As forças políticas espanholas parecem estar de novo divididas segundo as convicções ideológicas de há mais de 80 anos, quando eclodiu a Guerra Civil que duraria de 1936 a 1939 e serviu de preâmbulo à 2.ª Guerra Mundial. A ditadura então imposta em Espanha só terminou em meados dos anos ’70 do século passado, restaurando o anterior regime demo-liberal e garantindo, até aqui, as regras básicas do sistema representativo. Portugal é diferente mas não tanto e convém não perder de vista o passado autoritário ibérico…

Com as «nuances» que o tempo entretanto acrescentou, mais do que os partidos políticos são os eleitores que se enfrentam de um e do outro lado de uma linha imaginária mas profunda entre Esquerda/Direita, assim designadas em honra de ideologias vetustas, e sobretudo divididos entre Nós e Eles, Bons e Maus, Pobres e Ricos, alimentando ódios antigos e acrescentando novas clivagens instrumentais entre Jovens e Velhos, Mulheres e Homens, e mais o que vier ao caso…

Entre as Esquerdas e as Direitas, cujos partidos somados do centro para o extremo continuam a não ter maioria (PSOE+Podemos=43,6%; Ciudadanos+PP+Vox=45,7%), interpõem-se nacionalistas e autonomistas, os quais darão imediatamente o poder à dita Esquerda, através dos partidos moderados e radicais da Catalunha e do País Basco, onde se concentram mais de 20% do eleitorado nacional, tal e qual como em 1936. Não se espera uma nova guerra civil mas não são de afastar enfrentamentos de vários géneros, incluindo físicos, apesar da pertença comum à União Europeia, cujos inimigos em contrapartida rejubilarão!

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