Eis o estado da arte atual. Mais do mesmo. Está aí a quarta, quinta ou não sei quantas vaga da Covid. Portugal é o campeão (ao menos nisso!) da taxa de vacinação a nível mundial. Os números de internamentos e letalidade mostram bem a diferença que isso faz. Não obstante, e com o complexo de inferioridade que tradicionalmente nos caracteriza, as autoridades políticas e sanitárias reagem como se isto não fizesse toda a diferença. Resultado: a população está em pânico com a hipótese de ficar outra vez fechada em casa apesar de se ter vacinado e, portanto, se apanhar covid, ter apenas achaques do tipo gripal.

Tudo isto é triste e tudo isto é, infelizmente, o nosso fado. Mesmo quando, por um acaso da sorte, fazemos bem as coisas (é bom lembrar que só tivemos direito ao Almirante porque o incompetente que o PS escolheu para a tarefa deu tantos tiros no pé que tornou a sua posição insustentável), não temos a coragem de escolher o nosso caminho. Maior prova de que o poder que temos já não serve e que temos que mudar de vida não há.

A isto junta-se um rol de ineficácias e incapacidades de governar que demonstram bem a urgência de virar a página se queremos sobreviver como país. Notícias dos últimos dias:

  • Nas últimas horas demitiram-se mais dez chefes das urgências de cirurgia do Hospital de Santa Maria, o maior hospital do país. Esta notícia junta-se a uma série de outras demissões em hospitais públicos de norte a sul do país. De Braga a Viseu, passando pelos principais hospitais de Lisboa: São José, Amadora-Sintra e Estefânia. E perguntamos: então não era este o governo que vinha salvar o Serviço Nacional de Saúde?
  • Dispensados o Vice-Almirante e a task force, o que temos? De novo a inefável Graça Freitas, incapaz de comunicar, incapaz de ter uma posição técnica e autónoma do poder político e incapaz de pôr em prática um miniplano de vacinação para nichos da população que precisam de um reforço vacinal. Depois da bonança que nos foi garantida pela eficácia de Gouveia e Melo, parece que recuámos à pré-história do início da pandemia, com uma senhora que aparecia todos os dias na televisão a rir muito e sem saber o que dizer. Lamentável.
  • As escolas portuguesas registam um défice de professores que tornam impossível assegurar um sistema educativo de qualidade nos próximos anos. Já neste ano letivo há milhares de alunos sem aulas em disciplinas centrais, como Matemática, Português e Ciências. Alguns destes alunos vão ser sujeitos a exames nacionais de acesso à universidade. E o ministro da Educação só agora acordou para a situação. Como normalmente fazem os incompetentes, garante que nos próximos meses vai fazer tudo para resolver o problema. Entretanto, ao longo dos últimos seis anos, desfez tudo o que estava já planeado para prevenir o desastre.
  • Economicamente, é uma questão de meses para sermos ultrapassados pelos poucos países que ainda estão atrás de nós na União Europeia.

Com a cabeça ainda à tona no pântano em que nos encontramos, o que tem o ainda primeiro-ministro para nos prometer? Mais do mesmo, desde que votem nele para continuar à frente dos destinos do país.

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Será que é isto que queremos? Esta é a altura para mostrar que não.

Este é o Governo que não está interessado em mudar nada, só em manter o poder. Este é o Governo que nem se dá ao trabalho de se renovar. Façam o que fizerem, os ministros são para ficar, mesmo que percam a autoridade e o respeito de todo o país, como é o caso de Eduardo Cabrita. Este é o Governo que se deixa roubar (Tancos) e aldrabar (operação Miríade) e não tem vergonha na cara para, pelo menos, pedir desculpa e mostrar determinação para mudar o sistema.

Se a 30 de janeiro for esta a escolha dos portugueses, aguardemos más notícias. Tudo o que já está mal vai piorar.