mais longe, tendo criado há poucas semanas experiências imersivas no Roblox, uma plataforma de jogos digitais, preparando-se para o retalho do futuro.

Seremos, por isso, testemunhas desta revolução tão empolgante em que o novo retalho será o protagonista principal, em que continuamos a investir na promoção do nosso bem-estar nas suas várias dimensões. É caso para dizer que estamos nos próximos tempos de mente sã e aberta, pois um novo mundo está a ganhar forma.

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