No dia 27 de Dezembro, a União Europeia(UE) deu ordens a todos os países membros para iniciarem a aplicação da vacina contra a Covid-19. Foi uma data histórica para milhões de pessoas, abrindo finalmente uma janela de esperança para acabar, a médio prazo, com este vírus responsável pela pandemia e, consequentemente, com todas as sequelas daí resultantes tanto do ponto de vista humano como social e económico. A prioridade na aplicação das primeiras doses de vacinas foi diferente nos países da UE. Enquanto que em Portugal e também na Alemanha, os profissionais de saúde foram os primeiros a terem este privilégio, noutros países, as pessoas mais idosas ou vivendo em lares foram as escolhidas para serem vacinadas nesta primeira fase.
Ambas as escolhas são, para mim, aceitáveis. Se, por um lado, Portugal quis mostrar à população em geral e aos menos crentes em particular, que até os profissionais de saúde estavam a acreditar na eficácia da vacina, não temendo os efeitos secundários a curto e médio prazo, noutros países optaram por escolher a faixa etária mais frágil e vulnerável ao efeito nocivo do vírus.
Não vejo razão para certos comentários agressivos contra a decisão do Governo na escolha desta opção. É válida, tal como a outra que foi tomada por outros países membros da UE.
Temos visto, que com o passar do tempo, a adesão às vacinas por parte do público tem vindo a aumentar do ponto de vista estatístico, muito pelos resultados dos estudos que têm vindo a ser publicados pelos investigadores de diversos laboratórios que apostaram na sua produção. Por outro lado, os media também têm tido um papel importante na sua divulgação, em diversas entrevistas que fazem a investigadores portugueses que estudam e analisam ao pormenor os resultados de cada uma das vacinas apresentadas à comunidade científica.
Devemos receber a vacina que foi produzida em tempo recorde por diversos laboratórios espalhados pelo mundo?
É óbvio que sim, mas depende de alguns factores que devem anteceder esta decisão.
É importante saber onde foi produzida a vacina (laboratório com experiência e provas dadas na área vacinal e nos medicamentos previamente existentes), se seguiu as três fases de ensaios, se o número de voluntários foi de centenas ou de milhares, se a vacina foi aplicada em diferentes faixas etárias e se os resultados dos efeitos secundários foram leves, moderados ou graves.
Depois destes pré-requisitos, é fundamental que tenha sido aprovada pela FDA e/ou a Agência Europeia de Medicamentos. Finalmente, qualquer destas vacinas deve ter o aval da Organização Mundial de Saúde.
Não podemos esquecer, nunca, que com esta ou qualquer outra vacina, as restantes recomendações são para continuar a ser cumpridas até que o controlo da pandemia seja finalmente uma realidade.
Vacinar é um acto importante para prevenir que alguém venha ter a doença. A eficácia após as duas doses é de 90 a 95%. A hipótese de uma pessoa vacinada ficar infetada por Covid-19 é mínima. Se pusermos numa balança os efeitos secundários da vacina registados nos estudos em voluntários e se compararmos com a taxa de mortalidade e as sequelas neurológicas e vasculares dos vários doentes infectados pelo coronavírus, podemos concluir que ser vacinado contra a Covid-19, é a opção mais correcta para cada um de nós. Quanto maior o número de pessoas vacinadas, maiores serão as possibilidades de adquirirmos imunidade de grupo.
Todos nós estamos cansados das medidas sanitárias e vivermos limitados no nosso quotidiano. A vacina que todos esperávamos chegou, finalmente, nesta época natalícia. Não vamos dar mais meses de vida ao coronavírus. Está na hora de ganharmos esta guerra ao inimigo invisível com a vacinação em massa. Deixem-se vacinar sem hesitações! Confiem nos cientistas! Avancem com coragem, se quiserem um amanhã melhor!