Na última semana, Carlos Moedas e Rui Moreira fizeram mais pelo país e pela projeção das suas cidades do que muitos anos de proclamações feitas para consumo interno e com pouca realização prática.

Vale a pena sublinhar o momento porque hoje, mais do que nunca, Portugal e as suas cidades vão ter que se esforçar muito para sobreviver aos impactos de anos de crise, a que agora se juntam os efeitos de uma guerra que sabemos como e quando começou, mas ninguém arrisca prever como e quando vai acabar.

O país precisa de se virar para fora. As cidades precisam de ir buscar além-fronteiras os talentos e o capital para se transformarem e assim conseguirem trazer prosperidade e desenvolvimento aos que nelas vivem. Lisboa e Porto têm a sorte de, nesta circunstância, terem à frente dos seus destinos dois homens que conhecem a economia real e as suas dinâmicas, que conhecem o mundo e os investidores e que perceberam que este era o momento para juntar forças e não para prosseguir estratégias bairristas.

O MIPIM é a maior feira de cidades do mundo. Todos os anos, investidores e políticos juntam-se naquele palco para casar interesses: as cidades atraem capital para levar avante as suas estratégias e os investidores encontram o local certo onde aplicar os seus recursos. Num tempo de incerteza e de guerra na Europa, os investidores procuram portos seguros e os Presidentes das Câmaras de Lisboa e do Porto perceberam que este era o local certo para afirmarem as suas cidades como oásis para novos investimentos.

Numa das conferências mais concorridas do evento, Rui Moreira e Carlos Moedas mostraram-se ao mundo como responsáveis políticos com ideias claras, com projetos de cidades de futuro que se complementam mais do que concorrem entre si. Perceberam que o sucesso de um ajuda ao sucesso do outro, e que juntando as suas vozes teriam mais e melhores resultados do que ficando de costas voltadas, cada um a tomar conta da sua quinta. E a estratégia provou ter resultados, com muitos e bons negócios que ali mesmo se iniciaram.

Sublinho o facto porque é raro acontecer. Como o próprio Carlos Moedas disse, fazendo apelo ao seu passado como Comissário para a Inovação: “andei em muitos países e cidades e em nenhum lugar encontrei realidades que não se pudessem aplicar a Portugal”. Eu diria que a primeira dessas realidades é o facto de os países se apresentarem ao mundo de cabeça levantada, com uma estratégia bem definida, com ambição e sem complexos de inferioridade. Foi assim que Carlos Moedas e Rui Moreira apresentaram Lisboa e o Porto aos grandes investidores internacionais. Fazendo-o, puseram Portugal na mira dos países mais interessantes do mundo para viver e investir. O país agradece os serviços prestados.

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